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MP pede condenação de policial que arrancou olho de cidadão com tiro de espingarda calibre 12

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O promotor Paulo Henrique Amaral Motta pediu a condenação do sargento da Polícia Militar Roosevelt Ferreira da Silva, réu acusado de arrancar o olho de um cidadão com um tiro de espingarda calibre 12 durante ocorrência município de Alto Paraguai, em 18 de novembro de 2018. De acordo com o MP, com as provas produzidas nos autos não restam dúvidas quanto à materialidade e autoria do crime de lesão corporal gravíssima que pesa contra o sargento. A pena, neste caso, vai de dois a oito anos de reclusão.  

O MP ainda elenca como agravante o fato de o agente estar em serviço e o aparente abuso de poder ou violação do dever inerente ao cargo. Solicita também que após transito em julgado da sentença penal condenatória, que as cópias integrais da ação sejam encaminhadas para o procurador-geral de Justiça avaliar eventual oferecimento de representação pela perda da gradação de praça e a consequente exclusão do sargento dos quadros da Polícia Militar.  

Além de arrancar o olho de um rapaz, o sargento também é acusado de ofender a integridade física de outro homem na mesma noite. Segundo os autos, tudo se deu em 18 de novembro de 2018, por volta das 22h10, durante o atendimento a uma ocorrência de denúncia de som alto.  

Allisson Santiago de Arruda Leite era o dono do veículo com o som automotivo em questão. Ele conta que como soube da chamada feita à polícia, desligou a música antes que as viaturas chegassem. Quando os PMs, chegaram, eles perguntaram de quem era o carro e Alisson se apresentou, mas houve uma discussão.  

“[Ele] Falou bem assim ‘pode me passar o documento do carro e habilitação?’, eu falei ‘oh, eu não posso te passar o documento do carro e a habilitação’; aí ele falou ‘por que você não vai passar o documento do carro e a habilitação?’, eu falei ‘oh, eu não estou na rua, estou num local privado, eu não estou fazendo nada de errado, o som já estava desligado, e carro está aí, se o senhor quiser dar multa, o senhor pode dar multa, se quiser levar preso, pode levar preso’; aí ele falou ‘não, eu quero o documento do carro e a habilitação’, eu falei ‘olha senhor, eu não vou entregar’, e eu estava por dentro do portão da conveniência, para o lado de dentro, e ele estava para o lado de fora; aí ele solicitou novamente”, contou o rapaz em depoimento. 

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“E [ele] falou ‘oh, se você não me der o documento e a habilitação, eu vou te dar um tiro’, eu falei ‘oh, não vou te dar o documento do carro e a habilitação, se o senhor quiser atirar, o senhor pode atirar’, nesse momento ele apontou a arma para mim, e voltou a arma novamente, ele apontou e voltou; aí que o pessoal ficou meio aglomerado para o lado de fora, entraram na frente, começaram a conversar com ele; aí nesse momento, eu já peguei e afastei do portão, fui para perto do carro; aí fiquei lá na porta do carro conversando com os meus amigos que estavam lá comigo, estava o Bruno, o Donizete, o Pedro, meu irmão também estava lá; aí nesse momento ele solicitou o apoio da guarnição;” (…) “quando chegou o apoio dessa viatura, ele entrou para a conveniência, nesse momento que ele entrou, ele já engatilhou espingarda calibre 12, e já desferiu contra a minha pessoa né, no rumo da minha cabeça. Então, não teve reação, não teve nada”, completou. 

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Alissou perdeu a visão do olho esquerdo. “Aí nesse momento que eu levei o tiro, eu pus a mão no olho, e só vi sangue, sangue”, lembrou. “Pegou no olho, inclusive quebrou a face aqui também, aqui eu uso platina, quebrou aqui a face, e arrancou o olho, não teve recuperação, eu fiquei cego desse olho, pegou no olho” (…) “fui encaminhado para Cuiabá/MT, chegou em Cuiabá já não tinha mais jeito”.  

O réu quando ouvido, tanto durante o inquérito policial, quanto perante a autoridade judicial, negou a prática de qualquer conduta delituosa, sob o argumento de que agrediu o cidadão a fim de resguardar sua própria integridade. “No entanto, em que pesem as explicações relatadas pelo denunciado, os argumentos por ele apresentado para justificar a origem das lesões corporais gravíssimas apresentadas pela vítima não possuem o condão de afastar a imputação, suficientemente lastreada no conjunto probatório aportado aos autos, o que basta para sustentar um édito condenatório”, diz o promotor.  

