POLITÍCA NACIONAL
Participantes de audiência defendem fornecimento de adrenalina autoinjetável pelo SUS
POLITÍCA NACIONAL
O fornecimento gratuito de adrenalina autoinjetável pelo Sistema Único de Saúde (SUS) foi defendido pelos participantes de uma audiência na Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (4).
A caneta para aplicação intramuscular de adrenalina pode ser usada pelo próprio paciente para evitar anafilaxias, que são reações alérgicas graves e que podem levar à morte.
A inclusão do medicamento na lista do SUS está prevista no Projeto de Lei 85/24, do deputado Geraldo Resende (PSDB-MS). Ocorre que o produto ainda não tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que faz com que muitos pacientes enfrentem dificuldades burocráticas e custos superiores a R$ 2 mil para sua importação.
Geraldo Resende disse que seu projeto, em análise na Comissão de Saúde, é simples e não requer muitas discussões, porque está comprovada a eficácia do medicamento, e a medida conta com apoio de todas as entidades médicas relacionadas ao tema.
“Vamos conversar com o presidente Arthur Lira (PP-AL) para que, em vez de passar por diversas comissões, o projeto possa ir direto ao Plenário”, afirmou o parlamentar.
Trauma
Mãe de um menino de sete anos com alergia alimentar múltipla, a farmacêutica e educadora em alergias alimentares Alessandra Leal disse que o primeiro choque anafilático do filho foi aos 11 meses e foi um trauma.
“A adrenalina é necessária para que pessoas tenham qualidade de vida e segurança em suas vidas, no seu dia a dia”, afirmou Alessandra Leal. “A gente precisa trabalhar na prevenção. A gente precisa começar hoje. Os casos de alergia estão crescentes. Qualquer pessoa pode se tornar um alérgico anafilático.”
Sintomas
Além de grave, a anafilaxia é imprevisível, pode ocorrer a qualquer momento e pode ser ocasionada pelo contato da pessoa com algum alimento ou medicamento, com veneno de inseto e até com o látex de balões de festas infantis, entre outros causadores de alergia.

“A anafilaxia é de evolução rápida e ameaça a vida. Pode demorar de 15 a 30 minutos para um choque anafilático. A demora no atendimento pode agravar o quadro e levar à morte do paciente. Por isso, o diagnóstico e o tratamento precoce podem salvar vidas”, observou a 1ª vice-presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), Fátima Fernandes.
Dados citados por ela apontam para um aumento das internações hospitalares por anafilaxia no Brasil entre 2011 e 2019 a uma taxa de 2,4% ao ano. As mortes ocorreram em 5,8% das internações. Em jovens e crianças, o choque foi causado principalmente por alimentos. Nos idosos, a causa principal da anafilaxia foram os medicamentos.
“A pele é o principal órgão acometido. A gente tem que ficar atento quando um paciente tem vermelhidão, coceira, urticária ou inchaços nos lábios, nos olhos, nas mãos, nos pés. Sempre prestar atenção se o paciente está evoluindo para um quadro sistêmico, com comprometimento respiratório que acontece de 40% a 70% dos casos de anafilaxia”, detalhou ainda Fátima Fernandes.
Segundo a representante da Asbai, a taxa de letalidade pode chegar a 17%, principalmente na falta da adrenalina autoinjetável na coxa antes mesmo do atendimento hospitalar, conforme prescrição médica de emergência.
Processo simples
Na audiência, o professor e pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Renato Rozental disse que a incorporação da caneta autoinjetora de adrenalina ao SUS seria um processo simples.
“Essa caneta está disponível no mercado americano, no europeu, no asiático e não está disponível no brasileiro. Já temos patentes abertas, disponibilizadas para que possamos colocar essa caneta com um custo reduzido, acessível para o Sistema Único de Saúde”, avaliou Rozental. “Não é uma inovação radical, nem incremental. É simplesmente engenharia reversa para resolver um problema da população.”
O entrave para a incorporação da caneta ao SUS é justamente a falta de registro na Anvisa, que não foi representada na audiência, e a definição de um preço para o produto, conforme explicou a assessora técnica do Ministério da Saúde Luciana Xavier. Ela disse estar disponível para discutir o assunto.
Reportagem – Noéli Nobre
Edição – Rachel Librelon
Fonte: Câmara dos Deputados


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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