MATO GROSSO
MT é destaque no Pan-Americano de Cross Country; indígena de General Carneiro garante medalha de bronze
MATO GROSSO
Atletas apoiados por projetos de incentivo ao esporte, criados pelo Governo de Mato Grosso, estão se destacando cada vez mais nas competições que participam. Entre os projetos está o Olimpus MT, cujo edital foi lançado na semana passada, pela Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel). Os resultados do mais relevante programa financeiro para o desenvolvimento do esporte no Estado surgem a cada competição.
Os mato-grossenses Jânio Varjão e Wendel Gerônimo se tornaram campeões no Pan-Americano de Cross Country, no domingo (27.03), em Serra, no Espírito Santo. Ambos são bolsistas do Projeto Olimpus MT. E com o apoio dos Pontos de Esporte, no caso do Jânio, outro projeto vencedor da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer de Mato Grosso.
Manuel Tsiwario, da etnia Xavante, o primeiro indígena a compor uma seleção brasileira de atletismo, conquistou medalha de bronze. O atleta, da terra Indígena de Sangradouro, da cidade de General Carneiro, em Mato Grosso, tem pouco mais de um ano de treinamento.
Manoel foi revelado pelo professor Sivirino Souza dos Santos, quando o treinador foi acompanhar uma competição na aldeia, em dezembro de 2020.
“Pensei muito se eu ia, porque era longe – 260 km -, perto do Natal e em um período de muita chuva, com trajeto de muita lama na estrada de terra. Acabei indo e o Manuel correu descalço e, aos 15 anos, fechou a prova de 10 km em 36:37. Fiquei impressionado”, lembrou o treinador.
Sivirino conta ainda que o atleta tem muitas dificuldades de comunicação e que nunca havia saído da aldeia e está aprendendo português e descobrindo um novo mundo.
“Coisas comuns para qualquer morador dos grandes centros estão sendo novidades para ele que nunca tinha viajado de avião, nunca tinha andado de escada rolante, de elevador, ou ficado em prédio como no hotel em Serra. Tudo é novidade para ele”.
Para o secretário de Cultura, Esporte e Lazer, Alberto Machado, esses são resultados muito expressivos, de atletas apoiados por projetos de incentivo ao esporte criados pelo Governo de Mato Grosso.
“Nosso esporte tem muito potencial e, daqui em diante, veremos cada vez mais campeões ganhando destaque em competições nacionais e internacionais. Parabéns a todos esses guerreiros e guerreiras que tanto nos orgulham. A propósito, a equipe feminina de goalball, da Associação Mato-grossense dos Cegos, contemplada no Projeto Ponto do Esporte, também foi campeã da Super Copa Brasil na modalidade, recentemente”, comemorou.
No total, a competição reuniu 371 participantes, com atletas do Canadá, México, Colômbia, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela, além do Brasil. Dos brasileiros convocados, o país foi representado por atletas da Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além do Distrito Federal.


MATO GROSSO
Mais de 17,6 mil pessoas com deficiência comandam negócios próprios em Mato Grosso

Cerca de 17,6 mil pessoas com deficiência (PCD) têm o próprio negócio em Mato Grosso, segundo pesquisa do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Mato Grosso (Sebrae/MT). O levantamento, realizado neste ano, mostra que esses empreendedores representam 3,6% do total de empresários mato-grossenses, com predominância de pessoas com limitações motora (36,7%), visual (34%) e auditiva (29,3%).
O estudo aponta que os empreendedores PCD apresentam elevado nível de escolaridade: 46,9% concluíram o ensino médio e 38,1% têm ensino superior - índice superior à média estadual. A faixa etária predominante está entre 35 e 44 anos (39,5%), seguida por 45 a 54 (22,4%). O grupo é formado majoritariamente por homens (57%). No recorte racial, há equilíbrio entre pardos (36,7%) e brancos (34%), seguidos por pretos (19%).
A maioria é casada (57,1%) e tem filhos (91,2%), o que reforça a importância da renda do próprio negócio para a estrutura familiar.
No campo econômico, os empresários com algum tipo de limitação atuam em diversos setores. O comércio concentra 31,3% dos negócios, seguido por serviços (25,2%), indústria (21,8%) e tecnologia (14,3%). Moda (17,7%), cosméticos (15%) e alimentação (14,3%) estão entre os principais segmentos.
A formalização é alta: 85,7% possuem CNPJ, sendo a maioria registrada como microempresa (48,4%) ou empresa de pequeno porte (32,5%). Além disso, 70% atuam há mais de três anos e quase metade emprega de dois a cinco colaboradores, o que demonstra maturidade e estrutura consolidada.
Dificuldades
As motivações que levam pessoas com deficiência a empreender mesclam necessidade e realização pessoal. Para 40,8%, a decisão está ligada à necessidade financeira, enquanto 34% enxergam oportunidades de mercado e 32% buscam autonomia. A frustração com o mercado de trabalho tradicional (23,1%) e o desejo de realizar um sonho (15%) também aparecem com destaque.
As mulheres tendem a empreender mais por necessidade (54%), enquanto os homens se movem principalmente pela percepção de oportunidade (48,8%).
Na jornada empreendedora, os desafios enfrentados são múltiplas e revelam tanto desafios estruturais quanto específicos. Burocracia (44%), concorrência acirrada (39%) e falta de capital inicial (33%) estão entre as principais dificuldades. Além disso, 21% relataram barreiras diretamente ligadas à deficiência, como acessibilidade e preconceito, e 22% mencionaram dificuldades para equilibrar a vida pessoal e profissional.
Entre as mulheres, questões de gênero e maternidade ganham relevância, enquanto os homens apontam custos e juros elevados como maiores obstáculos.
“O Sebrae apoia todos os empreendedores, porque acredita que o empreendedorismo é um caminho de inclusão e autonomia para todas as pessoas, independentemente de suas condições. Quando um empreendedor PCD empreende, ela inspira e transforma o seu entorno”, afirma Liliane Moreira, analista técnica do Sebrae/MT. “A inclusão produtiva das pessoas com deficiência é uma questão de equidade e também de fortalecimento da economia, pois amplia talentos, gera inovação e promove uma sociedade mais justa”.
Dados da pesquisa
O levantamento foi realizado entre 3 e 31 de janeiro de 2025, por meio de entrevistas telefônicas, com 147 empreendedores (formais e informais) que possuam alguma deficiência no estado de Mato Grosso. O estudo apresenta uma taxa de confiança de 95% e margem de erro de 4%.
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