POLITÍCA NACIONAL
Defesa Civil atualiza números da tragédia no Rio Grande do Sul e defende recursos em prevenção
POLITÍCA NACIONAL
Mais de um mês depois do início da tragédia de inundações, o Rio Grande do Sul ainda tem 572 mil pessoas desalojadas, mais de 30 mil em abrigos e 41 desaparecidas. O número de mortos chega a 172, com tendência de aumento. Ainda há 95 municípios gaúchos em estado de calamidade e 323 em situação de emergência, segundo balanço apresentado nesta quarta-feira (5) pelo coordenador da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, Luciano Boeira, em audiência pública na Câmara dos Deputados.
“Permanecemos com equipes mobilizadas: o evento ainda não acabou. Toda essa água do Guaíba desce pela Lagoa dos Patos e traz consequências para a região sul do nosso estado, que até hoje está com cota de inundação. O canal por onde a água sai para o oceano é estreito, sofre muito com a ação dos ventos e ocorre um represamento”, esclareceu.
O evento extremo começou no fim de abril com chuvas acumuladas de até 700 mm em oito dias em alguns municípios, bem acima da média mensal do estado, que é de 180 mm.
“Se abrirmos um pouco mais essa janela para 10 ou 11 dias, seguramente teremos municípios que registraram 1.000 mm de chuva. Diante de um cenário desse, era difícil evitar o que aconteceu, mesmo com todos os alertas que foram emitidos”.
Durante o auge da inundação, 15 barragens ficaram sob pressão e houve o rompimento parcial da Usina 14 Julho, no rio Taquari-Antas, o que exigiu o deslocamento de moradores em 10 municípios. Mais de 28 mil pontos permanecem sem energia elétrica e ainda existem 40 bloqueios totais e 56 parciais em rodovias federais e estaduais.
O aeroporto Salgado Filho segue interditado por tempo indeterminado. A alternativa para Porto Alegre e região tem sido voos comerciais por meio da Base Aérea de Canoas, ainda em número insuficiente.
Luciano Boeira também atualizou as necessidades de doações ao estado, que mantém 592 abrigos públicos em 81 cidades. “Itens como água potável e roupas, nós agradecemos toda a ajuda recebida até aqui, mas, neste momento, não são primeira necessidade porque temos itens suficientes. Ainda recebemos alimentos, colchões, kits de limpeza e kits de higiene”.

Recursos
Segundo Boeira, 263 municípios gaúchos encaminharam 702 planos de pronta-resposta para o governo federal, dos quais 286 já foram aprovados, totalizando R$ 208 milhões já liberados. E 143 municípios apresentaram 217 planos de reconstrução. Desses, 54 estão aprovados e permitiram o repasse de outros R$ 122 milhões da União.
Esse balanço ocorreu durante audiência na Comissão Especial da Câmara que analisa a Proposta de Emenda à Constituição 44/23, que prevê a aplicação de 5% das emendas orçamentárias de parlamentares no enfrentamento de catástrofes naturais
O relator da proposta, deputado Gilson Daniel (Pode-ES), previu volume de recursos em torno de R$ 1,8 bilhão por meio de emendas parlamentares e garantiu que a aplicação não será apenas em ações de socorro e pronta-resposta. “Nós estamos trabalhando o texto para melhorá-lo e colocar (recursos) também em prevenção, preparação, mitigação e (ações) pós-desastre”.
O debate também reuniu comandantes da Defesa Civil de Amazonas, Rio Grande do Norte, Goiás, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina. O presidente do Conselho Nacional dos Corpos de Bombeiros Militares do Brasil (Ligabom), Washington Vaz Júnior, sintetizou o apoio a esse reforço orçamentário. “A PEC é muito importante para respostas e tenho certeza de que vai somar muito para as atividades dos bombeiros. E (também) trabalhar de forma preventiva”.
Tatiana Rocha, da Defesa Civil de São Paulo, fez uma sugestão para que os recursos das emendas parlamentares sejam efetivamente aplicados. “A possível inclusão nessa proposta de que os recursos à proteção e defesa civil não fossem passíveis de contingenciamento, a exemplo do que foi feito na lei do Fundo Nacional de Segurança Pública”.
Os comandantes de Defesa Civil dos estados também sugeriram mecanismos de monitoramento e de transparência no uso desses recursos.
Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Geórgia Moraes
Fonte: Câmara dos Deputados


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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