Search
Close this search box.
CUIABÁ

POLITÍCA NACIONAL

Enfrentamento ao câncer depende de aumento de recursos para a saúde, afirmam debatedores

Publicados

POLITÍCA NACIONAL

Participantes de debate sobre financiamento e política de oncologia no Brasil foram unânimes em defender o aumento dos recursos públicos para prevenção e tratamento do câncer. O coordenador de Desenvolvimento Institucional do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), René José Moreira, destacou que, desde sua criação, o Sistema Único de Saúde (SUS) é subfinanciado, situação que se agravou com a adoção do teto de gastos.

Segundo relatou na reunião da Comissão de Saúde da Câmara nesta quinta-feira (1º), nos outros países que contam com sistemas universais de assistência à saúde, o financiamento público corresponde, em média, a 70% dos gastos totais. No Brasil, ao contrário, a maior parte dos custos seria privada. Ainda de acordo com René Moreira, os aportes públicos para o sistema de saúde no Brasil não chegam a 4% do produto interno bruto, e o ideal seria alcançar pelo menos 6%.

Para piorar, segundo o representante do Conass, com a adoção do teto de gastos no País, a parcela da União no financiamento da saúde sofreu “redução significativa”. Atualmente, o governo federal paga apenas 37,6% das despesas do SUS; os demais 62,4% ficam a cargo de estados e municípios, disse René Moreira.

Para o especialista, a sociedade brasileira precisa decidir se quer realmente financiar o sistema público universal de saúde, principalmente com a aprovação do arcabouço fiscal.

“Talvez precise avaliar o impacto do arcabouço fiscal na saúde. Será que, de fato,  vai gerar a possibilidade de chegarmos nos próximos quatro anos a pelo menos 5% do PIB em saúde pública, pelo menos aumento em 60%, 70% do orçamento do Ministério da Saúde? Ou será que nós vamos continuar reproduzindo ano a ano um gasto federal de 1,7% do PIB?”, questionou.

Leia Também:  Congresso promulga emenda que aumenta idade máxima para nomeação de magistrados

Segundo o diretor do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica de Goiás, Roney Pereira Pinto, no caso da oncologia os custos para os estados são ainda maiores. De acordo com ele, nessa especialidade, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias avalia novos produtos e os incorpora ao SUS sem definir quem vai arcar com os custos. Com isso, sempre que algum paciente entra na Justiça para assegurar um tratamento, quem paga são os estados.

Como forma de melhorar o orçamento da oncologia, o deputado Weliton Prado (Solidariedade-MG) defende a criação do Fundo de Enfrentamento ao Câncer. Conforme disse, há projetos na Câmara com essa finalidade.

“Vamos aprovar o fundo. Não vai retirar recurso de nenhum outro lugar. Nós temos muitos recursos dos acordos judiciais de todas as instâncias do Judiciário, os acordos de delação, dinheiro que está parado; é pegar esses recursos, colocar rubrica única no Ministério da Saúde para financiar as ações de enfrentamento ao câncer, destinar um percentual de imposto sobre o cigarro, o tabaco, as bebidas alcóolicas e não alcóolicas para o enfrentamento ao câncer”, apontou.

Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Audiência Pública – Financiamento e organização da política de oncologia do Brasil. Dep. Flávia Morais (PDT - GO)
Flavia Morais: “Já tem requerimento de urgência, de nossa autoria, para essa proposta”

Leia Também:  CPI ouve fundadores de empresa acusada de pirâmide financeira

Autora do pedido para a realização da audiência pública, a deputada Flávia Morais (PDT-GO) acredita que o fundo representa “a solução para o financiamento da oncologia”. Flávia adiantou que irá solicitar a votação da medida diretamente no Plenário, para acelerar o processo, e trabalhar para garantira a criação de uma rubrica específica para a oncologia no orçamento do Ministério da Saúde.

“Já existe projeto de lei — segundo o deputado Weliton, vários. Nós vamos fazer o levantamento de todos, já tem um requerimento de urgência, até de nossa autoria, pedindo que vá direto ao Plenário. Além da aprovação do projeto, a gente vai colocar uma rubrica específica para captar recursos para a oncologia.”

De acordo com a representante da Coordenação-Geral da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer do Ministério da Saúde Patrícia Gonçalves dos Santos, o Brasil conta com 315 serviços habilitados para atendimento oncológico pelo SUS. Para realização de radioterapia são 91 centros habilitados.

A representante do Ministério da Saúde ainda informou que o órgão também está discutindo a utilização do que denomina “impostos saudáveis” – sobre biticoins, jogos online e grandes fortunas, por exemplo – para o financiamento da oncologia, assim como defende o deputado Weliton Prado.

Reportagem – Maria Neves
Edição – Ana Chalub

Fonte: Câmara dos Deputados

COMENTE ABAIXO:
Propaganda

GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

Publicados

em

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

Leia Também:  Sancionada lei que beneficia empresas de 30 atividades econômicas do setor de eventos

 

Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

Leia Também:  Presidente sanciona orçamento com R$ 89 bilhões para Auxílio Brasil e vetos de R$ 3,2 bilhões

E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

CUIABÁ

VÁRZEA GRANDE

MATO GROSSO

POLÍCIA

MAIS LIDAS DA SEMANA