MATO GROSSO
Em 10 meses, programa Recytec recolheu mais de 75 toneladas de resíduos eletrônicos em MT
MATO GROSSO
O programa é fruto da parceria entre a ONG Programando o Futuro e a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Seciteci), sendo uma resposta do Governo do Estado aos desafios do gerenciamento de resíduos eletrônicos em Mato Grosso. Além de realizar em grande escala o reaproveitamento de resíduos, o programa reforçou seu compromisso com a capacitação profissional e democratização da tecnologia.
Por meio de caravanas, campanhas de coleta e doações, o Recytec recebeu cerca de 75 toneladas de materiais que antes seriam descartados, possibilitando a o envio de 16.894,400 kg para empresas credenciadas. Todo processo é feito conforme as normas ambientais, sendo emitidos Certificados de Destinação Final de Resíduos (CDF). Outra parte do material segue em fase de separação e desmonte e futuramente serão designados para as empresas responsáveis pela reciclagem.
Além de promover o descarte apropriado, a iniciativa conta com cursos de capacitação em Montagem e Configuração, Robótica, Manutenção de Celulares, Informática Intermediária e Informática Básica. Ao longo do ano, foram formados 312 alunos, divididos em diversas turmas. Ainda há oito novas turmas que seguem em formação, com previsão de conclusão ainda em 2023.
Em maio, o governador Mauro Mendes assinou um convênio garantindo investimento de R$2,4 milhões para realização de novas formações pelos próximos dois anos.
O Recytec segue aberto para receber resíduos eletrônicos que seriam descartados, tanto de empresas quanto de pessoas físicas. Para realizar a doação basta encaminhar o material até a sede do programa, localizado na Escola Técnica Estadual de Cuiabá (Av. Gonçalo Antunes de Barros – Carumbé), ou agendar a coleta por telefone: (65) 9 9229-2675.
Computadores recondicionados
Durante os cursos de capacitação da Recytec, os estudantes aprendem o processo de montagem dos equipamentos e alternativas sustentáveis que se baseiam na reciclagem de resíduos eletrônicos. O resultado final são máquinas funcionais e prontas para serem doadas. Em 2023, foram entregues 292 computadores para instituições.
Ao todo, 46 entidades foram atendidas com as doações. As principais beneficiadas foram: a Prefeitura Municipal de Santo Antônio do Leverger, que recebeu um total de 40 computadores; o Centro Cultural Casa das Pretas e a EMEB Vereador Paulo de Campo Borges, que receberam 20 computadores cada.

A Associação Terapêutica Ambiental Paraíso (Atap) foi contemplada com 10 computadores. A presidente, Neusa Lima Vieira de Mouro, falou sobre a importância dessa doação para o centro de acolhimento.
“Utilizamos os equipamentos para ajudar no acolhimento de 150 pessoas em situação de rua. Tínhamos apenas um computador e vários setores precisando. Não tínhamos condições de comprar outro, mas agora deixamos todos os setores equipados”, explicou a coordenadora.
A Creche Nossa Senhora do Carmo também recebeu 10 computadores. A diretora, Dirce Cardoso da Silva, agradeceu a doação dos dispositivos que serão usados pela instituição em um projeto de informática para crianças com 4 e 5 anos.
“Dentre os projetos que trabalhamos esse ano está uma sala de informática. A chegada desses computadores nos alegrou muito porque até então só tínhamos o projeto, agora temos a certeza de mais uma realização. Eternamente agradecidos”, disse a diretora.
A entrega dos equipamentos possibilitou atingir um dos objetivos do programa: a democratização do acesso à tecnologia. De acordo com o coordenador do Recytec, Alexandre César Monteiro, todas as metas desse ano foram alcançadas e já há previsão de ampliação em 2024.
“As atividades realizadas pela Recytec em 2023 alcançaram as expectativas. Com cerca de 75 toneladas de resíduos coletados e mais de 300 alunos formados. O que fez a expectativa para o próximo ano ser de 240 toneladas de arrecadação, aumentando em 3x os resultados já alcançados neste ano”, disse o coordenador.
*Com colaboração de Gabriel Vieira


