POLITÍCA NACIONAL
Deputada pede desenvolvimento econômico de terras indígenas em sessão solene
POLITÍCA NACIONAL
A deputada Silvia Waiãpi (PL-AP) defendeu nesta quarta-feira (5) investimentos nos territórios indígenas e exploração sustentável das terras pelos próprios povos indígenas. “Queremos que nossas terras sejam desenvolvidas economicamente, de forma responsável, respeitando os limites da natureza e das comunidades que nelas vivem”, disse, em sessão solene em homenagem aos povos indígenas, requerida por ela.
“Para tanto, precisamos de apoio técnico e financeiro do governo e também da iniciativa privada”, opinou. “Queremos manter nossas tradições, nossa cultura, mas queremos ter acesso a tecnologias modernas e a renda”, acrescentou. Ela destacou que significativa parte dos indígenas passa por privações e por dificuldades para sobreviver, com falta de acesso aos direitos mais básicos.
A sessão não contou com a presença dos outros deputados indígenas, que ao todo são cinco. “Presto homenagem àqueles que se recusaram a estar aqui, porque eles nos fortaleceram e nos uniram no momento em que quiseram nos segregar”, disse Silvia Waiãpi, ao final da sessão. “Uns querem continuar vivendo em 1.500, outros querem a modernidade”, afirmou ainda.
“Nós, indígenas, não podemos continuar à margem do desenvolvimento social, cultural, educacional e econômico. Pelo contrário, queremos participar ativamente dele, de forma justa e equilibrada”, pediu. Ela lembrou que, segundo o último censo do IBGE, realizado em 2010, vivem no Brasil cerca de 900 mil indígenas. Os povos dividem-se em mais de 300 etnias e falam mais de 270 línguas. Os dados serão atualizados ainda em 2023.
Dia dos Povos Indígenas
Em discurso lido no Plenário, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que foi muito significativa a mudança oficial de nome do tradicional Dia do Índio, comemorado em 19 de abril, para Dia dos Povos Indígenas. A alteração ocorreu com a aprovação da Lei 14.402/22, oriunda do PL 5.466/19, que revogou o Decreto-Lei 5.540/43.
Segundo Lira, a mudança foi significativa “porque traduz o reconhecimento pela sociedade da enorme quantidade de etnias, línguas e culturas únicas dos povos indígenas do País”. Conforme o presidente da Câmara, a diversidade contribui para a riqueza do patrimônio cultural da nação e deve ser cada vez mais valorizada, respeitada e protegida.
Lira lembrou que atua em defesa dos direitos desses povos no Congresso a Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Povos Indígenas, coordenada pela deputada Célia Xakriabá (Psol-MG), que conta com o apoio de 205 parlamentares. Ele chamou a atenção ainda para a recém-criada Comissão da Amazônia e Povos Originários. “Há 238 proposições em tramitação que tratam de temas ligados à questão indígena”, informou. “A maior homenagem que esta Casa pode fazer aos povos originários é elaborar, propor e aprovar um arcabouço legal que garanta a eles na prática os direitos assegurados na Constituição”, ressaltou.

Demarcação
Secretário da Comunidade Indígena do Noroeste (DF) Guajajara, Arão da Providência Araújo Filho cobrou a demarcação de terras indígenas e lembrou que a Constituição de 1988 estabeleceu prazo de cinco anos para o governo demarcar terras indígenas. “Temos 303 terras indígenas aptas a serem homologadas. Já estamos entrando no sétimo ano que o governo brasileiro não demarca uma terra sequer”, disse. “A demarcação das terras indígenas é a principal pauta dos indígenas, junto com a educação e a saúde”, completou.
O deputado Gabriel Mota (Republicanos-RR) listou o arcabouço legal que protege os povos indígenas. Além da Constituição, que reconhece aos povos indígenas o direito às terras que tradicionalmente ocupam, citou a Convenção 169, da OIT, sobre povos indígenas e tribais, a qual reconhece o direito dos povos indígenas à consulta prévia sobre projetos que afetem suas terras, culturas e tradição.
“A proteção dos povos indígenas não é apenas questão de justiça social, mas é essencial para a preservação da biodiversidade e desenvolvimento sustentável do País”, avaliou. Ele defendeu que “não haja invasão de terra indígena em Roraima” e considera fundamental garantir aos povos indígenas “trator, escola boa, posto de saúde, estradas trafegáveis, energia elétrica e internet”.
Influência internacional
A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) criticou a influência internacional sobre os povos indígenas. “Chega de usarem os nossos povos para ganharem dinheiro, e já ganharam muito em nome dos nossos povos, chega de tanta influência internacional ditando o que uma menininha Xavante lá no interior do Mato Grosso tem ou não que fazer. Os nossos indígenas pensam, sabem o que querem, sabem onde querem chegar”, disse.
Já o deputado Prof. Paulo Fernando (Republicanos-DF) criticou portaria conjunta recente do Ministério da Saúde e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), que vedou o acesso de religiosos e o uso de imagens com referência a religiões nas aldeias. Para ele, a portaria viola a liberdade religiosa e a autonomia cultural indígena. Ele defendeu a atualização da legislação referente aos povos indígenas e pediu a aprovação, pelo Senado, do PL 1057/07, que pune quem não denunciar a prática de infanticídio indígena. O texto já foi aprovado pela Câmara.
Assistente jurídica do Agro Indígena, Luciene Kujãesage Kayabi defendeu o agronegócio dentro das aldeias indígenas. Segundo ela, muitos povos vivem na miséria total. “São donos da terra, mas não conseguem viver dela”, afirmou. Ela criticou órgãos governamentais e ONGs que, na visão dela, “acham que os povos indígenas conseguirão viver só da floresta”.
Reportagem – Lara Haje
Edição – Roberto Seabra
Fonte: Câmara dos Deputados


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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