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Livro aborda a neurociência aplicada ao exercício do direito

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“Quem o Direito só sabe nem o direito sabe”. A frase, cunhada pelo advogado, jornalista e professor San Tiago Dantas (1911-1964), abre o primeiro capítulo do livro “O cérebro que julga – neurociências para juristas”, escrito pelo advogado e professor Rosivaldo Toscano Junior. A escolha, direta e assertiva, resume a intenção do autor: chamar a atenção para a necessidade de ampliar horizontes e não limitar o saber jurídico à letra fria da lei.

Ao longo de 10 capítulos, Toscano traz subsídios para que juristas e magistrados aprofundem seus conhecimentos sobre o pensamento humano e a construção de valores. Ele ainda traz conceitos com aplicações práticas, indicando situações que podem enriquecer a atuação profissional em julgamentos.

A obra foi escolhida pela secretária-geral adjunta do Conselho Federal da OAB, Milena Gama, como dica de leitura. O site da OAB Nacional publica, quinzenalmente, indicações culturais com foco no universo jurídico. 

Para ela, a neurociência aplicada às ciências jurídicas podem qualificar o trabalho do advogado e ampliar seu repertório profissional a partir da maior compreensão referente a decisões de juízes, indicação de testemunhas e orientação de clientes.

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“O entendimento de como as percepções se formam no cérebro, como os valores são definidos e como a percepção mental é gerada, seja de um juiz, de um promotor, de uma testemunha, é uma ferramenta importante para a atuação do advogado. E, nesse sentido, o livro do doutor Rosivaldo é uma grande contribuição”, destaca Milena.

No primeiro capítulo, o autor aborda os princípios que regem o funcionamento do cérebro, como associação, compatibilidade, retenção e foco. Na sequência, um mergulho sobre percepção e consciência, com trechos que levam a algumas reflexões, como a discussão se o mundo é exatamente como o percebemos. Em seguida, a memória ganha destaque, com abordagens sobre seu funcionamento e, em especial, suas lacunas, o que pode levar à discussão referente a eventuais inconsistências ou manipulações de provas testemunhais.

O cérebro social é o tema do quinto capítulo, abordando como as influências grupais agem sobre nossas escolhas. A tomada de decisão, e o que a define, também ganha destaque. Em seguida, uma abordagem sobre os dois modos de funcionamento do cérebro, um mais ligado à intuição e outro ao pensamento analítico. O oitavo capítulo trata dos vieses e ruídos observados na prática forense, sendo um dos trechos com maior aplicação prática. Ainda há espaço para a abordagem de questões pontuais da magistratura, enfrentamento de preconceitos e vieses e, até, um capítulo extra que entra na questão mais técnica do funcionamento cerebral.

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O livro foi publicado pela Emais Editora e tem 404 páginas. O autor, Rosivaldo Toscano Junior, é doutor em direito pela Universidade Federal da Paraíba, mestre em direito pela Unisinos-RS e MBA em Poder Judiciário pela FGV-Rio, além de professor na Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (ENFAM), na Escola da Magistratura do Rio Grande do Norte (ESMARN).

Fonte: OAB Nacional

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CNJ identifica ‘esquema organizado de venda de decisões’ envolvendo desembargador e Zampieri

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A decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão responsável por administrar e fiscalizar o Poder Judiciário, recebeu o desembargador Sebastião de Moraes Filho, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, levantando suspeitas de venda de decisões judiciais e pagamentos realizados via PIX e até em barras de ouro. Sebastião de Moraes Filho foi afastado de suas funções em agosto enquanto o CNJ investiga a possibilidade de ele ter recebido propinas em troca de decisões.

O caso também é alvo de um inquérito criminal e foi considerado de tal gravidade que o ministro Luís Felipe Salomão, então corregedor do CNJ, levou a questão ao ministro Luís Roberto Barroso, presidente do conselho, para uma solução em conjunto. “Evidenciam-se elementos suficientes para recomendar o afastamento do magistrado, na medida em que não é possível que o desembargador permaneça em atuação em unidade tão sensível, como é um gabinete de segundo grau de câmara de direito privado”, diz um trecho da decisão , referendada pelo plenário do CNJ.

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Conversas obtidas no celular do advogado Roberto Zampieri, que foi assassinado em dezembro de 2023, na porta de seu escritório em Cuiabá, colocaram o desembargador na mira do CNJ. Ao todo, eles trocaram 768 mensagens entre 14 de junho de 2023 e 5 de dezembro de 2023, revelando uma relação próxima, com trocas sobre futebol e viagens, além de livre acesso ao gabinete do desembargador.

As mensagens também indicam a influência do advogado no trabalho do magistrado e o pagamento de propinas para decisões desenvolvidas aos clientes de Zampieri. Em uma das conversas, o advogado afirma que “o Pix está errado, estornou o valor”. “Tente mandar o Pix correto que faço agora”, acrescenta.

Cinco dias depois, informa que “o pagamento da sobrinha foi feito”, anexa um comprovante de transferência de R$ 10 mil e solicita o adiamento de um julgamento. Em outubro, Zampieri menciona ter alcançado “um contrato muito bom para o Mauro” e continua: “O senhor vai ficar feliz com o contrato que consegui para ele”. Mauro, segunda suspeita do CNJ, é o advogado Mauro Thadeu Prado de Moraes, filho do desembargador. Em outra mensagem, o advogado envia ao magistrado uma imagem de duas barras de ouro, de 400 gramas, que foram usadas como pagamento de propinas.

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