POLITÍCA NACIONAL
Debatedores defendem valorização do ensino técnico para inclusão de jovens no mercado
POLITÍCA NACIONAL

Parlamentares e especialistas em educação sugeriram, nesta terça-feira (8), que o momento atual seja de uma virada para a formação técnica profissional no Brasil. Essa área da educação, segundo os participantes de um debate promovido pela Comissão Especial sobre a Formação Técnica Profissional, não pode mais ser considerada como de segunda categoria. Deve, ao contrário, ser vista como algo que contribuirá para o desenvolvimento social e econômico do Brasil e para a inclusão de milhares de jovens brasileiros.
Segundo o presidente do colegiado, deputado Professor Israel Batista (PV-DF), a comissão cumprirá uma função importante de modificar o imaginário da sociedade brasileira a respeito do ensino profissionalizante.
“Nós precisamos de uma educação profissionalizante que rompa com a visão elitista que olhava o trabalhador de cima para baixo”, afirmou Batista. “A gente tem uma hierarquização do saber que corrobora com uma sociedade que a gente quer ver pelas costas, que é essa sociedade brasileira colonialista, inadequada para os anseios de futuro que o Brasil precisa.”
Também o deputado Patrus Ananias (PT-MG) defendeu a superação da distinção entre os ensinos profissionalizante, voltado para as classes trabalhadoras, e o tradicional, para a classe média.
O deputado Luizão Goulart (Republicanos-PR), por sua vez, observou que o ensino técnico profissional serve para que o jovem tenha não só preparo para entrar no mercado de trabalho, mas também para seguir a vida e até ingressar no ensino superior.

Projeto de lei
A audiência desta terça foi a primeira realizada pela Comissão sobre a Formação Técnica Profissional da Câmara dos Deputados, que analisa o Projeto de Lei 6494/19. A proposta permite que as instituições de ensino superior aproveitem os créditos obtidos por estudante na educação profissional técnica na modalidade presencial, sempre que o curso técnico e o superior forem de áreas afins.
Segundo a relatora da comissão, deputada Tabata Amaral (PSB-SP), a Câmara deve dar uma resposta, especialmente para os jovens que estão sem trabalhar e sem estudar.
“A ideia aqui é que a gente tenha uma construção conjunta e que possamos caminhar para ter um marco colocando o ensino técnico no lugar de trazer protagonismo, oportunidade e possibilidades para a nossa juventude”, disse.
Segundo dados da consultoria IDados, mais de 12 milhões de jovens brasileiros de até 29 anos de idade não estudam nem trabalham.

Sugestões
Os participantes da audiência fizeram diversas sugestões ao projeto de lei. O coordenador-geral de instrumentos e medidas educacionais do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC), Gustavo Moraes, defendeu que a proposta não faça determinações quanto à carga horária da educação técnica a ser aproveitada no ensino superior, nem fique restrita à modalidade presencial.
“Há outras formas de aproveitamento dos estudos e dos saberes. Aqueles saberes constituídos no âmbito do trabalho, do estágio, por exemplo, ou de experiências pregressas, onde eles ficam?”, questionou Gustavo Moraes.
O gerente executivo de Educação Profissional e Tecnológica do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Felipe Morgado, chamou a atenção para a importância de garantir a qualidade da educação profissionalizante, em um momento em que as profissões que vão surgir estarão ligadas à tecnologia. “Vão surgir novas vagas. Essas vagas serão muito próximas às necessidades dos jovens. As profissões rotineiras deixam de existir.”
O coordenador de ensino médio e técnico do Centro Paula Souza, Almério de Araújo, acrescentou que os institutos de formação técnica devem estar sempre conectados com a realidade do mercado.
“Hoje a escola oferece o mesmo curso sempre. Teria de pensar em indicadores que sinalizem uma oferta e também o esgotamento da demanda, uma readequadação das escolas a outras demandas regionais, porque a região é dinâmica”, afirmou Araújo.
Reportagem – Noéli Nobre
Edição – Roberto Seabra
GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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