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Refugiada condenada por estelionato diz que foi vítima de fraudes

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A refugiada togolesa Falilatou Sarouna foi condenada a 11 anos de prisão em um processo por estelionato. Ela foi uma das cerca de 200 pessoas presas na Operação Anteros, conduzida pela Polícia Civil de São Paulo em 2020. A ação visava, segundo o Ministério Público, desarticular uma quadrilha que praticava “estelionatos sentimentais”, quando as vítimas são induzidas a acreditar em falsos relacionamentos virtuais e a repassar dinheiro para os golpistas.

A defesa de Falilatou diz que ela teve o nome usado pelos golpistas, que abriram contas em seu nome para receber o dinheiro das vítimas. “Até hoje ela tem enfrentado problemas porque continuam fraudando saques do auxílio emergencial e benefícios. A gente acredita que é a mesma pessoa que usou algum documento dela para abrir contas bancárias continua se passando por ela e fraudando saques de auxílios que são significativos na composição de renda dela”, explica o vice-presidente da Comissão de Direitos dos Migrantes e Refugiados da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em São Paulo, Vitor Bastos de Almeida.

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À época da operação, Falilatou chegou a ficar presa por seis meses. A refugiada, que trabalha como vendedora ambulante de roupas no Brás, região central paulistana, foi procurada pela polícia na casa onde morava. Resolveu, então, ir à delegacia para saber as razões de ter tido a residência revistada. “Esse é um dos grandes sinais da inocência, ela mesma foi à delegacia para buscar esclarecimentos do porquê a polícia foi a casa dela”, enfatiza Almeida, que também compõe a equipe de defesa da togolesa.

“Ela é extremamente humilde. É analfabeta”, acrescenta o advogado sobre a situação que expõe a refugiada aos golpistas. Na ocasião, foi organizado um movimento que denunciava a prisão como injusta e pedia a libertação de Falilatou.

Outra evidência que, segundo a defesa, comprova que Falilatou também foi vítima de uma fraude é a assinatura completamente diferente usada na abertura das contas usadas no esquema criminoso. A assinatura verdadeira dela é apenas um risco semelhante a um “w”. Enquanto a assinatura em uma das contas usadas nas fraudes é o nome completo dela em letra de forma.

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Agora, Falilatou aguarda em liberdade a tramitação do processo. Almeida diz que pretender recorrer a todas as instâncias possíveis para garantir o reconhecimento da inocência da refugiada, que está emocionalmente abalada. “Atualmente, ela está doente, impossibilidade de trabalhar”, conta.

Fonte: EBC GERAL

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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