MATO GROSSO
Sema apresenta plano de manejo do Parque Estadual Serra de Ricardo Franco em audiência pública
MATO GROSSO
Plano consiste em documento técnico norteador das ações que serão realizadas na Unidade de Conservação
A Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT) apresentou, na tarde desta segunda-feira (25.03), o plano de manejo da Unidade de Conservação (UC) Parque Estadual Serra de Ricardo Franco (PESRF), em audiência pública realizada na Câmara Municipal de Vila Bela da Santíssima Trindade (a 520 km de Cuiabá).
Mais de 170 pessoas acompanharam o evento, que também foi transmitido ao vivo pelo canal oficial da Assembleia Legislativa (ALMT) no YouTube.
O plano de manejo foi divulgado no Diário Oficial do Estado, por meio do Decreto nº 705, de 16 de fevereiro de 2024, e consiste em um documento técnico que estabelece o zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área, bem como o manejo dos recursos naturais e a implantação de estruturas físicas voltadas à gestão da Unidade.
De acordo com a secretária de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT), Mauren Lazzaretti, o principal objetivo da audiência pública foi compartilhar com a população o que está previsto no documento, em especial as regras de permissão e restrição de uso público, oportunizando o diálogo sobre as ações que serão realizadas no Parque Estadual.
“Entre os aspectos que foram destacados está o plano de uso que será construído pela Sema-MT. Como estratégia, vamos instalar uma comissão mista que irá trabalhar no plano transitório de uso para os pontos turísticos. Como o planejamento definitivo leva um certo tempo e nós temos urgência em regular o uso dos principais pontos turísticos, essa comissão ajudará nessa atividade”, afirmou Mauren.
A comissão será composta pelas secretarias municipais e estaduais de Meio Ambiente e Turismo, Assembleia Legislativa e Ministério Público do Estado, associações locais e proprietários rurais onde os pontos turísticos estão localizados. O prazo estabelecido para concluir o plano de uso transitório é de 90 dias.
O Parque Estadual possui 158.620,85 hectares e está entre as mais importantes Unidades de Conservação transfronteiriças da América do Sul. Bem próximo à fronteira com a Bolívia, é considerado uma UC de proteção integral, abrigando flora e fauna típicas dos biomas Cerrado e Amazônia e animais em risco de extinção, dentre um sem-número de peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos.
Inserido na região hidrográfica do Amazonas, está situado no contexto hidrográfico da Bacia do Rio Guaporé, um dos principais formadores do Rio Madeira. Parte dos cursos d’água afluem para o Oeste e para o território boliviano, formando corredores ecológicos de extrema importância para a conservação da Amazônia.
Conforme a apresentação realizada pela superintendente de Mudanças Climáticas e Biodiversidade da Sema-MT, Sanny Saggin, entre outras iniciativas do plano de manejo estão as de que atividades, empreendimentos e obras compreendidas na Zona de Amortecimento (ZA) do PESRF, em um raio de 1km no seu entorno, não poderão colocar em risco os atributos naturais protegidos pela Unidade de Conservação e deverão contribuir para conter os efeitos de borda, contando com programas específicos.
Para contribuir com a conservação, será estimulada e incentivada a criação de Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) na zona de amortecimento. O licenciamento ambiental e a pesquisa de qualquer atividade mineral ou industrial deverá ter anuência da Sema-MT e do Conselho Gestor do Parque.
Também serão adotadas medidas de proteção à fauna silvestre nas estradas que cruzam a Zona de Amortecimento, com vistas a reduzir os atropelamentos; e fica proibida a introdução de espécies potencialmente invasoras e exóticas em um raio de até 100 metros do limite do Parque.
O chefe do Executivo de Vila Bela, André Bringksen, destacou a importância da parceria do Governo do Estado para o município.
“A gente agradece ao Governo do Estado, Ministério Público e Assembleia Legislativa por criar essa oportunidade de discutir o nosso Parque, que está dentro de Vila Bela. Principalmente agora que o plano de manejo já foi publicado, a importância é de se fazer o plano de uso, ainda que provisório, para já colocar as demandas que precisam ser resolvidas para que o nosso povo possa usufruir dessa riqueza cênica maravilhosa, uma das mais ricas do Estado e do Brasil”, comentou.
Já o deputado estadual Valmir Moretto ressaltou que o plano de manejo do Parque era uma demanda antiga da população, que foi resolvida em parceria entre os Poderes.
“De uma forma democrática, com a participação do Governo do Estado, Assembleia Legislativa, Ministério Público Estadual e Câmara Municipal, realizamos a divulgação do plano de manejo. Essa é uma demanda que temos há mais de 20 anos. Não houve discussão, nem desentendimento e o objetivo foi buscar uma solução dentro da legislação”, pontuou.
