POLITÍCA NACIONAL
Câmara vai acompanhar pauta apresentada na Marcha das Margaridas
POLITÍCA NACIONAL
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), anunciou a retomada da reforma agrária com prioridade para famílias chefiadas por mulheres, durante a 7ª Marcha das Margaridas, realizada nesta quarta-feira (16), em Brasília. No Plano Emergencial de Reforma Agrária, a pontuação para famílias chefiadas por mulheres no processo de seleção será dobrada.
De acordo com a organização da marcha, mais de 100 mil mulheres ocuparam as ruas da capital, entre trabalhadoras rurais, quilombolas, indígenas e assentadas da reforma agrária.
Presente no evento, a 2ª secretária da Câmara, deputada Maria do Rosário (PT-RS), adiantou que a Casa vai acompanhar a pauta apresentada pelas trabalhadoras rurais. “Estamos instituindo, com a deputada Benedita da Silva (PT-RJ), coordenadora da Secretaria da Mulher, uma comissão, um grupo de trabalho específico e especial, para organizarmos o acompanhamento de toda a pauta que recebemos”, disse Maria do Rosário.
“Uma pauta que trata da saúde e da assistência social pública, da autonomia econômica, da inclusão, da educação pública não sexista e antirracista, da defesa das mulheres, da soberania alimentar e nutricional”, detalhou a parlamentar.

Segundo a deputada Dilvanda Faro (PT-PA), um dos itens da pauta de reivindicações da Marcha das Margaridas é a aposentadoria das trabalhadoras rurais, que será facilitada com a regularização da documentação delas. As mulheres do campo muitas vezes enfrentam uma jornada tripla de trabalho e têm mais dificuldades de obter os benefícios previdenciários.
“Às vezes, as mulheres ficam em casa trabalhando nas plantas, criando galinha e não têm como se aposentar. Às vezes, sai para o homem, que está na roça, e as mulheres que trabalham, às vezes, um tempo integral, na jornada tripla de serviço, não têm como se aposentar”, criticou Dilvanda.
Heroína da Pátria
A Marcha das Margaridas começou a ser realizada há mais de 20 anos e é promovida a cada quatro anos pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), com o apoio de federações de trabalhadores, sindicatos e outras entidades.
O evento é realizado sempre em agosto para recordar o mês em que Margarida Alves, trabalhadora rural nordestina e líder sindical, foi assassinada, em 1983. Ela ocupou por 12 anos a presidência do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba.
Maria do Rosário lembrou que o Plenário do Senado aprovou, na terça-feira (15), o Projeto de Lei 4288/16, que inscreve o nome de Margarida Alves no Livro dos Heróis da Pátria. O livro está depositado no Panteão da Liberdade e da Democracia, em Brasília.
A proposta, que já havia sido aprovada pela Câmara, segue agora para sanção presidencial.
Resposta do Executivo
Além de anunciar a prioridade para as mulheres na reforma agrária, o presidente Lula assinou oito decretos na solenidade promovida na Praça dos Três Poderes durante a marcha:
- decreto que institui o Programa Quintais Produtivos para promover a segurança alimentar e nutricional de mulheres rurais;
- decreto sobre seleção de famílias e retomada da reforma agrária;
- decreto que institui a comissão de enfrentamento à violência no campo;
- decreto que cria o grupo de trabalho interministerial para o Plano de Juventude e Sucessão Rural, destinado a oferecer serviços públicos para a população jovem da agricultura familiar e ampliação das oportunidades de trabalho e renda para esse público;
- decreto que institui o Programa Nacional de Cidadania Bem Viver para as Mulheres Rurais, para retomada de programa nacional de documentação da trabalhadora rural;
- decreto que cria o Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios;
- decreto que retoma a Política Nacional para os Trabalhadores Empregados, para fortalecer os direitos sociais desses operários; e
- decreto que retoma o Programa Bolsa Verde, que faz pagamentos a famílias de baixa renda inseridas em áreas protegidas ambientalmente.
Lula disse que os anúncios são uma resposta às prioridades definidas pelo movimento das trabalhadoras rurais e convergem para a autonomia econômica e inclusão produtiva delas.
O presidente também defendeu o combate à violência de gênero. “É preciso criar uma cultura de respeito no campo e nas cidades. Não toleramos mais discriminação, misoginia e violência de gênero. Não podemos conviver com tantas mulheres sendo agredidas e mortas diariamente dentro de suas casas”, declarou.
Repercussão nos ministérios
O governo também anunciou que serão assinadas dez portarias durante a semana por vários ministérios para atender às reivindicações da Marcha das Margaridas. “Hoje assino uma portaria instalando de volta o Fórum Nacional de Políticas para as Mulheres Agricultoras do Campo, da Floresta e das Águas”, adiantou a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves.
Ela acrescentou que outro fórum será criado para discutir as questões referentes às mulheres pescadoras, marisqueiras e das águas, para debater uma política nacional para o setor.
Já o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, anunciou que ao todo serão entregues 90 mil quintais produtivos no País, dando acesso a insumos, equipamentos e utensílios necessários para mulheres do campo.
No dia 8 de março, segundo ele, já foram disponibilizados R$ 50 milhões em assistência técnica e extensão rural para as mulheres, e hoje serão disponibilizados mais R$ 25 milhões em assistência técnica para a prática agroecológica no País, metade destinado às mulheres.
Além disso, ele lembrou que, no Plano Safra da Agricultura Familiar 2023/2024, foi dobrado o valor do chamado Pronaf B (microcrédito produtivo, destinado aos agricultores familiares de baixa renda) para as mulheres.
A secretária de Mulheres da Contag, Mazé Morais, explicou que a pauta da marcha foi entregue no dia 21 de junho ao Executivo e ao Legislativo. Segundo ela, a última marcha, em 2019, foi a marcha da resistência, e a deste ano é a da reconstrução de um bem viver para as mulheres do campo.
Reportagem – Lara Haje
Edição – Natalia Doederlein
Fonte: Câmara dos Deputados


MATO GROSSO
Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix
O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.
A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.
Sensação de insegurança e repercussão negativa
Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.
Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.
Fake news e manipulação política
A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.
Compromisso com transparência
Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.
A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.
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