POLITÍCA NACIONAL
Lira diz que há espaço para reduzir juros, mas defende queda “natural” das taxas
POLITÍCA NACIONAL
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), defendeu a redução da taxa de juros “com naturalidade” e explicou que baixar os juros de maneira artificial pode prejudicar a economia e as pessoas mais pobres. “Penso que as coisas têm de acontecer com naturalidade, agir com artificialidade poderia machucar as camadas mais baixas. Todo mundo fez o seu papel e não vejo a vontade de se manter os juros como estão”, disse Lira em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira (31).
“Penso que o presidente [do Banco Central, Roberto Campos Netto] está observando esses movimentos e agora, sim, os juros vão baixar, mas tem de baixar com naturalidade, a partir das leis que aprovamos”, afirmou.
Segundo Arthur Lira, a melhoria da perspectiva econômica no País ocorre justamente pelas pautas aprovadas pela Câmara, entre elas a autonomia do Banco Central. Segundo ele, os parlamentares não cogitam acabar com essa independência, que tem mostrado efeitos positivos.
Arcabouço fiscal
O presidente da Câmara voltou a afirmar que, até o fim do mês, a Casa deve votar o texto com as modificações aprovadas pelo Senado no novo arcabouço fiscal (PLP 93/23).
No texto aprovado pelos deputados, os limites de gastos não incluem a política de valorização do salário mínimo, transferências aos estados e municípios, despesas sazonais, créditos extraordinários para despesas imprevisíveis e receitas neutras, ou seja, obtidas de doações ou receitas próprias de entes públicos.
O Senado acrescentou outras três exceções: a complementação de recursos para o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), o Fundo Constitucional do Distrito Federal e recursos para a ciência, tecnologia e inovação. Agora os deputados precisam analisar essas alterações.
“Temos um prazo até 31 de agosto [quando deve ser votada a Lei de Diretrizes Orçamentárias] e até lá vamos nos debruçar só sobre as alterações. O resto está em ordem, está precificado pelo mercado financeiro”, disse o presidente.
Reforma tributária
Em relação à reforma tributária, aprovada pela Câmara no mês passado, Lira afirmou esperar que o Senado vote o texto neste semestre para viabilizar sua promulgação ainda em 2023. Dessa maneira, as leis complementares que vão regulamentar pontos da reforma já poderiam ser analisadas no primeiro semestre do ano que vem.
Articulação política
Lira disse ainda que a relação do Palácio do Planalto com a Câmara tem melhorado bastante e cobrou o cumprimento de acordos estabelecidos. “O que tem de existir é senta, conversa, resolve e cumpre. Isso que tem de existir”, avaliou.
Ele voltou a defender a adoção do sistema semipresidencialista, que, em sua opinião, favoreceria uma relação mais harmônica entre os poderes, com uma divisão mais clara da gestão.
Segundo Lira, o País tem uma constituição parlamentarista e uma gestão presidencialista, em que o Legislativo ocupa espaço no Executivo, e o Executivo interfere no Parlamento.
O presidente da Câmara também foi questionado a respeito de investigações da Polícia Federal sobre aliados em Alagoas. “Seria muita imprudência defender orçamento e estar envolvido com venda de emenda parlamentar para prefeitura. Não posso responder por aliados”, afirmou Lira.
Reportagem – Luiz Gustavo Xavier
Edição – Natalia Doederlein
Fonte: Câmara dos Deputados


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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