UC Ricardo Franco
Criado pelo Decreto Estadual nº 1.796, de 4 de novembro de 1997, o Parque está situado no município mato-grossense de Vila Bela da Santíssima Trindade. Em 2007, passou a compor o grupo de áreas prioritárias e de representatividade ecológica extremamente alta para a conservação da Amazônia.
A Unidade de Conservação protege 771,05 km de canais fluviais e mananciais que afluem para áreas externas e contribuem para a saúde ambiental da Bacia do Rio Guaporé e de áreas de ocupação na sua margem.
As transições florísticas propiciam à biota da região riquezas de elementos faunísticos e florísticos altamente representativos. As plantas arbóreas contabilizam 1.127 espécies, sendo outras 575 de arbustos.
Além disso, o PESRF é considerado a UC de Mato Grosso com o maior potencial para o ecoturismo. Protege a cachoeira do Jatobá, a maior do Estado, com aproximadamente 248 metros de queda d’água.


MATO GROSSO
Mais de 17,6 mil pessoas com deficiência comandam negócios próprios em Mato Grosso

Cerca de 17,6 mil pessoas com deficiência (PCD) têm o próprio negócio em Mato Grosso, segundo pesquisa do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Mato Grosso (Sebrae/MT). O levantamento, realizado neste ano, mostra que esses empreendedores representam 3,6% do total de empresários mato-grossenses, com predominância de pessoas com limitações motora (36,7%), visual (34%) e auditiva (29,3%).
O estudo aponta que os empreendedores PCD apresentam elevado nível de escolaridade: 46,9% concluíram o ensino médio e 38,1% têm ensino superior - índice superior à média estadual. A faixa etária predominante está entre 35 e 44 anos (39,5%), seguida por 45 a 54 (22,4%). O grupo é formado majoritariamente por homens (57%). No recorte racial, há equilíbrio entre pardos (36,7%) e brancos (34%), seguidos por pretos (19%).
A maioria é casada (57,1%) e tem filhos (91,2%), o que reforça a importância da renda do próprio negócio para a estrutura familiar.
No campo econômico, os empresários com algum tipo de limitação atuam em diversos setores. O comércio concentra 31,3% dos negócios, seguido por serviços (25,2%), indústria (21,8%) e tecnologia (14,3%). Moda (17,7%), cosméticos (15%) e alimentação (14,3%) estão entre os principais segmentos.
A formalização é alta: 85,7% possuem CNPJ, sendo a maioria registrada como microempresa (48,4%) ou empresa de pequeno porte (32,5%). Além disso, 70% atuam há mais de três anos e quase metade emprega de dois a cinco colaboradores, o que demonstra maturidade e estrutura consolidada.
Dificuldades
As motivações que levam pessoas com deficiência a empreender mesclam necessidade e realização pessoal. Para 40,8%, a decisão está ligada à necessidade financeira, enquanto 34% enxergam oportunidades de mercado e 32% buscam autonomia. A frustração com o mercado de trabalho tradicional (23,1%) e o desejo de realizar um sonho (15%) também aparecem com destaque.
As mulheres tendem a empreender mais por necessidade (54%), enquanto os homens se movem principalmente pela percepção de oportunidade (48,8%).
Na jornada empreendedora, os desafios enfrentados são múltiplas e revelam tanto desafios estruturais quanto específicos. Burocracia (44%), concorrência acirrada (39%) e falta de capital inicial (33%) estão entre as principais dificuldades. Além disso, 21% relataram barreiras diretamente ligadas à deficiência, como acessibilidade e preconceito, e 22% mencionaram dificuldades para equilibrar a vida pessoal e profissional.
Entre as mulheres, questões de gênero e maternidade ganham relevância, enquanto os homens apontam custos e juros elevados como maiores obstáculos.
“O Sebrae apoia todos os empreendedores, porque acredita que o empreendedorismo é um caminho de inclusão e autonomia para todas as pessoas, independentemente de suas condições. Quando um empreendedor PCD empreende, ela inspira e transforma o seu entorno”, afirma Liliane Moreira, analista técnica do Sebrae/MT. “A inclusão produtiva das pessoas com deficiência é uma questão de equidade e também de fortalecimento da economia, pois amplia talentos, gera inovação e promove uma sociedade mais justa”.
Dados da pesquisa
O levantamento foi realizado entre 3 e 31 de janeiro de 2025, por meio de entrevistas telefônicas, com 147 empreendedores (formais e informais) que possuam alguma deficiência no estado de Mato Grosso. O estudo apresenta uma taxa de confiança de 95% e margem de erro de 4%.
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