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OAB debate sobre PL que institui Estatuto das Vítimas

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Nesta quinta-feira (24), a presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada (CNMA) da OAB, Cristiane Damasceno, participou de audiência pública na Câmara dos Deputados sobre o Projeto de Lei 3890/2020, que cria o Estatuto das Vítimas. O texto visa defender os interesses de quem sofre danos físicos, emocionais ou econômicos ao ser vítima de crimes, desastres naturais ou epidemias. Assim, a Ordem passa a integrar oficialmente os debates legislativos acerca do tema. 

A presidente da CNMA falou sobre a chamada vitimização secundária, fenômeno caracterizado pelo preconceito e pela discriminação que vítimas de crimes de cunho sexual, por exemplo, passam a enfrentar na sociedade exatamente em função das agressões. Damasceno destacou a necessidade de humanização da condução dos casos, com a implementação de medidas como a extensão da oitiva das vítimas a todas as etapas do Processo Penal. 

“Quando você tem audiência corridas, remarcadas, nas quais a vítima não consegue explanar na inteireza tudo o que está acontecendo, fica claro que não há justiça. No atendimento policial, então, muitas vezes as vítimas chegam à delegacia amedrontadas, descalças, muitas vezes com os filhos pequenos, e são atendidas no balcão, onde todos ao redor ouvem os relatos, em regra constrangedores. Não podemos permitir a falsa sensação de que os autores têm mais direitos do que as vítimas”, exemplificou.

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Para ela, além da humanização do processo desde a colhida das primeiras oitivas para a instauração do inquérito, outros três pontos são cruciais para conferir dignidade ao atendimento: efetivação da legislação existente, capacitação com vistas à melhoria contínua dos recursos humanos que proveem o atendimento e unicidade de todos os agentes de órgãos públicos envolvidos na cadeia deste processo. Do mesmo modo, a presidente da CNMA destacou que é essencial que a vítima seja acompanhada por um advogado, “fato que justifica os esforços da OAB para instaurar a advocacia dativa nas comarcas de todo o país”. 

O presidente da Associação dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Luciano Soares Leiro, corroborou as palavras de Cristiane e disse que a vitimização secundária é um processo de ‘revitimização’. “A vítima é o elo mais fraco de um crime, ao qual, historicamente, o Estado tem dado a menor importância dentro de um processo. É algo completamente inaceitável que a pessoa sofra ainda mais quando resolve denunciar uma agressão que sofreu. Do mesmo modo, de nada adianta que a polícia faça seu trabalho mas a família não proporcione ou apoie um processo de reintegração social”, disse Leiro. Ele também citou o peso do tráfico de mulheres, reparação de danos, déficit de pessoal capacitado para apoio psicológico na estrutura policial, entre outros fatores. 

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Além de formas de evitar a vitimização secundária e do direito da vítima ser ouvida em ambiente informal e reservado (físico ou virtual), a audiência também debateu a instituição do dia 7 de agosto como Dia Nacional de Valorização da Memória das Vítimas da Pandemia no Novo Coronavírus e a instituição de um portal integrado para acesso, consulta e alerta à vítima sobre seus direitos.

Também participaram da audiência a coordenadora do Grupo de Trabalho, deputada federal Tia Eron (REP-BA), de modo presencial; e na modalidade telepresencial o deputado federal Rui Falcão (PT-BA), autor do PL 3890/2020, e representantes da sociedade civil.

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CNJ identifica ‘esquema organizado de venda de decisões’ envolvendo desembargador e Zampieri

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A decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão responsável por administrar e fiscalizar o Poder Judiciário, recebeu o desembargador Sebastião de Moraes Filho, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, levantando suspeitas de venda de decisões judiciais e pagamentos realizados via PIX e até em barras de ouro. Sebastião de Moraes Filho foi afastado de suas funções em agosto enquanto o CNJ investiga a possibilidade de ele ter recebido propinas em troca de decisões.

O caso também é alvo de um inquérito criminal e foi considerado de tal gravidade que o ministro Luís Felipe Salomão, então corregedor do CNJ, levou a questão ao ministro Luís Roberto Barroso, presidente do conselho, para uma solução em conjunto. “Evidenciam-se elementos suficientes para recomendar o afastamento do magistrado, na medida em que não é possível que o desembargador permaneça em atuação em unidade tão sensível, como é um gabinete de segundo grau de câmara de direito privado”, diz um trecho da decisão , referendada pelo plenário do CNJ.

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Conversas obtidas no celular do advogado Roberto Zampieri, que foi assassinado em dezembro de 2023, na porta de seu escritório em Cuiabá, colocaram o desembargador na mira do CNJ. Ao todo, eles trocaram 768 mensagens entre 14 de junho de 2023 e 5 de dezembro de 2023, revelando uma relação próxima, com trocas sobre futebol e viagens, além de livre acesso ao gabinete do desembargador.

As mensagens também indicam a influência do advogado no trabalho do magistrado e o pagamento de propinas para decisões desenvolvidas aos clientes de Zampieri. Em uma das conversas, o advogado afirma que “o Pix está errado, estornou o valor”. “Tente mandar o Pix correto que faço agora”, acrescenta.

Cinco dias depois, informa que “o pagamento da sobrinha foi feito”, anexa um comprovante de transferência de R$ 10 mil e solicita o adiamento de um julgamento. Em outubro, Zampieri menciona ter alcançado “um contrato muito bom para o Mauro” e continua: “O senhor vai ficar feliz com o contrato que consegui para ele”. Mauro, segunda suspeita do CNJ, é o advogado Mauro Thadeu Prado de Moraes, filho do desembargador. Em outra mensagem, o advogado envia ao magistrado uma imagem de duas barras de ouro, de 400 gramas, que foram usadas como pagamento de propinas.

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