POLITÍCA NACIONAL
Câmara assina Pacto Nacional pelos Direitos da Mulher
POLITÍCA NACIONAL

A Procuradoria da Mulher e a bancada feminina da Câmara dos Deputados realizaram nesta quarta-feira (23) uma cerimônia para a assinatura do Pacto Nacional pelos Direitos da Mulher. A solenidade integra as atividades da campanha pelos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres”.
O documento, assinado por diversas instituições e entidades da sociedade civil e governamentais, reúne dez áreas que precisam ser desenvolvidas como forma de diminuir as desigualdades entre homens e mulheres e a violência sofrida por mulheres e meninas no Brasil.
A coordenadora da bancada feminina, deputada Celina Leão (PP-DF), destacou que a equidade e o combate à violência passam, necessariamente, pela ocupação de espaços de poder pelas mulheres.
“A formalização desse pacto nesses 21 dias de ativismo demonstra o respeito do Poder Legislativo por essas entidades, por esses órgãos, por esses poderes que estão assinando conosco esse pacto. Cada um na sua magnitude do seu trabalho, com certeza nós colheremos bons frutos dos trabalhos de vocês”, disse a deputada.

A procuradora da Mulher da Câmara, deputada Tereza Nelma (PSD-AL), afirmou que o Pacto vai ajudar o Brasil a cumprir a Constituição, que garante acesso aos direitos fundamentais para todos os brasileiros.
“Um instrumento que visa trazer avanços na garantia dos direitos fundamentais para meninas de mulheres brasileiras a partir de um esforço conjunto entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário e a sociedade civil organizada, o Pacto chama a atenção justamente para a nossa Constituição Federal de 1988, que indica como um dos objetivos fundamentais do País a promoção do bem de todos e de todas sem preconceitos de origem, raça, cor, idade ou quaisquer outras formas de discriminação”, ressaltou Tereza Nelma.
A vice-presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada, Rejane Sanches, destacou a importância do Pacto, lembrando que onde há violação dos direitos humanos é preciso o empenho de toda a sociedade na defesa dos mais vulneráveis.
Já a coordenadora nacional de Empreendedorismo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Renata Malheiros, lembrou que incentivar as mulheres a terem seus próprios negócios é uma das formas de diminuir a violência contra elas. Ela citou ainda que as mulheres, por serem culturalmente responsáveis pelos cuidados da casa e dos familiares, dedicam 17% menos tempo aos seus negócios que os empreendedores homens.
O Pacto Nacional pelos Direitos da Mulher tem por objetivo construir um esforço conjunto entre os Poderes Legislativo, Executivo, Judiciário, sociedade civil organizada e outros parceiros, para avançar na concretização e alcance efetivo dos direitos pelas mulheres e meninas brasileiras.
O instrumento público vai se valer de ações articuladas e integradas para difundir, promover e fortalecer os direitos das mulheres em dez áreas temáticas:
- Igualdade no mundo do trabalho e autonomia econômica
- Economia do cuidado
- Acesso ao bem-estar e à saúde
- Enfrentamento a todas as formas de violência
- Participação igualitária nos espaços de poder e decisão
- Acesso democrático à cultura, ao esporte, ao lazer e à comunicação
- Planejamento urbano (mobilidade e outros)
- Inclusão e segurança digital
- Meio ambiente e desenvolvimento sustentável, e
- Educação para a igualdade
Reportagem – Karla Alessandra
Edição – Marcia Becker
Fonte: Câmara dos Deputados Federais
GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.