MATO GROSSO
Profissionais do SUS participam de evento em MT sobre estratégias para aumentar cobertura vacinal
MATO GROSSO
Durante a abertura do evento, no auditório do Mato Grosso Palace Hotel, nessa terça-feira (08.08), a coordenadora geral de Incorporação Científica em Imunização do Ministério da Saúde, Ana Catarina de Melo, explicou que o grande objetivo é melhorar a vacinação.
“O microplanejamento é uma estratégia para que possamos identificar quais são as melhores ações de vacinação partindo da realidade local de cada estado e município, considerando que o microplanejamento é feito de baixo para cima. Durante esses três dias, vamos trazer ferramentas para sistematizar as ações de vacinação que são realizadas. Com isso, o município consegue organizar seus trabalhos para um resultado efetivo que colabore para a melhoria das coberturas vacinais, pois esse é o grande objetivo do Ministério da Saúde e dos estados”, diz.
Para a superintendente de Vigilância em Saúde da SES-MT, Alessandra Moraes, a oficina irá se somar às ações já desenvolvidas por Mato Grosso, como o programa Imuniza Mais MT.
“Temos fortalecido as atividades extramuro para qualificar os serviços realizados pelos 141 municípios do Estado para ampliar a cobertura vacinal. A partir da oficina, vamos aprimorar, por meio de planejamentos, as ações das Unidades Básicas de Saúde (UBS), pois as UBS vão pensar em estratégias voltadas para o seu território em busca dessa população que não foi alcançada”, avalia.
Desafio comum
Apesar de serem de estados diferentes, os coordenadores de Imunização de Mato Grosso, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul compartilham do mesmo desafio: alcançar a população que não tem ido aos postos de saúde para vacinar.
Segundo levantamento do Ministério da Saúde divulgado em 2022, os índices de cobertura vacinal do país, que chegaram a 97% em 2015, caíram para 75% em 2020, índice alcançado originalmente em 1987.
“Estamos reunindo pessoas de estados com perfis de trabalho diferentes, cujo desafio se converge para o mesmo caminho, que é aumentar a taxa de imunização. A partir dessa oficina, a expectativa é mudar essa realidade em prol da saúde da população”, acrescenta o coordenador Estadual de Imunização da SES-MT, Marx Rocha Camarão.
A coordenadora do Programa Estadual de Imunização de Mato Grosso do Sul, Ana Paula Rezende, conta que a queda da cobertura vacinal no estado dela se acentuou em 2019 e depois em 2020, 2021 e 2022, com a pandemia pela Covid-19. “Temos vivenciado quedas nas coberturas vacinais, em especial nas vacinas de rotina. Nossa expectativa é de levar uma bagagem de conhecimento para compartilhar com os 79 municípios do nosso estado”, enfatiza a gestora.
Minas Gerais é o estado do Brasil com mais municípios que dependem exclusivamente SUS. São 853 municípios ao todo. Para a coordenadora do Programa de Imunização do Estado, Josiane Gusmão, a SES-MG tem o desafio de trabalhar microplanejamentos que contemplem todas as cidades que, segundo ela, possuem características de imunização diferentes.
“O cenário é grave e é importante desenvolvermos ações para reverter essa situação, porque corremos o risco de voltarmos a conviver com doenças já erradicadas do país e que são imunopreveníveis. Espero que a oficina colabore para que os municípios se organizem de acordo com a realidade local e elevem a qualidade de saúde da população”, ressalta Josiane.
Gleiciane Souza é do Distrito Sanitário Especial Indígena Xingu (DSEI) e atua no município de Canarana, em Mato Grosso. Para ela, a imunização ocorre de forma diferente, considerando a rotatividade dos indígenas e a estrutura da rede de frio.
“A gente não tem uma sala de vacinação estruturada dentro do território indígena. Então levamos as nossas caixas apropriadas para as vacinas que vamos utilizar naquele período. Planejamos para que a vacinação ocorra a cada dois meses para atingir a cobertura vacinal ideal. Eu atuo com planejamento porque divido a região em nove, em razão de termos seis etnias diferentes no DSEI. Por isso, precisamos trabalhar com microplanjenametos. Mas a partir do curso vamos desenvolver os planejamentos com mais segurança e qualidade”, acredita Gleciane.
Programação
Na quarta-feira (09.08), o evento segue das 8h30 às 17h50 com debate sobre como alcançar populações vulneráveis; perspectivas dos Sistemas de Informação do PNI; estimativa populacional; registro de vacina e perspectivas do e-SUS Atenção Primária a Saúde (APS), entre outros temas.
Já na quinta-feira (10.08), a oficina inicia às 8h30 e encerra às 13h50. Durante o dia, serão apresentados o segmento e supervisão do microplanejamento; a avaliação e monitoramento rápido de vacinação e indicadores de avaliação; os próximos passos, tarefas de continuidade da implementação da formação em microplanejamento, além de resultado teste e avaliação do evento.
Fonte: Governo MT – MT


MATO GROSSO
Estudo revela déficit de 5 milhões de hectares de Reserva Legal no Mato Grosso e alerta para risco de embargos

Durante reunião realizada entre o Fórum Agro MT e a Frente Parlamentar da Agropecuária de Mato Grosso (FPA-MT), o perito da Polícia Federal, Bernardo Tabaczenski, apresentou estudo que trouxe números alarmantes sobre a situação da Reserva Legal no Mato Grosso, especialmente no bioma amazônico. O levantamento, baseado em dados oficiais do Cadastro Ambiental Rural (CAR), revela um déficit de 4,9 milhões de hectares em todo o bioma de áreas que precisam ser compensadas ou recuperadas no estado.
