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Escritor Fernando Morais assume agência internacional de notícias

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Consagrado na arte da biografia, o jornalista brasileiro Fernando Morais passa a escrever uma nova história na carreira. Ele assumiu, neste mês, a Inter Press Service (IPS), uma agência internacional de notícias com 59 anos de serviços, com escritórios e correspondentes nos cinco continentes. Ele foi eleito por unanimidade pela equipe de 13 diretores do veículo para um mandato de 3 anos.

Trata-se de uma agência de notícias que tem por meta levar informação sobre grupos marginalizados ao mundo inteiro. A nova tarefa acontece enquanto ele também chega na reta final da produção do segundo volume da biografia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em entrevista à Agência Brasil, Fernando Morais considera a nova missão como um “desafio gigantesco” em uma agência de quase 60 anos de existência. “Uma agência que tem uma capilaridade no mundo inteiro e que nasceu na época do auge da Guerra Fria, no momento em que surgia também o movimento de países não alinhados, nações que mantinham uma distância dos Estados Unidos e União Soviética”.

A IPS tem sede em Roma e deve ser transferida para Madri. Segundo o jornalista Carlos Tibúrcio, diretor da IPS Latino-Americana e assessor especial da Presidência, com Fernando Morais a agência terá sede também em São Paulo, a partir de abril de 2024.

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Fernando Morais relembrou que a relação dele com a agência era antiga, como cliente. “Em algum dos veículos em que eu trabalhei, se utilizava material da IPS. É uma tarefa de tamanho gigante. Mas estou muito animado e disposto”.

Morais destaca que a agência tem uma característica híbrida porque traz conteúdos de diferentes gêneros, incluindo materiais sobre problemas de países, principalmente pobres, da região do Sul Global.

Meio ambiente

Ele entende que a IPS considera uma das suas principais prioridades a relação com reportagens, ensaios e reflexões sobre a defesa do meio ambiente. “Na agência, é possível encontrar uma preocupação com a defesa do meio ambiente”.

Morais disse que a IPS tem um compromisso já histórico com temas aprofundados sem perder o olhar sobre os fatos cotidianos. “[É necessário] até para atrair mais leitores, criar vínculo diário ou semanal com os seus leitores e, ao mesmo tempo, com os clientes da IPS, que são veículos espalhados por todo o planeta”.

Desinformação

Fernando Morais avalia que a onda de desinformação pela qual o mundo passa no século 21 sempre existiu. Para ele, no entanto, a disseminação de mentiras pela internet tornou a prática devastadora. “Se houver condições materiais para multiplicar mentiras para milhões de leitoras, de espectadores, de internautas, transforma-se a mentira na verdade”.

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Morais lembra que as eleições dos Estados Unidos que elegeram Donald Trump presidente entre 2017-2021, fizeram com que ele ficasse escandalizado. “A disseminação das mentiras era infinitamente maior do que a do desmentido. Então, eu vi coisas horrorosas, acusações de que Hillary Clinton [a adversária nas eleições] era acusada de crimes não cometidos”. Da mesma forma, ele considera que tenha ocorrido o mesmo no Brasil.

O jornalista ressalta que a internet possibilita uma comunicação personalizada. O lado ruim, segundo ele, é que a desinfomação pode dar um tiro certeiro com as mesmas ferramentas. “A mentira pode chegar exatamente onde se está querendo. Entendo que uma agência que tenha a respeitabilidade e a credibilidade que tem a Interpress pode dar uma grande contribuição na guerra contra a desinformação e contra a manipulação da informação”.

Prêmios e biografias

Fernando Morais tem carreira premiada na imprensa brasileira, incluindo três vezes o Esso. Em 2001, recebeu o prêmio Jabuti pelo livro Corações sujos. Suas obras já chegaram a 38 países. Entre os trabalhos, A Ilha, Olga, Chatô: o Rei do Brasil e Lula, volume 1. O volume 2 sai em março, segundo o escritor.

Nesta semana, o presidente Lula cumprimentou o escritor pelo novo cargo. “Fico muito feliz em ver agora o meu amigo e biógrafo dirigindo uma agência internacional dessa relevância”, afirmou o presidente.

Fonte: EBC GERAL

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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