POLITÍCA NACIONAL
Subprocuradora da Câmara defende avanços na lei para viabilizar eleição de mulheres
POLITÍCA NACIONAL

Há 90 anos, em 24 de fevereiro de 1932, as mulheres brasileiras conquistaram o direito de votar, por meio de um decreto do então presidente Getúlio Vargas (Decreto 21.076/32). Para a subprocuradora da Mulher na Câmara dos Deputados, deputada Lídice da Mata (PSB-BA), o Brasil ainda precisa avançar para tornar mais efetivo o direito da mulher de ser votada. O Brasil ocupa a posição 145 do ranking da União Interparlamentar que avalia a participação política de mulheres em 187 países.
Lídice da Mata ressalta que, no Brasil, as mulheres conquistaram o direito ao voto antes de muitos outros países, mais desenvolvidos, mas a partir daí a evolução da participação das mulheres na política não se deu na velocidade desejada por elas. Em 1933, houve eleição para a Assembleia Nacional Constituinte, e as mulheres puderam votar e ser votadas pela primeira vez. A Constituinte elaborou uma nova Constituição, que entrou em vigor em 1934, consolidando o voto feminino – uma conquista do movimento feminista da época.
“Daí em diante, as conquistas foram muito lentas do ponto de vista legislativo”, avaliou. “Nós passamos um período em que praticamente tínhamos o direito de voto, mas não o direito de ser votada; mesmo que esse direito existisse na lei, a nossa representação era tão diminuta que realmente não expressava a representatividade da mulher na sociedade brasileira”, explicou.
Mudança de cenário
Segundo a deputada, o cenário só mudou a partir da Constituição de 1988. A bancada feminina na Constituinte tinha 29 integrantes (5,6% do total). “Nós não teríamos licença maternidade de 120 dias se não tivéssemos na Constituinte uma bancada mais significativa do que tínhamos antes. Nós não teríamos a definição de salários iguais para funções iguais se não fosse também a participação das mulheres na Constituinte”, cita.
Hoje, o percentual de mulheres na Câmara dos Deputados subiu para 15%, e no Senado para 12%. Mas perto de 20% dos municípios brasileiros – ou cerca de 1 mil dos 5.500 municípios – não têm sequer uma mulher como vereadora.
“Nós temos um dos piores desempenhos de participação da mulher na América Latina e no mundo. Estivemos entre as sete economias mais importantes do mundo, e no entanto a nossa democracia é tão pouco representativa, porque 52% da população não está representada no Parlamento”, aponta Lídice da Mata.
Para a deputada, o razoável seria que o Parlamento fosse de 50% de homens e 50% de mulheres, mas a luta da bancada feminina neste momento é pela reserva de 30% das cadeiras para elas. Hoje, a lei determina que as mulheres representem 30% das candidaturas, mas não há reserva de vagas. Uma conquista recente, aprovada na reforma eleitoral do ano passado, é a contagem em dobro dos votos em mulheres e em negros para a Câmara dos Deputados para fins de cálculo do rateio dos fundos partidário e eleitoral.

Novos avanços
Lídice da Mata defende novos avanços, com paridade entre homens e mulheres nas direções partidárias, para que as candidaturas femininas sejam valorizadas e os recursos dos fundos cheguem efetivamente a elas. Segundo a deputada, muitas mulheres abandonam as campanhas políticas por falta de recursos. Além disso, muitas enfrentam jornada dupla ou tripla de trabalho e não recebem em casa apoio dos homens. Por isso, para ampliar a participação da mulher na política, é preciso romper barreiras culturais e econômicas.
“Nós precisamos de forte investimento na inclusão econômica da mulher na sociedade brasileira. Nós somos hoje em torno de 48% de mulheres chefes de família no Brasil, e chefes de famílias pobres. Então, o deslocamento de uma mulher para ser candidata é praticamente a perda de financiamento de uma família. É isso que nós precisamos debater e modificar no Brasil”, afirmou.
Nas eleições de outubro deste ano, 77 milhões de brasileiras deverão ir às urnas. A subprocuradora teme que haja concentração de votos nos chamados caciques partidários, os líderes tradicionais das siglas, ou em seus herdeiros políticos, devido ao fim das coligações.
A deputada é favorável às coligações, hoje vedadas, e também das federações partidárias, aprovadas recentemente pelo Congresso.
Reportagem – Lara Haje
Edição – Roberto Seabra


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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