POLITÍCA NACIONAL
Comissão externa da Covid-19 aprova relatório final com recomendações para enfrentar pandemias
POLITÍCA NACIONAL

A comissão externa da Câmara dos Deputados que acompanha o enfrentamento da pandemia de Covid-19 aprovou, nesta quarta-feira (21), o relatório final da deputada Carmen Zanotto (Cidadania-SC).
O texto destaca que o avanço da vacinação ao longo dos últimos anos permitiu controlar a pandemia, mas, mesmo assim, o País atingiu a marca de mais de 35 milhões de casos de Covid-19 e 692 mil mortes em decorrência da doença (dados de 20 de dezembro de 2022).
“Este relatório não consegue transcrever os momentos de angústia, de preocupação e de tristeza frente à pandemia que vivemos. A angústia vinha das mães que precisavam do medicamento para manter os seus filhos intubados, vinha dos trabalhadores da área da saúde que não tinham uma simples máscara de proteção individual, vinha da falta de leitos de UTI para salvar a população”, disse a relatora, emocionada.
Segundo ela, o documento reúne informações e avanços obtidos pelo colegiado ao longo do período e faz recomendações visando à preparação do País para momentos de crise, como outra pandemia. “Tomara que este relatório possa, enfim, auxiliar o País a enfrentar situações de pandemia com mais celeridade”, acrescentou.
Zanotto defendeu ainda a importância do Sistema Único de Saúde (SUS), dos profissionais da saúde, do Programa Nacional de Imunização (PNI) e da indústria nacional.
O colegiado, formado por 21 parlamentares e coordenado pelo deputado Doutor Luizinho (PP-RJ), começou a funcionar em fevereiro de 2020, tendo realizado ao todo 144 eventos, entre reuniões técnicas, audiências públicas, seminários e visitas técnicas ao Ministério da Saúde.
“Muitas coisas nós fizemos em apoio ao Ministério da Saúde e em apoio às secretarias [estaduais e municipais de saúde] no momento em que as pessoas não enxergavam um caminho de forma muito clara”, ressaltou o coordenador da comissão.

O relatório pontua que, na fase inicial, o foco era debater medidas de controle da pandemia, dada a urgência e o nível crítico da situação enfrentada. No período mais recente, entretanto, a ênfase tem sido a vacinação contra a Covid-19, considerando que a pandemia entrou em fase de maior controle, mas ainda produz efeitos sanitários.
Propostas
Entre os resultados da comissão externa, destacam-se 12 projetos de lei priorizados pelo colegiado e já transformados em norma, 37 indicações de mudanças ao Poder Executivo, além de 100 ofícios para órgãos diversos com demandas pertinentes ao tema.
Os 12 projetos transformados em lei tratam de temas como auxílio emergencial, recursos para saúde, telemedicina, auxílio financeiro da União às Santas Casas e hospitais filantrópicos, garantias a profissionais de saúde, entre outros. Também indicam a busca de proteção a idosos, povos indígenas e o combate à violência doméstica.
Os outros 49 projetos priorizados pela comissão externa e ainda em tramitação apontam para o trabalho a ser realizado para aperfeiçoar a resposta à pandemia.
Carmen Zanotto sugere que as recomendações apresentadas no relatório, com base em informações coletadas pela comissão, continuem sendo acompanhadas por uma subcomissão a ser instalada na Comissão de Seguridade Social e Família.
“Esse colegiado poderia verificar as normas geradas com o advento da pandemia e as proposições que não foram apreciadas, de forma a criar para o futuro um arcabouço legal mais amplo de suporte ao enfrentamento de novas emergências sanitárias”, disse.
Vigilância genômica
Entre as recomendações do documento está o fortalecimento, pelo poder Executivo, da vigilância epidemiológica no uso de novas tecnologias para busca e monitoramento de casos, além da vigilância genômica do novo coronavírus.
O relatório também recomenda que o Executivo inclua a atenção primária em saúde no tratamento precoce de pacientes com Covid-19 e adote medidas para reduzir a dependência externa de produtos da saúde, com especial atenção para os sedativos, avaliando necessidade de importação emergencial e de cooperação com organismos internacionais.
O texto traz outras recomendações nas áreas de vigilância em saúde, gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), recursos humanos, fiscalização e controle, pesquisa e outras políticas públicas.
Reportagem – Murilo Souza
Edição – Roberto Seabra
Fonte: Câmara dos Deputados Federais


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
-
Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
-
Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
-
Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
-
Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
-
Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
-
Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
-
Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
-
Perda de mercado para concorrentes de outros países.
-
Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
-
Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
-
Carnes bovina, suína e de frango
-
Café
-
Suco de laranja
-
Soja e derivados
-
Minério de ferro e aço
-
Aeronaves e peças da Embraer
-
Cosméticos e produtos farmacêuticos
-
Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
-
MATO GROSSO6 dias atrás
Mais de 17,6 mil pessoas com deficiência comandam negócios próprios em Mato Grosso
-
ARTIGOS6 dias atrás
Tecnologia, ciência e humanização: o tripé da medicina do futuro
-
ARTIGOS3 dias atrás
Dia do Médico: Desafios, avanços e a missão de cuidar
-
ARTIGOS6 dias atrás
Especialista em diagnóstico por imagem explica como a biópsia guiada contribui para o tratamento precoce do câncer de mama
-
ARTIGOS2 dias atrás
Canetas emagrecedoras: ortopedista alerta sobre impactos na coluna e nas articulações