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ÁRVORES RESISTENTES AO FOGO

Incêndios florestais sem precedentes: entenda o que está acontecendo no Canadá

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MATO GROSSO

O Canadá está em estado de calamidade em meio a uma quantidade de incêndios florestais sem precedentes. O ministro de Preparação para Emergências, Bill Blair, afirnou que esta é a “pior temporada de incêndios florestais já registrada” no país, em números.

Na terça-feira (27), foram registrados cerca de 490 incêndios, mais da metade deles considerados fora de controle. Dezenas de milhares de pessoas se viram obrigadas a deixar suas casas.

Segundo o professor e pesquisador Wilson Roseghini, do Departamento de Geografia e do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a situação no Canadá pode ser explicada por um conjunto de fatores. O primeiro deles é o bioma predominante no país e o tipo de árvore que se desenvolve nas florestas de lá.

Roseghini afirma que, no Canadá, há um predomínio de árvores coníferas, que são aquelas que se desenvolvem em formato de cone, como pinheiros. Essas árvores fazem parte de biomas em que ocorrem muitos incêndios naturais.

“As árvores que crescem nesses biomas são resistentes ao fogo e, inclusive, necessitam dele para quebrar a chamada ‘dormência’ das sementes. Dessa forma, elas conseguem brotar e florescer”, explica.

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Outro fator mencionado pelo professor é o bloqueio atmosférico. O sistema meteorológico, que paira sobre o Atlântico Norte já há alguns dias, é associado a períodos mais quentes ou secos do que o normal.

De acordo com o Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP), bloqueios atmosféricos são sistemas meteorológicos de alta pressão que ocorrem em em altos níveis da atmosfera (acima de 5 mil metros) e em latitudes mais próximas dos polos, quando o normal é que esses bloqueios se deem em torno do trópicos. O fenômeno é considerado uma anomalia.

Essas anomalias formam um chamado “anticiclone”, que faz com que os sistemas que produzem chuva, como frentes frias, tenham de se desviar dele. Como o deslocamento desses bloqueios é lento, as ondas de calor e estiagem associadas a eles podem durar dias.

Um último fator destacado por Roseghini que explica os incêndios florestais no Canadá são as mudanças climáticas, que exercem grande influência sobre a intensificação de processos como os bloqueios atmosféricos.

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A Terra já alcançou uma alta na temperatura de 1,1ºC e começa a sofrer as consequências disso, como incêndios e inundações devastadoras. Por volta de 2030, dez anos antes do que se estimava, o planeta poderá alcançar o limite de 1,5 ºC de alta na temperatura, o que implicaria em riscos de desastres “sem precedentes” para a humanidade.

“Se, antes, os bloqueios faziam a temperatura alcançar 30ºC em algumas cidades do Canadá, hoje elas alcançam 35º, 40ºC. E, se antes eles duravam cinco dias, hoje duram entre sete e dez”, constata o professor.

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Mais de 17,6 mil pessoas com deficiência comandam negócios próprios em Mato Grosso

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Cerca de 17,6 mil pessoas com deficiência (PCD) têm o próprio negócio em Mato Grosso, segundo pesquisa do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Mato Grosso (Sebrae/MT). O levantamento, realizado neste ano, mostra que esses empreendedores representam 3,6% do total de empresários mato-grossenses, com predominância de pessoas com limitações motora (36,7%), visual (34%) e auditiva (29,3%).

O estudo aponta que os empreendedores PCD apresentam elevado nível de escolaridade: 46,9% concluíram o ensino médio e 38,1% têm ensino superior ­- índice superior à média estadual. A faixa etária predominante está entre 35 e 44 anos (39,5%), seguida por 45 a 54 (22,4%). O grupo é formado majoritariamente por homens (57%). No recorte racial, há equilíbrio entre pardos (36,7%) e brancos (34%), seguidos por pretos (19%).

A maioria é casada (57,1%) e tem filhos (91,2%), o que reforça a importância da renda do próprio negócio para a estrutura familiar.

No campo econômico, os empresários com algum tipo de limitação atuam em diversos setores. O comércio concentra 31,3% dos negócios, seguido por serviços (25,2%), indústria (21,8%) e tecnologia (14,3%). Moda (17,7%), cosméticos (15%) e alimentação (14,3%) estão entre os principais segmentos.

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A formalização é alta: 85,7% possuem CNPJ, sendo a maioria registrada como microempresa (48,4%) ou empresa de pequeno porte (32,5%). Além disso, 70% atuam há mais de três anos e quase metade emprega de dois a cinco colaboradores, o que demonstra maturidade e estrutura consolidada.

Dificuldades

As motivações que levam pessoas com deficiência a empreender mesclam necessidade e realização pessoal. Para 40,8%, a decisão está ligada à necessidade financeira, enquanto 34% enxergam oportunidades de mercado e 32% buscam autonomia. A frustração com o mercado de trabalho tradicional (23,1%) e o desejo de realizar um sonho (15%) também aparecem com destaque.

As mulheres tendem a empreender mais por necessidade (54%), enquanto os homens se movem principalmente pela percepção de oportunidade (48,8%).

Na jornada empreendedora, os desafios enfrentados são múltiplas e revelam tanto desafios estruturais quanto específicos. Burocracia (44%), concorrência acirrada (39%) e falta de capital inicial (33%) estão entre as principais dificuldades. Além disso, 21% relataram barreiras diretamente ligadas à deficiência, como acessibilidade e preconceito, e 22% mencionaram dificuldades para equilibrar a vida pessoal e profissional.

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Entre as mulheres, questões de gênero e maternidade ganham relevância, enquanto os homens apontam custos e juros elevados como maiores obstáculos.

“O Sebrae apoia todos os empreendedores, porque acredita que o empreendedorismo é um caminho de inclusão e autonomia para todas as pessoas, independentemente de suas condições. Quando um empreendedor PCD empreende, ela inspira e transforma o seu entorno”, afirma Liliane Moreira, analista técnica do Sebrae/MT. “A inclusão produtiva das pessoas com deficiência é uma questão de equidade e também de fortalecimento da economia, pois amplia talentos, gera inovação e promove uma sociedade mais justa”.

Dados da pesquisa

O levantamento foi realizado entre 3 e 31 de janeiro de 2025, por meio de entrevistas telefônicas, com 147 empreendedores (formais e informais) que possuam alguma deficiência no estado de Mato Grosso. O estudo apresenta uma taxa de confiança de 95% e margem de erro de 4%.

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