POLITÍCA NACIONAL
Desempenho atual na segurança pública supera 2022, diz ministro da Justiça
POLITÍCA NACIONAL
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, destacou nesta quarta-feira (25), em debate na Câmara dos Deputados, os resultados preliminares do governo Lula na segurança pública e no combate a organizações criminosas.
A Polícia Federal já apreendeu R$ 2,29 bilhões do narcotráfico, ante os R$ 216 milhões confiscados em 2022, uma alta de 960% em relação ao ano passado. O total de armas apreendidas chega a 3.871, ante 2.031 em 2022, alta de 91%.
“Isso é tirar arma e dinheiro das facções, isso é combater facções”, afirmou o ministro da Justiça. “Combater facções não é bravatear em público e depois confraternizar com miliciano no condomínio ou em casa”, disse Flávio Dino.
“Quando chegar o próximo ano e saírem os números definitivos, vamos poder comparar 2022 com 2023, e eu tenho confiança de que a imensa maioria dos resultados do governo Lula serão melhores”, declarou o ministro da Justiça.
Quatro requerimentos
Flávio Dino foi convidado pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, presidida pela deputada Bia Kicis (PL-DF), a pedido dela e dos deputados Evair Vieira de Melo (PP-ES), Nikolas Ferreira (PL-MG) e Junio Amaral (PL-MG).
Os deputados cobraram de Flávio Dino explicações sobre a atuação de empresas de tecnologia no Brasil; as câmeras de segurança do ministério em 8 de janeiro; supostas interferências na Polícia Federal; e o orçamento do ministério em 2024.
Durante a reunião, parlamentares ligados à segurança pública buscaram abordar outros temas, o que gerou vários bate-bocas. À frente dos trabalhos, a deputada Bia Kicis teve de pedir comedimento a deputados governistas e da oposição.
Segundo o ministro da Justiça, pela primeira vez existe um diálogo com empresas e plataformas da internet, como Google e Whatsapp. “Aqueles que nem tinham representação no País hoje respeitam as leis brasileiras”, afirmou Flávio Dino.
“Não há guarda eterna de imagens”, disse o ministro em resposta a Evair Vieira de Melo. Segundo Flávio Dino, o material do Ministério da Justiça considerado relevante segue anexado a inquéritos sobre os atos de vandalismo em Brasília.

“Ficou claro na CPMI do 8 de Janeiro, estive lá em todas as audiências, o esforço do governo para não participar da investigação”, afirmou Evair Vieira de Melo ao citar as imagens do ministério. “O relatório foi aprovado”, rebateu Flávio Dino.
O ministro da Justiça viu “distorção” nas acusações de interferência na Polícia Federal. “Ele fugiu da pergunta”, criticou Nikolas Ferreira. “Nunca conversei com o delegado que preside inquérito”, assegurou Flávio Dino.
Em resposta a Junio Amaral, o ministro disse que a proposta orçamentária para a segurança pública, sem considerar as emendas parlamentares, prevê em 2024 os mesmos R$ 5,17 bilhões deste ano. Em relação a 2022, o valor aumentou 17%.
Convocações
Parte dos temas abordados pela Comissão de Fiscalização Financeira constam de outros 102 pedidos de convocação, disse Flávio Dino, ao comparecer pela oitava vez ao Congresso. Em alternativa, ele sugeriu uma comissão geral no Plenário.
Segundo a Constituição, a ausência injustificada da autoridade convocada pelo Congresso Nacional poderá configurar crime de responsabilidade. A Lei 1.079/50 prevê, no caso, que a autoridade poderá ser alvo de processo de impeachment.
Ontem, Flávio Dino faltou pela segunda vez à audiência marcada pela Comissão de Segurança Pública. Em ofício à Câmara dos Deputados, o ministro da Justiça alegou, entre outros pontos, ter sido ameaçado por integrantes do colegiado.
Reportagem – Ralph Machado
Edição – Geórgia Moraes
Fonte: Câmara dos Deputados


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.