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Médicos defendem incentivo ao parto natural para reduzir mortes maternas no Brasil

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Em debate na Câmara dos Deputados, médicos demonstraram preocupação com o crescimento de partos por cesárea no Brasil, pois a prática, segundo eles, aumenta o risco de morte de gestantes. O tema foi discutido na terça-feira (25) em audiência pública da Comissão Especial sobre Violência Obstétrica e Morte Materna.

De acordo com a pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Maria do Carmo Leal, desde 2011 o número de cesarianas é maior que o de partos naturais no País. Para a médica, é necessário apresentar alternativas às gestantes para diminuir a dor do parto normal.

“Acho que liberar cesárea para mulher que tem medo da dor do parto é um absurdo, mas ampliar o acesso a analgesia é um direito da mulher, está escrito no Sistema Único de Saúde (SUS)”, disse.

Diretor do Departamento de Gestão do Cuidado Integral no Ministério da Saúde, Marcos Vinícius Pedrosa ressaltou que promover o parto normal não significa estimular um parto com dor. Ele destacou que parto deve ser humanizado, bem assistido, independentemente da técnica utilizada.

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Opção cultural
Pedrosa lamentou a cultura brasileira de ter o parto por cesárea como regra, não exceção. “A autonomia não é um valor absoluto sobre outros no campo da bioética. A cesariana é uma cirurgia, não é uma via de nascimento natural, foi desenvolvida como medida salvadora”, apontou. “Tratar isso [cesariana] como uma decisão cosmética do que eu quero me submeter, desconsiderando outras questões de saúde, é algo comum no Brasil. Por ser socialmente tão bem aceita, a cesariana termina sendo a via do parto onde você vai ser submetido a menos violações”, lamentou.

A presidente da comissão especial, deputada Soraya Santos (PL-RJ), concordou que a opção pelo parto cesáreo no Brasil é cultural. Ela reforçou a importância do acesso à informação, para que as gestantes saibam e cobrem os seus direitos.

Conforme o coordenador da Unidade de Família, Gênero e Curso de Vida da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Ariel Karolinski, o meio mais efetivo para se reduzir as mortes maternas é evitar a gravidez não planejada, por meio do acesso amplo e fácil a métodos contraceptivos, o que diminuiria, de acordo com ele, em 32% o número de óbitos.

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Violência obstétrica
Para enfrentar o problema da violência obstétrica, o deputado Dr. Frederico (Patriota-MG) defendeu uma melhor capacitação de profissionais da área da saúde, como médicos e enfermeiros obstétricos.

Marcos Vinícius Pedrosa acrescentou ser importante uma formação continuada desses profissionais, por meio da promoção de boas práticas, para além do período de faculdade e residência.

O representante do Ministério da Saúde também defendeu a existência de canais de denúncia, para que as mulheres possam registrar essas violências e, com isso, as instituições tomem as medidas necessárias.

Reportagem – Amanda Aragão
Edição – Marcelo Oliveira

Fonte: Câmara dos Deputados

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GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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