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Debate na Câmara mapeia incentivos financeiros para a sociobioeconomia

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POLITÍCA NACIONAL

Parlamentares e representantes do governo federal e das populações extrativistas identificaram caminhos para o financiamento da sociobioeconomia, durante debate na Comissão da Amazônia e dos Povos Originários nesta terça-feira (20).

Organizador da audiência pública, o deputado Airton Faleiro (PT-PA) disse que a intenção é aproveitar oportunidades que tendem a se intensificar com a realização da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-30) no Brasil, em 2025. Faleiro quer o Estado brasileiro como “indutor da nova economia” por meio de incentivos que virão da reforma tributária e de créditos públicos.

“O produto número 1 é a reforma tributária. Mas nós temos programas e políticas públicas que não dependem da reforma tributária para a gente avançar, como recursos dos bancos públicos e dos programas sociais que são resultantes da arrecadação de impostos”, disse Faleiro.

O BNDES vê potencial de US$ 153 bilhões para o mercado da bioeconomia florestal no Brasil. Segundo o gerente de Meio Ambiente do banco, Júlio Salarini, um hectare de açaí pode render até sete vezes mais do que um hectare de soja, se for bem manejado. Salarini apresentou vários instrumentos já disponíveis no financiamento da bioeconomia, como os Fundos Amazônia, Socioambiental (FSA) e Floresta Viva.

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O diretor do Conselho Nacional das Populações Extrativistas, José Ivanildo Brilhante, defendeu que os créditos bancários privilegiem o que chamou de “cesta de produtos” da biodiversidade. “Não precisa financiar açaí e castanha separadamente. É preciso crédito para que uma mesma família possa acessar açaí, castanha, taperebá, pequiá, mari, pescado… Se a gente sobrepor pressão em um único produto, a gente vira commodity, a gente vira desequilíbrio para a natureza”.

Segundo Ivanildo, o financiamento deve vir acompanhado de políticas públicas que garantam visibilidade, inclusão e fortalecimento territorial dos povos tradicionais.

Representante do Ministério do Meio Ambiente, Rodrigo de Medeiros ressaltou o potencial estratégico da sociobioeconomia para a segurança alimentar do País, mas também admitiu a necessidade de superação de desafios. “Estabelecer uma cadeia de valor que remunere, de maneira justa, os povos e comunidades tradicionais detentores desse conhecimento tradicional associado à biodiversidade”.

Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - Sociobioeconomia, desafios do equilíbrio climático e produção de alimentos saudáveis. Coordenador-Geral de Programas Econômicos - Ministério do Planejamento e Orçamento, Gustavo Teixeira Lino
Gustavo Lino disse que PPA terá marcadores de ações para fortalecimento do setor

Mudanças climáticas
Dirigente da Articulação Povos Indígenas do Brasil (APIB), Sineia do Vale citou os efeitos negativos das mudanças climáticas nos modos de vida e de produção dessas populações. “O que nós temos observado é que vários dos peixes regionais já estão sumindo, várias plantas que a gente usa na medicina tradicional também. Recentemente, na Amazônia, estamos vendo alagações recorrentes que têm comprometido principalmente a questão alimentar”, lamentou.

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O coordenador de programas econômicos do Ministério do Planejamento, Gustavo Lino, garantiu que o Plano Plurianual (PPA) – que vai orientar o orçamento da União até 2027 e está em fase de elaboração – terá recursos para o enfrentamento emergencial das mudanças climáticas. Segundo ele, a ideia é que o PPA já venha com marcadores de ações concretas de combate ao desmatamento, transição para economia de baixo carbono e fortalecimento da agricultura familiar e agroecologia.

O debate na Câmara fez parte da Virada Parlamentar Sustentável, organizada por entidades socioambientais ao longo deste mês.

Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Geórgia Moraes

Fonte: Câmara dos Deputados

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GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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