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Rio de Janeiro ganha ferramenta importante para o setor audiovisual
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A RioFilme, órgão da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, lançou o novo Observatório do Audiovisual Carioca, disponível neste site. Desenvolvida a partir da plataforma Sistema de Informações Urbanas (Siurb), do Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos (IPP), a ferramenta, considerada estratégica, mapeia dados no Rio de Janeiro e traz números e gráficos essenciais à atividade audiovisual, com detalhes que ajudam a identificar as melhores estratégias de investimentos e a promoção da cidade como destino cinematográfico internacional.
Quanto aos valores aplicados, a RioFilme investiu, no ano passado, R$ 55 milhões, mais que o dobro de 2021, primeiro ano da atual gestão, quando a empresa se concentrou em um processo de reestruturação e aplicou R$ 24 milhões no audiovisual carioca.
O número de propostas beneficiadas pelos editais também subiu em 2022, alcançando 145 projetos, recorde na história da empresa e equivalente a quase o dobro de 2021, quando 74 propostas foram beneficiadas.
Além dos dados já disponibilizados, a RioFilme está preparando o mapeamento da estrutura do audiovisual disponível no Rio de Janeiro. Na área do site dedicada ao Mercado Audiovisual Carioca, atualmente em construção, poderão ser consultadas informações estratégicas para o setor, como número de produtoras em atividade na cidade, proporção do mercado por segmento e outros índices fundamentais para entender o cenário e prospectar estratégicas voltadas ao crescimento do mercado do Rio de Janeiro.
Cidade mais filmada
O Relatório Film in Rio, que consta do Observartório, revela números sobre as filmagens feitas no Rio de Janeiro. Em 2022, o município autorizou 7.174 diárias de filmagem, com média de 19 equipes gravando por dia no município. Segundo dados da Rio Film Commission, neste ano, até o mês de outubro, foram 6.479 diárias autorizadas. Os números são comparados aos de cidades como Madri, Paris e Lisboa, as mais filmadas do mundo.
Outros dados indicam que a região mais filmada da cidade é a zona sul, seguida das zonas norte e oeste. Quanto aos bairros e ruas que mais receberam equipes de gravação, sai na frente a região central, com 323 diárias autorizadas pela Rio Film Commission em 2023, seguida de Barra da Tijuca, com 155, e Flamengo, com 84.
A ferramenta mapeou também a origem das equipes que escolhem o Rio como destino cinematográfico. Depois dos cariocas (76,11%), as produtoras que mais filmam na cidade vêm de São Paulo (21,89%).
Tendência
Pelo Observatório Audiovisual Carioca, é possível também analisar tendências do mercado quanto ao tipo de obra que tem ganhado força no ambiente produtor. Em 2022, por exemplo, as séries preponderavam, com mais de 40% das filmagens realizadas no município.
Neste ano, aparecem em primeiro lugar os longas-metragens, com 26,36% dos sets; em segundo as séries, com 24,88%; e, em terceiro, as novelas, com 19,4% das filmagens ocorrendo na cidade do Rio.
Fonte: EBC GERAL


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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.