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Alfabetizados pelo Muxirum se matriculam na EJA e continuam em busca do tão sonhado diploma

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Mais de duas mil pessoas foram alfabetizadas em 2023 pelo Programa Mais MT Muxirum em Rondonópolis, e agora terão a oportunidade de dar continuidade aos estudos pela Educação de Jovens e Adultos – EJA. Muitos desses estudantes são idosos que, após anos sem estudar, decidiram voltar às salas de aula em busca do sonho de ter um diploma.

Dona Alice Barbosa de Oliveira, de 70 anos, é um exemplo de determinação e superação. Ela foi alfabetizada no ano passado pelo Muxirum e agora se matriculou na EJA. Diz estar empenhada em alcançar seus objetivos. Ela, que sempre sonhou em aprender a ler e escrever, conta que se sente realizada e até motivada a incentivar os mais jovens a não deixarem a oportunidade de estudar passar.

“Nasci no sítio, longe da cidade. Era tudo muito difícil e tive que me casar aos 16 anos. Naquela época, meu marido não permitiu que eu estudasse. Só após o nascimento da minha terceira filha que nos mudamos para Rondonópolis”, contou.

Depois de 50 anos casada, dona Alice ficou viúva, há 11 anos, mas só no ano passado pode viver o sonho de se sentar numa carteira de escola para aprender a ler e a escrever. “Eu sentia muita vontade de entender o que estava escrito nas coisas. Mas, como ia saber se nem escrever eu sabia? Hoje eu consigo ler e aprendi graças à professora do Muxirum”.

Dona Alice: “Hoje eu consigo ler e aprendi graças à professora do Muxirum”

Seo Adão Francisco Santana, de 79 anos, foi colega de dona Alice na alfabetização e também se matriculou na EJA para continuar os estudos. Ele também nasceu e viveu na zona rural de Rondonópolis.

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Conta que superou as dificuldades ao se mudar para a cidade e hoje se alegra ao dizer que há escolas para todos os lados. “A professora do Muxirum me ofereceu a oportunidade e eu não pensei duas vezes. Com o Muxirum tive a certeza de que ninguém iria tirar esse sonho de mim”.

Dona Alice e seo Adão não tiveram dificuldades, pois as aulas têm carga horária de 12 horas semanais, totalizando 384 horas anuais. O atendimento aos estudantes é flexibilizado e facilitado em relação ao local, podendo ser realizado em centros comunitários, igrejas ou escolas. As turmas são reduzidas, de 10 a 14 estudantes no máximo, para que tenham um desempenho melhor.

“Com o Muxirum tive a certeza de que ninguém iria tirar esse sonho de mim”, disse seo Adão

Condições favoráveis que levaram os dois até a conclusão, além de outros atributos. “Não foi difícil aprender porque a professora foi muito dedicada e carinhosa”, falou Adão. Já dona Alice, destacou a paciência da professora durante as aulas. “Ela pegava na minha mão e ia me ajudando a desenhar as letras. Depois, consegui fazer sozinha”, falou com o riso no rosto.

Parceria

De acordo com a Secretária Municipal de Educação de Rondonópolis, professora Mara Gleibe Ribeiro Clara da Fonseca, por meio do regime de colaboração com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT), o Mais MT Muxirum tem sido um grande sucesso. “A meta, neste ano, é ampliar o número de matriculados no programa, pois temos todo o apoio da Seduc para isso”.

Quem também comemora os resultados é a coordenadora local do Mais MT Muxirum, professora Lindinalva da Silva Gomes. “Fico emocionada toda vez que recebo a notícia de que mais um dos alfabetizados pelo Muxirum procurou a EJA para dar continuidade à sua formação”, expressou ao comentar sobre os próximos passos do programa.

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A exemplo dos demais municípios, Rondonópolis segue em ritmo acelerado para este ano. “Em março começam as formações e oficinas pedagógicas para coordenadores e professores, além da busca ativa dos estudantes e a efetivação das matrículas. O início das aulas está previsto para o mês de abril”, concluiu Lindinalva.

Expansão

O secretário de Estado de Educação, Alan Porto, destaca que o Governo de Mato Grosso mantém a meta de redução do analfabetismo no Estado para menos de 4% até o ano de 2025 e que o Mais MT Muxirum é uma ação fundamental para que isso ocorra.