MATO GROSSO
Mais de 17,6 mil pessoas com deficiência comandam negócios próprios em Mato Grosso

Cerca de 17,6 mil pessoas com deficiência (PCD) têm o próprio negócio em Mato Grosso, segundo pesquisa do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Mato Grosso (Sebrae/MT). O levantamento, realizado neste ano, mostra que esses empreendedores representam 3,6% do total de empresários mato-grossenses, com predominância de pessoas com limitações motora (36,7%), visual (34%) e auditiva (29,3%).
O estudo aponta que os empreendedores PCD apresentam elevado nível de escolaridade: 46,9% concluíram o ensino médio e 38,1% têm ensino superior - índice superior à média estadual. A faixa etária predominante está entre 35 e 44 anos (39,5%), seguida por 45 a 54 (22,4%). O grupo é formado majoritariamente por homens (57%). No recorte racial, há equilíbrio entre pardos (36,7%) e brancos (34%), seguidos por pretos (19%).
A maioria é casada (57,1%) e tem filhos (91,2%), o que reforça a importância da renda do próprio negócio para a estrutura familiar.
No campo econômico, os empresários com algum tipo de limitação atuam em diversos setores. O comércio concentra 31,3% dos negócios, seguido por serviços (25,2%), indústria (21,8%) e tecnologia (14,3%). Moda (17,7%), cosméticos (15%) e alimentação (14,3%) estão entre os principais segmentos.
A formalização é alta: 85,7% possuem CNPJ, sendo a maioria registrada como microempresa (48,4%) ou empresa de pequeno porte (32,5%). Além disso, 70% atuam há mais de três anos e quase metade emprega de dois a cinco colaboradores, o que demonstra maturidade e estrutura consolidada.
Dificuldades
As motivações que levam pessoas com deficiência a empreender mesclam necessidade e realização pessoal. Para 40,8%, a decisão está ligada à necessidade financeira, enquanto 34% enxergam oportunidades de mercado e 32% buscam autonomia. A frustração com o mercado de trabalho tradicional (23,1%) e o desejo de realizar um sonho (15%) também aparecem com destaque.
As mulheres tendem a empreender mais por necessidade (54%), enquanto os homens se movem principalmente pela percepção de oportunidade (48,8%).
Na jornada empreendedora, os desafios enfrentados são múltiplas e revelam tanto desafios estruturais quanto específicos. Burocracia (44%), concorrência acirrada (39%) e falta de capital inicial (33%) estão entre as principais dificuldades. Além disso, 21% relataram barreiras diretamente ligadas à deficiência, como acessibilidade e preconceito, e 22% mencionaram dificuldades para equilibrar a vida pessoal e profissional.
Entre as mulheres, questões de gênero e maternidade ganham relevância, enquanto os homens apontam custos e juros elevados como maiores obstáculos.
“O Sebrae apoia todos os empreendedores, porque acredita que o empreendedorismo é um caminho de inclusão e autonomia para todas as pessoas, independentemente de suas condições. Quando um empreendedor PCD empreende, ela inspira e transforma o seu entorno”, afirma Liliane Moreira, analista técnica do Sebrae/MT. “A inclusão produtiva das pessoas com deficiência é uma questão de equidade e também de fortalecimento da economia, pois amplia talentos, gera inovação e promove uma sociedade mais justa”.
Dados da pesquisa
O levantamento foi realizado entre 3 e 31 de janeiro de 2025, por meio de entrevistas telefônicas, com 147 empreendedores (formais e informais) que possuam alguma deficiência no estado de Mato Grosso. O estudo apresenta uma taxa de confiança de 95% e margem de erro de 4%.
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