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POLITÍCA NACIONAL

Espera por diagnóstico de dermatite atópica no SUS pode chegar a uma década, alerta médico

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POLITÍCA NACIONAL

Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - Debater o dia 23 de setembro como o Dia Nacional de Conscientização sobre a doença Dermatite Atópica. Dep. Paula Belmonte CIDADANIA-DF
Paula Belmonte citou o risco de bullying em razão da doença no ambiente escolar

Profissionais ouvidos nesta segunda-feira (9), na Câmara dos Deputados, pela Comissão Externa da Primeira Infância alertaram para a demora no diagnóstico dos casos de dermatite atópica, que pode chegar a uma década na rede pública.

O colegiado trabalha para a criação do dia nacional para conscientização sobre essa doença (23 de setembro), como já acontece com a psoríase e a artrite reumatoide, que são consideradas doenças incapacitantes. Esse será o tema de um projeto de lei a ser apresentado nos próximos dias pela comissão. A ideia é divulgar informações sobre a doença, bem como debater políticas públicas direcionadas ao tratamento.

Pacientes que sofrem com dermatite atópica apresentam coceiras intensas na pele que, em alguns casos, geram dor e podem causar infecções. Além disso, estão mais predispostos a depressão, insônia, asma, doenças autoimunes e problemas cardíacos.

A doença atinge com maior intensidade crianças na primeira infância e jovens na fase de transição da infância para a adolescência. De 15 a 20% das crianças sofrem de dermatite atópica em algum grau. Entre adultos, essa margem é de 2 a 10%.

Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - Debater o dia 23 de setembro como o Dia Nacional de Conscientização sobre a doença Dermatite Atópica. Dr. Omar Lupi - Representante da Sociedade Brasileira de Dermatologia - SBD
Omar Lupi: “Não é uma doença de uma só pessoa, mas da família inteira”

Aumento da incidência
No comando do ambulatório de dermatite atópica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) há 15 anos, o médico Omar Lupi alertou que o intervalo de tempo entre a primeira manifestação da doença e o início do tratamento dura em média nove anos e meio.

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“É uma década que a criança e a família trafegam no escuro”, disse, apontando um aumento de dez vezes na incidência da alergia nos últimos 30 anos.

“A dermatite atópica não é uma doença de uma só pessoa, é uma doença da família inteira. É do irmão que divide o quarto, é da avó que dorme junto, é da mão e do pai que não dormem a noite e não conseguem trabalhar”, frisou Lupi.

Ele salientou ainda que a doença está relacionada ao aumento de hospitalização por comorbidades, como doenças que afetam o sistema imunológico. “Essas comorbidades tem aumento no custo saúde, impacto na redução da qualidade de vida, da produtividade e um impacto familiar muito grande”, avaliou.

Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - Debater o dia 23 de setembro como o Dia Nacional de Conscientização sobre a doença Dermatite Atópica. Bruna Rocha - Representante da Associação de Pacientes Crônicos do Dia a Dia - CDD;
Bruna Rocha: “Ter um diagnóstico é um alívio”

A representante da Associação Crônicos do Dia a Dia (CDD), Bruna Rocha, também se mostrou preocupada com a demora para diagnosticar a doença. Segundo levantamento da instituição, 50% das pessoas levaram mais de 12 meses para serem diagnosticadas e 75% dos entrevistados precisaram consultar mais de três especialistas.

“São pessoas que ficam circulando por muito tempo no sistema de saúde, buscando um nome para aquilo que elas têm. Ter um diagnóstico é um alívio, porque a gente sabe com o que está lidando”, ressaltou.

Impactos mentais
Preocupada com os efeitos da doença na saúde mental de crianças, a deputada Paula Belmonte (Cidadania-DF) falou sobre o risco de agressão psicológica no ambiente escolar. “Há também rejeição no ambiente social de crianças, por se achar que a doença pode ser transmitida e principalmente pela rejeição física, as crianças sofrerem bullying em razão disso”, alertou a parlamentar, que tem uma filha diagnosticada com dermatite atópica.

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Na mesma linha foi o relato da professora Suzana de Almeida Costa Mesquita. “É muito difícil firmar a identidade quando a gente escuta o tempo inteiro coisas ruins a respeito de sua imagem, de seu corpo. Quando você não tem a chance de mostrar quem você é, porque você já é julgado por fora”, contou. Ela descreve sobre seu cotidiano com a doença no perfil “Minha vida com Dermatite”, na rede social Instagram.

“Além do impacto mental, tenho pacientes com ideário suicida”, relatou Omar Lupi.  “Já são vários com ajuda de psicólogos e psiquiatras.” Segundo ele, o risco de depressão em pacientes com esse tipo de dermatite é duas vezes maior do que em pessoas que não têm a doença.

“O paciente que tem a crise sabe que tem vários fatores ambientais que podem desencadeá-la, então isso gera ansiedade antes que ela tenha a lesão e, obviamente, isso tem um comprometimento em qualidade de vida”, destacou.

Bruna Rocha citou levantamento da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) pelo qual pessoas com dermatite atópica têm 44% a mais de probabilidade de suicídio. “A gente está falando de crianças e jovens que estão pensando em suicídio em uma taxa muito alta”, lamentou.

Reportagem – Emanuelle Brasil
Edição – Roberto Seabra

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GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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