Ele lembra que na alfabetização de jovens e adultos, o projeto já alfabetizou 52 mil pessoas desde 2021. “São mato-grossenses que já conseguem ler e escrever, graças ao esforço dos coordenadores e alfabetizadores que atuam em mais de 127 municípios que aderiram ao programa”. Para 2024, a perspectiva da Seduc é inscrever cerca de 18 mil pessoas no programa com a adesão de todos os 142 municípios.

Os investimentos até o final de 2024 somarão R$ 47,7 milhões. O Muxirum é uma das ações da Política Educação de Jovens e Adultos – EJA, uma das 30 políticas educacionais do Plano EducAção 10 Anos, que objetiva colocar a Rede Estadual de Ensino entre as redes públicas mais bem avaliadas no país até 2032.

Fonte: Governo MT – MT

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Mais de 17,6 mil pessoas com deficiência comandam negócios próprios em Mato Grosso

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Cerca de 17,6 mil pessoas com deficiência (PCD) têm o próprio negócio em Mato Grosso, segundo pesquisa do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Mato Grosso (Sebrae/MT). O levantamento, realizado neste ano, mostra que esses empreendedores representam 3,6% do total de empresários mato-grossenses, com predominância de pessoas com limitações motora (36,7%), visual (34%) e auditiva (29,3%).

O estudo aponta que os empreendedores PCD apresentam elevado nível de escolaridade: 46,9% concluíram o ensino médio e 38,1% têm ensino superior ­- índice superior à média estadual. A faixa etária predominante está entre 35 e 44 anos (39,5%), seguida por 45 a 54 (22,4%). O grupo é formado majoritariamente por homens (57%). No recorte racial, há equilíbrio entre pardos (36,7%) e brancos (34%), seguidos por pretos (19%).

A maioria é casada (57,1%) e tem filhos (91,2%), o que reforça a importância da renda do próprio negócio para a estrutura familiar.

No campo econômico, os empresários com algum tipo de limitação atuam em diversos setores. O comércio concentra 31,3% dos negócios, seguido por serviços (25,2%), indústria (21,8%) e tecnologia (14,3%). Moda (17,7%), cosméticos (15%) e alimentação (14,3%) estão entre os principais segmentos.

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A formalização é alta: 85,7% possuem CNPJ, sendo a maioria registrada como microempresa (48,4%) ou empresa de pequeno porte (32,5%). Além disso, 70% atuam há mais de três anos e quase metade emprega de dois a cinco colaboradores, o que demonstra maturidade e estrutura consolidada.

Dificuldades

As motivações que levam pessoas com deficiência a empreender mesclam necessidade e realização pessoal. Para 40,8%, a decisão está ligada à necessidade financeira, enquanto 34% enxergam oportunidades de mercado e 32% buscam autonomia. A frustração com o mercado de trabalho tradicional (23,1%) e o desejo de realizar um sonho (15%) também aparecem com destaque.

As mulheres tendem a empreender mais por necessidade (54%), enquanto os homens se movem principalmente pela percepção de oportunidade (48,8%).

Na jornada empreendedora, os desafios enfrentados são múltiplas e revelam tanto desafios estruturais quanto específicos. Burocracia (44%), concorrência acirrada (39%) e falta de capital inicial (33%) estão entre as principais dificuldades. Além disso, 21% relataram barreiras diretamente ligadas à deficiência, como acessibilidade e preconceito, e 22% mencionaram dificuldades para equilibrar a vida pessoal e profissional.

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Entre as mulheres, questões de gênero e maternidade ganham relevância, enquanto os homens apontam custos e juros elevados como maiores obstáculos.

“O Sebrae apoia todos os empreendedores, porque acredita que o empreendedorismo é um caminho de inclusão e autonomia para todas as pessoas, independentemente de suas condições. Quando um empreendedor PCD empreende, ela inspira e transforma o seu entorno”, afirma Liliane Moreira, analista técnica do Sebrae/MT. “A inclusão produtiva das pessoas com deficiência é uma questão de equidade e também de fortalecimento da economia, pois amplia talentos, gera inovação e promove uma sociedade mais justa”.

Dados da pesquisa

O levantamento foi realizado entre 3 e 31 de janeiro de 2025, por meio de entrevistas telefônicas, com 147 empreendedores (formais e informais) que possuam alguma deficiência no estado de Mato Grosso. O estudo apresenta uma taxa de confiança de 95% e margem de erro de 4%.

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