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Familiares de vítimas de violência policial pedem justiça no Rio
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Mães e familiares de vítimas de violência policial no estado do Rio de Janeiro realizaram ato, nesta quinta-feira (17), em frente ao Palácio Guanabara, sede do governo do estado, localizado na zona sul da cidade do Rio.
Munidos de cartazes com fotos e nomes das vítimas, cruzes e caixões de papelão, eles pediram justiça e fim das mortes em operações policiais nas favelas e periferias. O ato foi convocado pelo movimento de famílias de vítimas de violência policial, composto por mais de 100 pessoas.
“Esse ato representa a voz das mães que perderam os filhos, que estão pedindo justiça, que não aguentam mais todo dia um caso diferente. A gente só quer justiça, quem atirou nos nossos filhos que pague, que seja preso e que isso mude também. Que parem essa forma deles agirem, de entrar na comunidade atirando sem saber quem é, a gente só quer justiça”, diz Priscila Menezes, mãe de Thiago Menezes Flausino, de 13 anos, que foi morto a tiros, no início da madrugada do dia 7 de agosto, na principal rua de acesso à Cidade de Deus, comunidade em Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro.
“Eu não sei nem explicar, eu não sei se caiu a ficha ainda. Vão ficar agora só as lembranças dele. Boas, porque ele era um bom menino, carinhoso, educado. A gente nunca imagina passar pelo que está passando. A gente vai continuar aí na manifestação para chamar atenção das autoridades para eles mudaram essa forma deles agirem”, reforça Menezes.
O caso de Thiago não é isolado. Segundo o Instituto Fogo Cruzado, que reúne dados da violência armada, no Rio e em outras localidades, nos últimos sete anos, entre julho de 2016 e julho de 2023, as ações e operações policiais foram o principal motivo para vitimar crianças e adolescentes. Nesse período, 112 foram mortas e outras 174 ficaram feridas. Em 2022, 1.327 pessoas morreram em ações das forças de segurança do estado do Rio, o que equivalente a 29,7% de todas as mortes violentas registradas no ano, de acordo com o Instituto de Segurança Pública (ISP).
Segundo a vereadora do Rio, Monica Cunha, a manifestação é a forma como os familiares se protegem e cobram justiça. “Essa é a forma que a gente anda de fuzil, total diferente do governador, que entra nas nossas favelas, com funcionários que são pagos por eles com nossos impostos, empunhando fuzil e matando os nossos, sempre nossos homens e nossas crianças pretas”, diz.
Cunha é mãe de Rafael da Silva Cunha, assassinado no dia 5 de dezembro de 2006, aos 20 anos. Ela é fundadora do Movimento Moleque em 2003 para agir contra violações do sistema socioeducativo. “Aqui o que a gente tem é racismo contra o povo pobre e preto, porque se fosse pena de morte, seria qualquer um. Mas não é qualquer um, aqui tem uma linha, tem uma cor, tem um CEP, preto, pobre, favelado e jovem.”
Márcia Jacinto, mãe de Hanry Silva Gomes de Siqueira, de 16 anos, morto em 2002 com um tiro no peito, também pede justiça. “Eu vivia minha vida, casa, escola, igreja, eu sabia o filho que eu tinha em casa. Quando eu dormi e ele não estava em casa, meu coração já começou a palpitar. Eu já acordei assustada, porque eu tinha ido para o hospital com a minha neta, eu cheguei tão cansada. Eu escutei os tiros, mas eu não podia imaginar que um daqueles tiros ia ser certeiro a queima roupa no coração do meu filho.”
Jacinto estudou por conta própria e cuidou ela mesma da investigação da morte do filho, para a qual ainda aguarda justiça. “Se nós mães não fazemos o que nós fazemos, nossos filhos iam morrer como bala perdida ou como traficante, e a gente chorando, porque a gente é pobre, não tem dinheiro para pagar um bom advogado.”
Sônia Bonfim também aguarda justiça. O filho Samuel Vicente, de 17 anos e o marido, William Vasconcelos da Silva foram mortos em 2021, em Anchieta, zona Norte do Rio de Janeiro, durante uma ação da Polícia Militar. Eles levavam a namorada de Samuel à Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Samuel era aluno da escola da Polícia Militar em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
“Mês que vem vai fazer dois anos que meu filho foi assassinado. Meu filho e meu marido, e até agora resposta nenhuma, não tem resposta nenhuma, não fizeram perícia no local, ainda não virou processo, ainda está como inquérito sigiloso. Meu filho é estudante da escola da PM em São Gonçalo”, diz e acrescenta: “O próprio órgão que era para nos proteger, nos mata, é muito difícil”.
O governo do estado foi procurado pela Agência Brasil, mas não se posicionou até o fechamento da matéria.
Fonte: EBC GERAL


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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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