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Relator de Plano do Desporto defende recriação do Ministério do Esporte

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POLITÍCA NACIONAL

Relator do projeto de lei que cria o Plano Nacional do Desporto (PND – PL 409/22), o deputado Afonso Hamm (PP-RS) defendeu nesta quinta-feira (5) a recriação do Ministério do Esporte. A pasta foi incorporada ao Ministério da Cidadania no governo de Jair Bolsonaro, mas Hamm considera importante o Brasil ter um órgão específico, principalmente agora que se discute a implementação de um plano para o setor.

Em audiência na Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados sobre o PND, o parlamentar disse que pensa em pedir uma reunião com o presidente da República para discutir o assunto.

Elaine Menke/Câmara dos Deputados
Mesa Redonda - PL nº 409/2022 - Plano Nacional do Desporto. Dep. Afonso Hamm PP-RS
Afonso Hamm quer se reunir com Bolsonaro para discutir recriação da pasta

“Vamos fazer um plano [para o esporte], estamos preparando a população para ter a prática esportiva. Como um país como o Brasil não tem um Ministério do Esporte?”, questionou Hamm. “Isso é de cunho político. Em algum momento, vamos ter de retomar a pasta. É uma instância para tratar com o ministro.”

No debate de hoje, o relator ouviu representantes do governo e recebeu sugestões de entidades ligadas ao esporte para a elaboração de seu parecer. O projeto de lei, de autoria do Poder Executivo, tramita em regime de urgência e será votado diretamente pelo Plenário da Câmara.

Os objetivos do plano incluem democratizar e universalizar o acesso ao esporte; descentralizar a gestão das políticas públicas de esporte; fomentar a prática do esporte de caráter educativo; aprimorar o desempenho de atletas; e combater o sedentarismo.

Segundo dados citados pelo coordenador do Instituto de Pesquisa Inteligência Esportiva da Universidade do Paraná, Fernando Mezzadri, quase 70% dos municípios brasileiros não têm nenhuma política pública de esporte. Mais de 60% não possuem sequer um conselho municipal do setor.

“Precisamos ter dados confiáveis. Temos o Inep [autarquia vinculada ao MEC] na educação, mas o esporte também precisa de um instituto para fazer o monitoramento de todas as ações”, defendeu Mezzadri.

Escolas e universidades
Para incentivar a prática desportiva nas escolas, a presidente do Fórum de Gestores Estaduais do Esporte, Mariana Dantas, sugeriu estabelecer um percentual de uso do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) para a compra de material esportivo, a fim de que as escolas não fiquem à mercê dos conselhos escolares.

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Ainda segundo Mariana Dantas, o esporte escolar deve ser entendido como de base e não como de alto rendimento. Afonso Hamm concordou que, na educação básica, deve-se trabalhar a iniciação.

Elaine Menke/Câmara dos Deputados
Mesa Redonda - PL nº 409/2022 - Plano Nacional do Desporto. Dep. Felício Laterça PP - RJ
Felício Laterça: esporte deve ser ferramenta de inclusão social

O presidente da Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU), Luciano Cabral, também ressaltou a necessidade de se diferenciar o esporte escolar do universitário, para evitar dificuldades de interpretação no texto depois. “Se mencionarmos apenas o escolar, vamos matar gerações, porque os garotos saem da escola e não têm para onde seguir”, disse.

No caso do esporte de alto rendimento, Cabral recomendou atenção ao pós-carreira dos atletas. “Eles precisam ter escola, curso superior, uma profissão para se reinserir na sociedade.”

Na opinião do deputado Luiz Lima (PL-RJ), o esporte é pilar da educação e, portanto, o PND deve estabelecer regras de financiamento do governo federal para os municípios que cumprem diretrizes e também para os reitores que incentivarem a prática esportiva nas universidades.

“A gente tem de mudar esse número de 88% dos atletas olímpicos que treinam em clubes. A gente precisa chegar próximo a 50% de atletas universitários, 40% nos clubes e 10% militares”, defendeu Lima.

O deputado Felício Laterça (PP-RJ) acrescentou que o esporte deve ser ferramenta de inclusão social, o que pode, inclusive, refletir em melhores índices de segurança pública e de qualidade de vida.

Ações do governo
Representantes dos ministérios da Saúde e da Educação e também das Forças Armadas trouxeram para o debate exemplos de programas já existentes de incentivo à prática esportiva, que demonstram, de acordo com eles, a intersetorialidade do esporte.

A coordenadora-geral de Gestão Estratégica da Educação Básica do Ministério da Educação, Maria Luciana Nóbrega, por exemplo, destacou programas como o Brasil na Escola, de apoio técnico e financeiro às escolas, com mais de R$ 200 milhões no ano passado, para assegurar a permanência dos alunos na escola por meio do incentivo a atividades como campeonatos de judô e apresentações de dança.

Elaine Menke/Câmara dos Deputados
Mesa Redonda - PL nº 409/2022 - Plano Nacional do Desporto. Fabiana Azevedo - Diretora Substituta do Departamento de Promoção à Saúde (Ministério da Saúde)
Fabiana Azevedo: quase 50% da população brasileira é sedentária

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Por sua vez, o assessor da Secretaria de Pessoal, Saúde, Desporto e Projetos Sociais do Ministério da Defesa, major-brigadeiro-do-ar José Isaias Augusto de Carvalho, destacou o Programa Atletas de Alto Rendimento, que tem o objetivo de fortalecer a equipe militar brasileira em eventos esportivos de alto nível.

Também a diretora substituta de Promoção da Saúde do Ministério da Saúde, Fabiana Azevedo, ressaltou a importância do desporto em um país onde 48,2% da população é inativa fisicamente e onde cresce a obesidade infantil ao longo dos anos.

A sugestão de Fabiana Azevedo é para que se amplie o conceito de atividade física para além do esporte e do tempo livre. Atividade física, segundo a diretora, é todo movimento que tira o corpo do repouso e pode incluir, por exemplo, deslocamentos e tarefas domésticas.

Aperfeiçoamento
O chefe de gabinete da Secretaria Especial do Esporte (Ministério da Cidadania), Diego Tonietti, considerou boas as sugestões recebidas na audiência. Ele afirmou que o projeto encaminhado pelo Executivo não é o ideal, mas o possível, e certamente será aperfeiçoado na Câmara dos Deputados.

“O que nós apresentamos foi um plano, com uma espinha dorsal, que pode e deve ser aperfeiçoado pelo Congresso Nacional”, disse Tonietti. “Se não temos o sistema brasileiro do deporto tão estruturado, que o nosso plano então preveja a estruturação desse sistema, de forma a ser mais ágil, mais flexível, mais capilar.”

Um novo debate sobre o PND será realizado na próxima terça-feira (10).

Reportagem – Noéli Nobre
Edição – Marcelo Oliveira

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GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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