O próximo prefeito de Cuiabá precisará implementar um choque de administração para tirar a capital da condição de uma cidade endividada e envolta em casos de corrupção. A avaliação é feita pelo secretário-chefe da Casa Civil, Fabio Garcia (União). Ele lembra que em 2016, quando o hoje governador Mauro Mendes (União) deixou a administração cuiabana, o município vivia um outro momento e que, após sete anos, a situação é de total abandono.

“Cuiabá precisa passar por um choque de administração, uma mudança, para recolocá-la como a grande protagonista deste estado. A atual gestão vai entregar uma prefeitura altamente endividada e com muitos outros problemas, como uma cidade esburacada, o que vai demandar um grande investimento em infraestrutura, além é claro de uma transformação na forma de administrá-la”, avaliou Garcia, ao projetar os desafios que o próximo prefeito, que será eleito no ano que vem, terá pela frente.

Fabio lembrou que uma das demonstrações do nível de endividamento de Cuiabá é o Projeto de Lei apresentado pelo Executivo que pede o parcelamento de mais de R$ 165 milhões em dívidas de direitos trabalhistas com servidores públicos, batizado de ‘PL do Calote’. “Isso sem contar os atrasos nos pagamentos de fornecedores, de prestadores de serviços, e tantos outros problemas administrativos que tomamos conhecimento ao longo das semanas”.

Outra prova dos graves problemas que deverão ser enfrentados pelo próximo prefeito é justamente a Saúde, atualmente sob intervenção determinada pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso, após um pedido do Ministério Público Estadual. “Quando o Gabinete de Intervenção assumiu os trabalhos, faltavam remédios básicos, exames simples não eram feitos, havia uma ausência generalizada de médicos nas unidades, que foram fatos que motivaram justamente uma decisão tão extrema por parte da Justiça”.

Para Garcia, ao mesmo tempo em que a Saúde é a mais clara demonstração dos problemas administrativos de Cuiabá, ela também é um exemplo de que com trabalho sério será possível reverter o quadro atual. “Mas tudo isso depende de uma boa gestão, séria, responsável, que faça menos politicagem, que trabalhe mais e entregue mais para a sociedade. Por isso, entendo que Cuiabá precisa passar por este choque de administração”.