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Empresa pública espanhola é referência na gestão da água
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Uma das experiências exitosas que ganharam destaque durante o primeiro Simpósio Global sobre Soluções Sustentáveis em Água e Energia, em Foz do Iguaçu (PR), é o da empresa pública espanhola Canal de Isabel II, reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) como “operador de referência mundial na gestão de água e energias renováveis”.
Segundo a presidente da empresa espanhola, Paloma Martín, o sucesso dos serviços prestados pela empresa se deve, em parte, à “sinergia interna de uma empresa que atua em todo o ciclo da água”, o que inclui abastecimento, saneamento e depuração, que é “o pós uso e abrange tanto a limpeza da água como a geração de energia”.
Qualidade extrema
A empresa pública atende cerca de 7 milhões de habitantes com um serviço classificado como de “qualidade extrema” para a população da região de Madrid, capital da Espanha. Durante a palestra, Paloma explicou que a Espanha é um país complicado que, em 40 anos, registrou 2,3 mil fenômenos climáticos extremos. Apenas com inundações, o país teve prejuízos de 1 bilhão de euros.
Ela explicou que o ciclo da água gera uma série de atividades ambientais que devem ser aproveitadas. “Usamos cachoeiras para produzir energia; aplicamos tratamentos avançados de recuperação ao lodo, resultante do processo de purificação para ser usado como fertilizante na agricultura; e, a partir disso, obtemos fertilizantes a partir dos nutrientes do lodo”, exemplificou.
Também por meio do tratamento dado ao lodo, a empresa produz biogás para geração de energia elétrica e para fornecimento de biometano para uso em veículos.
Paloma Martín acrescenta que a Canal de Isabel II também instalou usinas fotovoltaicas que geram energia utilizada por suas estruturas. A preocupação com a segurança energética ficou ainda maior após o conflito entre Rússia e Ucrânia, o que, segundo ela, alterou o mercado e acelerou o debate sobre a dependência energética no continente.
Autossuficiência
Gerente de Energia Elétrica da mesma empresa, Federico Vallés Figueras explica que o uso de energia fotovoltaica é voltado à depuração de águas já utilizadas pela população madrilenha. “Já o uso da tecnologia de biogás, a partir de resíduos é voltado à geração de eletricidade”, disse.
“Aproveitamos todas as pequenas oportunidades para maximizar a geração de energias porque queremos ser a primeira empresa de água a ser totalmente autossuficiente, do ponto de vista energético”, acrescentou ao ressaltar também a preocupação em “reduzir ao máximo todo o impacto causado”.
Segundo Paloma, a empresa já produz o equivalente a 87% da eletricidade que consome.
Simpósio
O primeiro Simpósio Global sobre Soluções Sustentáveis em Água e Energia começou hoje (13) e vai até quarta-feira (15). Autoridades, sociedade civil, setor privado e especialistas em água, energia, ecossistemas terrestres e mudanças climáticas participam do evento, em Foz do Iguaçu (PR).
Organizado pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da Organização das Nações Unidas (UN Desa) e pela Itaipu Binacional, o simpósio pretende “compartilhar e explorar as melhores práticas em relação ao uso sustentável de água e energia”, tendo por base um contexto onde mais de 733 milhões de pessoas não têm acesso à eletricidade; e mais de 2 bilhões de pessoas são afetadas pelo estresse hídrico no mundo.
A situação pode ficar ainda pior, uma vez que, de acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA), até 2035 o consumo de energia deverá aumentar em 50%, o que acarretará em um aumento de 85% do consumo de água do setor energético.
*O repórter viajou a convite da Itaipu Binacional
Edição: Denise Griesinger


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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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