POLITÍCA NACIONAL
Entidades ligadas ao diabetes defendem a oferta de análogos de insulina pelo SUS
POLITÍCA NACIONAL
Entidades que representam pacientes com diabetes relataram à Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (26) dificuldades para obter análogos de insulina de ação rápida ou prolongada no Sistema Único de Saúde (SUS). Os medicamentos são utilizados no tratamento do diabetes tipo 1, que ocorre quando o sistema imunológico do paciente ataca células produtoras de insulina no pâncreas.
O tratamento da doença depende da reposição de dois tipos de insulina, com durações lenta e rápida. A de ação lenta geralmente é aplicada pela manhã e tem efeito por horas ou dias. Já as rápidas e ultrarrápidas são indicadas para antes das refeições.

A coordenadora da Coalizão Vozes do Advocacy em Diabetes e em Obesidade, Vanessa Pirolo, disse que o problema do acesso às insulinas análogas no SUS não é novo.
“Estou cansada de lutar pela inclusão da insulina análoga de ação rápida no SUS. Ela foi incorporada, mas não é disponibilizada para as pessoas com diabetes tipo 1”, relatou ela, que participou de audiência pública conjunta das comissões de Seguridade Social e Família; e de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa. O debate foi proposto pelos deputados Dr. Zacharias Calil (União-GO) e Flávia Morais (PDT-GO).
O Ministério da Saúde já reconheceu os análogos de insulina, disponibilizados em formato de canetas aplicadoras de 3 ml, como o melhor medicamento para tratar pessoas com diabetes tipo 1. Tomando por base as insulinas humanas, os análogos foram incorporados ao SUS em fevereiro de 2017 e começaram a ser ofertados em novembro de 2018.
Durante a reunião, foram apresentados diversos vídeos de pacientes afirmando que esses medicamentos são mais fáceis de usar e garantem a dosagem correta.
Burocracia
Karla Melo, coordenadora do Departamento de Saúde Pública da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), explicou que a aquisição dos análogos pelo SUS ficou prejudicada nos últimos anos por questões burocráticas ligadas ao edital lançado em 2019.
“O edital de compra publicado no Diário Oficial da União trazia como condicionante para a compra dessas insulinas análogas um custo de tratamento igual ou inferior ao custo de tratamento com a insulina humana nph, apesar de serem tecnologias completamente diferentes”, disse. “Esse entendimento não permitiu a aquisição dos análogos de insulina, resultando em dois pregões fracassados”, acrescentou.
Diretora de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos em Saúde do Ministério da Saúde, Ediane Bastos reconheceu que, até o momento, o grupo de trabalho de insulinoterapia criado para discutir o tema com a sociedade civil ainda não conseguiu viabilizar a migração dos análogos da categoria de especializados para componentes básicos, o que permitiria a distribuição das insulinas análogas na atenção primária à saúde.
Atualmente, os análogos são disponibilizados mediante prescrição médica. Sem o pedido médico, não é possível inscrever-se no programa de controle fornecido pelo SUS.
“A gente vem enfrentando uma série de dificuldades para cumprir as condicionantes das incorporações [de novos medicamentos] que foram feitas pela Conitec [Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias]”, afirmou Ediane Bastos.

Como alternativa, a representante do Ministério da Saúde informou que a pasta estuda autorizar os estados a fazer as aquisições. “Em vez de o ministério fazer a aquisição centralizada, a proposta é que os estados façam essa aquisição e aí nós faríamos um repasse financeiro.” Segundo ela, essa proposta está sendo avaliada pelas secretarias estaduais de saúde.
Presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Levimar Araújo informou que cerca de 550 mil pessoas vivem no País com diabetes tipo 1 e alertou para o fato de que apenas 10% dos pacientes têm o controle adequado da doença. “A baixa adesão ao tratamento compromete a qualidade de vida”, afirmou.
Reportagem – Murilo Souza
Edição – Ana Chalub
Fonte: Câmara dos Deputados Federais


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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