POLITÍCA NACIONAL
Ana Moser diz que Ministério do Esporte pretende ampliar prática esportiva no País
POLITÍCA NACIONAL
Ampliar a prática esportiva no País representa o principal objetivo do Ministério do Esporte, sustenta a ministra Ana Moser, que compareceu à Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (29) para apresentar as metas da pasta, recriada neste ano. No governo anterior, esse foi um dos órgãos extintos.
Ana Moser ressaltou que, embora a prática esportiva seja um direito constitucional, não existem sequer estatísticas confiáveis sobre a atividade física para a população em geral.
De acordo com a ministra, a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) que incluiu perguntas sobre atividade física, em 2015, apontou que cerca de 38% da população estavam ativos. Mas o levantamento teria mostrado também grande irregularidade na população – quanto mais velhos os indivíduos, menos ativos. O mesmo se observa nas faixas de renda: os estratos mais pobres são mais inativos.
Em grande parte, segundo Ana Moser, essa situação se deve à prioridade conferida no passado ao esporte profissional. Ela ressaltou que, historicamente, 70% do financiamento às práticas esportivas iam para os atletas de alto rendimento, enquanto o esporte educacional ficava com 15%. Atualmente, a ministra afirma que essa relação já se inverteu, são destinados cerca de 15% para o alto rendimento e mais de 50% para o educacional.
Como forma de alcançar a meta de tornar a população mais ativa, a ministra relatou que o Ministério do Esporte está construindo uma política pública integrada a outras pastas, principalmente Educação e Saúde. “Nós estamos falando de educação integral e buscando a saúde básica, a saúde preventiva com políticas de atendimento à população mais pobre, mais carente”, explicou.
O Ministério do Esporte também irá buscar integrar ações da União, estados e municípios para que as propostas cheguem de fato à população.
“É uma janela de oportunidade para a gente incorporar metas do Esporte dentro dos planos de Educação e de Saúde”, completou.
Recursos
A estratégia da ministra tem o objetivo de contornar a falta de recursos próprios da pasta do Esporte. Segundo Ana Moser, hoje o Brasil aplica somente 0,04% do PIB em políticas esportivas. Na Europa, por exemplo, ela ressaltou que a proporção é dez vezes maior.
O deputado Delegado da Cunha (PP-SP) lamentou que o orçamento do Esporte para este ano seja de apenas R$ 900 milhões, e o deputado Maurício do Vôlei (PL-MG) sugeriu complementar os recursos do setor com emendas parlamentares.
Segundo o presidente da Comissão do Esporte, deputado Luiz Lima (PL-RJ), no ano que vem, as emendas vão acrescentar R$ 505 milhões às verbas da pasta.
O deputado se comprometeu a trabalhar junto à Comissão Mista de Orçamento para melhorar a situação Ministério do Esporte.
“Essa comissão vai ter uma interferência com o relator do Orçamento, a partir de agosto, para que a gente melhore as condições, não só orçamentárias do ministério, como políticas”, afirmou.
Reportagem – Maria Neves
Edição – Geórgia Moraes
Fonte: Câmara dos Deputados


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.