Segundo Tabaczenski, que ocupa cargo técnico-científico na PF, os resultados foram assustadores. “Eu obtive números que julguei assustadores. Hoje, no bioma amazônico de Mato Grosso, temos quase 29 milhões de hectares de imóveis rurais cadastrados. O déficit de Reserva Legal chega a 5,6 milhões de hectares”, afirmou.
O estudo foi apresentado no InterForensics 2025, em Curitiba, e no Conbrap 2025, em João Pessoa, e contou com a participação de outros dois peritos criminais federais.
De acordo com Tabaczenski, a falta de regularização pode trazer sérios impactos para o setor produtivo. “Essas áreas, quando não regularizadas ambientalmente, correm risco de embargo. O custo de recuperação é altíssimo. Imagine recuperar áreas produtivas em Sorriso ou Nova Ubiratã, que valem milhões. Isso é um fantasma para o produtor”, destacou.
O levantamento aponta que, mesmo considerando todas as áreas privadas passíveis de compensação em unidades de conservação, o número não chega a 700 mil hectares — muito abaixo da necessidade. “Dos 4,9 milhões de hectares de déficit, 4,2 milhões estão totalmente desprotegidos. Isso equivale a um terço da área de soja plantada em Mato Grosso. Ou regularizamos, ou haverá embargos. O problema é urgente”, afirmou.
Apesar de a legislação federal e um decreto estadual permitirem compensação em outros estados da Amazônia Legal, a Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema) tem dificultado a aplicação da medida.
“Existe todo o caminho legal para permitir compensação fora do Estado, mas a Sema ainda não percorreu. Talvez falte o conhecimento da realidade dos dados para que haja uma ação mais efetiva. Enquanto Pará e Rondônia já compram reservas em outros estados, Mato Grosso, que sempre foi vanguarda, está ficando para trás”, alertou o pesquisador.
O deputado estadual e presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, Carlos Avallone se manifestou sobre o tema, e defendeu alterações na legislação para permitir maior flexibilidade.
“Isso traz uma lupa em todo esse processo ambiental e mostra que precisamos sair na frente e autorizar que possamos comprar áreas de compensação em outros estados”, declarou.
Avallone afirmou que pretende articular com o governador Mauro Mendes e com a Assembleia Legislativa para viabilizar uma solução que dê segurança ao setor produtivo. “Se não resolvermos essa questão, o risco de embargo para o produtor será enorme. Temos que permitir que tudo seja feito de forma transparente e legal, porque o déficit é perigoso e precisa de solução urgente”, concluiu o parlamentar.
Já o deputado Nininho manifestou forte preocupação com a dificuldade de regularização e com o impacto das mudanças na legislação ambiental. “Acredito que esse déficit seja resultado de alterações na lei que mudaram os critérios de exploração. Antes, em áreas de floresta, era permitido utilizar 50%, hoje só 20%. No Cerrado, caiu de 80% para 65%. Isso dificultou ainda mais a vida do produtor”, afirmou.
Nininho defendeu a união entre Assembleia, Governo e entidades do setor para encontrar uma saída equilibrada. “Nós temos que fazer esse enfrentamento. Dialogar com a Sema e o Governo, de forma desarmada, para achar um critério justo, que seja bom para o meio ambiente, mas que não seja injusto com os produtores”, completou.
Lei Complementar 801/2024
Avallone também defendeu cautela na regulamentação da LC 801/2024 em Mato Grosso, o parlamentar destacou a importância da lei para fomentar a industrialização no estado. Aprovada pela ALMT e sancionada pelo governador, a LC aguarda, desde o mês de dezembro, sua regulamentação. O texto altera regras do Plano de Desenvolvimento do Estado, impactando incentivos fiscais e a concessão de armazéns, além de fomentar investimentos na industrialização.
O deputado estadual Carlos Avallone (PSDB) afirmou que a lei representa um avanço, mas destacou que a regulamentação precisa ser feita com cautela, para evitar brechas que possam comprometer sua efetividade.
“É uma legislação que já foi aprovada e sancionada, dependendo apenas da regulamentação por decreto. Mas é fundamental que cuidemos dessa regulamentação para fechar as portas e não permitir nenhum tipo de subterfúgio que facilite práticas incorretas, que não é o que nós queremos”, declarou.
Minuta de alteração da fitofisionomia em Mato Grosso
O encontro também discutiu a minuta do projeto de alteração da fisionomia vegetal de Mato Grosso. De acordo com o deputado estadual Chico Guarnieri o projeto visa trazer mais segurança e objetividade aos técnicos.
“A grande verdade é que esse projeto que deve ser apresentado visa deixar as coisas mais claras e objetivas para os técnicos que farão a avaliação de tipologia. No passado, houve muitos problemas com esses analistas. Então, um texto mais claro, objetivo e transparente pode proporcionar segurança jurídica tanto para quem analisa quanto para os produtores”, pontuou.
O parlamentar Diego Guimarães destacou que o projeto traz segurança jurídica ao setor produtivo e que o novo texto será mais profundo e consistente.
“Nós precisamos que o que é floresta seja classificado como floresta e o que é cerrado, seja classificado como cerrado, o modelo que tínhamos era arcaico, injusto e era pouco profundo, nós precisávamos aprofundar e aí, reconhecendo depois o veto do governador, a Assembleia, juntamente com a FPA-MT, passou por esse novo momento do aprofundamento, esmiuçando um pouco mais, trazendo critérios extremamente objetivos, com a finalidade de trazer essa justiça e segurança jurídica para todos os envolvidos. Eu creio que o Mato Grosso vai estar em uma vanguarda gigante, caso a gente possa apreciar, aprovar e colocar na vigência uma lei deste tipo”, explicou.
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