“É indubitável que o denunciado agiu, de forma intencional e absolutamente desproporcional ao lesionar a vítima Allisson Santiago de Arruda Leite, que sequer esboçara algum ato de injusta e iminente agressão em desfavor da guarnição. Denota-se que o acusado nem mesmo respeitara uma distância mínima dos alvos para execução do disparo da munição antimotim, assim como não buscou mirar em uma zona abaixo da cintura, onde sabidamente os danos são menores”, conclui o MP.  

FONTE/ REPOST: LUCAS BOLICO – OLHAR JURÍDICO

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Mais de 17,6 mil pessoas com deficiência comandam negócios próprios em Mato Grosso

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Cerca de 17,6 mil pessoas com deficiência (PCD) têm o próprio negócio em Mato Grosso, segundo pesquisa do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Mato Grosso (Sebrae/MT). O levantamento, realizado neste ano, mostra que esses empreendedores representam 3,6% do total de empresários mato-grossenses, com predominância de pessoas com limitações motora (36,7%), visual (34%) e auditiva (29,3%).

O estudo aponta que os empreendedores PCD apresentam elevado nível de escolaridade: 46,9% concluíram o ensino médio e 38,1% têm ensino superior ­- índice superior à média estadual. A faixa etária predominante está entre 35 e 44 anos (39,5%), seguida por 45 a 54 (22,4%). O grupo é formado majoritariamente por homens (57%). No recorte racial, há equilíbrio entre pardos (36,7%) e brancos (34%), seguidos por pretos (19%).

A maioria é casada (57,1%) e tem filhos (91,2%), o que reforça a importância da renda do próprio negócio para a estrutura familiar.

No campo econômico, os empresários com algum tipo de limitação atuam em diversos setores. O comércio concentra 31,3% dos negócios, seguido por serviços (25,2%), indústria (21,8%) e tecnologia (14,3%). Moda (17,7%), cosméticos (15%) e alimentação (14,3%) estão entre os principais segmentos.

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A formalização é alta: 85,7% possuem CNPJ, sendo a maioria registrada como microempresa (48,4%) ou empresa de pequeno porte (32,5%). Além disso, 70% atuam há mais de três anos e quase metade emprega de dois a cinco colaboradores, o que demonstra maturidade e estrutura consolidada.

Dificuldades

As motivações que levam pessoas com deficiência a empreender mesclam necessidade e realização pessoal. Para 40,8%, a decisão está ligada à necessidade financeira, enquanto 34% enxergam oportunidades de mercado e 32% buscam autonomia. A frustração com o mercado de trabalho tradicional (23,1%) e o desejo de realizar um sonho (15%) também aparecem com destaque.

As mulheres tendem a empreender mais por necessidade (54%), enquanto os homens se movem principalmente pela percepção de oportunidade (48,8%).

Na jornada empreendedora, os desafios enfrentados são múltiplas e revelam tanto desafios estruturais quanto específicos. Burocracia (44%), concorrência acirrada (39%) e falta de capital inicial (33%) estão entre as principais dificuldades. Além disso, 21% relataram barreiras diretamente ligadas à deficiência, como acessibilidade e preconceito, e 22% mencionaram dificuldades para equilibrar a vida pessoal e profissional.

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Entre as mulheres, questões de gênero e maternidade ganham relevância, enquanto os homens apontam custos e juros elevados como maiores obstáculos.

“O Sebrae apoia todos os empreendedores, porque acredita que o empreendedorismo é um caminho de inclusão e autonomia para todas as pessoas, independentemente de suas condições. Quando um empreendedor PCD empreende, ela inspira e transforma o seu entorno”, afirma Liliane Moreira, analista técnica do Sebrae/MT. “A inclusão produtiva das pessoas com deficiência é uma questão de equidade e também de fortalecimento da economia, pois amplia talentos, gera inovação e promove uma sociedade mais justa”.

Dados da pesquisa

O levantamento foi realizado entre 3 e 31 de janeiro de 2025, por meio de entrevistas telefônicas, com 147 empreendedores (formais e informais) que possuam alguma deficiência no estado de Mato Grosso. O estudo apresenta uma taxa de confiança de 95% e margem de erro de 4%.

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