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Ficção ambientada na ditadura é um dos vencedores do Festival do Rio

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O longa de ficção A Batalha da Rua Maria Antônia é o vencedor na categoria filme de ficção da 25ª edição do Festival do Rio, um dos principais eventos de cinema do país, que reuniu mais de 200 obras nacionais e internacionais de 5 a 15 de outubro. O filme premiado retrata um episódio emblemático da resistência estudantil ao regime militar no Brasil.  

A cerimônia de premiação foi na noite de domingo (15), no Cine Odeon, um dos mais tradicionais do Rio. Roteirizado e dirigido por Vera Egito, A Batalha da Rua Maria Antônia é composto por 21 planos-sequência, ou seja, tomadas contínuas – sem intervenções de edição – em uma tentativa de situar o espectador dentro da ação. 

Apesar de ser ficção, o filme se baseia em eventos reais que aconteceram durante a ditadura militar, em outubro de 1968. No cenário, estudantes que ocupavam o prédio da Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP) enfrentaram os ataques do Comando de Caça aos Comunistas, organização paramilitar de extrema-direita, que estava no outro lado da rua.  

“A luta por igualdade social, justiça e democracia não tem fim, e ela não é sobre ganhar ou perder, é sobre permanecer de pé, é sobre ter certeza de que vale a pena lutar, ganhando ou perdendo. É sobre saber que vale a pena se manter do lado certo da rua”, disse a diretora Vera Egito, por meio de uma mensagem enviada à cerimônia de premiação. 

O filme Pedágio se destacou por render o prêmio de melhor atriz para Maeve Jinkings e de melhor ator para Kauã Alvarenga.   

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“Eu nunca imaginei ganhar este prêmio num dos maiores festivais do Rio de Janeiro e do Brasil. Este prêmio também é de todos os pretos e pretas que moram nas favelas, em periferias, e para a minha família, que fez de tudo para eu estar aqui”, declarou o ator, emocionado. 

“Tentamos fazer o festival mais diverso e plural possível para trazer o cinema que fale do que nos é caro e feliz, mas também traga reflexão sobre o país que queremos. O cinema é capaz, sim, de ser transformador”, afirmou a diretora do festival, Ilda Santiago. 

Em toda edição, o Festival do Rio homenageia uma  artista LGBTQIA+ com o Troféu Suzy Capó de Personalidade do Ano. Em 2023, o troféu foi compartilhado pela atriz Nanda Costa e pela compositora e percussionista Lan Lanh. Segundo os organizadores, o casal “vem se destacando nas artes pela qualidade de seu trabalho profissional”. 

Lista dos vencedores

Confira a lista completa de vencedores da 25ª edição do Festival do Rio. 

Première Brasil 

Melhor Curta: Cabana, de Adriana de Faria. Produção: Adriana de Faria e Tayana Pinheiro 

Melhor Documentário: Othelo, o Grande, de Lucas H. Rossi dos Santos. Produção Franco Filmes 

Melhor Direção de Documentário: Daniel Gonçalves, por Assexybilidade. Produção: TvZero 

Menção honrosa para Black Rio! Black Power!, de Emílio Domingos. Produção: Espiral 

Melhor Atriz: Maeve Jinkings, por Pedágio. Produção: Biônica Filmes e O Som e a Fúria, e Grace Passô, por O Dia que te conheci. Produção: Filmes de Plástico 

Melhor Ator: Kauã Alvarenga, por Pedágio. Produção: Biônica Filmes e O Som e a Fúria 

Melhor Atriz Coadjuvante: Aline Marta Maia, por Pedágio. Produção: Biônica Filmes e O Som e a Fúria 

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Melhor Ator Coadjuvante: Carlos Francisco, por Estranho Caminho. Produção: Tardo Filmes 

Melhor Fotografia: Evgenia Alexandrova, por Sem Coração. Produção: Cinemascópio Filmes 

Melhor Direção de Arte: Vicente Saldanha, por Pedágio. Produção: Biônica Filmes e O Som e a Fúria 

Melhor Montagem: Eva Randolph, por Levante. Produção: Arissas 

Melhor Roteiro: Guto Parente, por Estranho Caminho. Produção Tardo Filmes 

Melhor Direção de Ficção: Lillah Halla, por Levante. Produção: Arissas 

Melhor Filme de Ficção:  A Batalha da Rua Maria Antônia, de Vera Egito. Produção: Paranoid Filmes 

Prêmio Especial do Júri: O Dia que te Conheci, de André Novais de Oliveira. Produção: Filmes de Plástico  

Première Brasil – Novos Rumos  

Melhor Longa: Saudade fez morada aqui dentro, de Haroldo Borges. Produção: Plano 3 Filmes 

Melhor Curta: Dependências, de Luisa Arraes. Produção: Cosmo Cine e Paris Produções 

Melhor Direção: Ricardo Alves Jr. por Tudo o que você podia ser. Produção: Entrefimes 

Prêmio Especial do Júri: A Alma das Coisas, de Douglas Soares. Produção: Acalante Filmes 

Menção Honrosa para Iracemas, de Tuca Siqueira. Produção: República Pureza Olinda 

Menção Honrosa para Bizarros Peixes das Fossas Abissais, de Marão. Produção: Marão Filmes 

Prêmio Felix  

Melhor Filme Brasileiro: Sem Coração, de Tião e Nara Normande 

Melhor Filme Internacional: 20.000 Espécies de Abelhas, de Estibaliz Urresola Solaguren 

Melhor Documentário: Orlando, Minha Biografia Política, de Paul B. Preciado 

Menção Honrosa de Documentário: Assexybilidade, de Daniel Gonçalves  

Prêmio Especial do Júri: Tudo o que você podia ser, de Ricardo Alves Jr. 

Troféu Suzy Capó de personalidade do ano: Nanda Costa e Lan Lanh 

Fonte: EBC GERAL

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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