O prefeito eleito Abílio Brunini (PL) afirmou que já oficializou à Polícia Federal a denúncia de que o Comando Vermelho estaria interferindo na disputa pela Mesa Diretora da Câmara. Durante toda a semana, Abílio comentou sobre essas relações criminosas, mas até então não havia revelado nomes, provas ou formalizado as acusações às autoridades competentes para investigação.

“Eu já contei [para] o delegado, já contei para outra pessoa. Fiz isso de forma sigilosa, em proteção das pessoas, até que tenha a investigação correta. Agora eu vou falar com o secretário de Segurança Pública, vou falar com a delegada geral da Polícia Civil e vamos seguir a nossa parte como eu sempre fiz”, disse o prefeito eleito nesta sexta-feira (8).

Abílio afirmou que, durante as conversas com as autoridades, citou os nomes dos possíveis vereadores envolvidos com o Comando Vermelho. Segundo ele, o caso será investigado sigilosamente e, por isso, ele não revelará detalhes à imprensa.

A denúncia, segundo Abílio, deve complementar as investigações das Operações Ragnatela e Pubblicare, que têm o vereador Paulo Henrique como alvo e que foi denunciado pelo Ministério Público de Mato Grosso. “Isso teria a ver com o pessoal que está envolvido naquela questão da Dallas e outra operação”, completou Abílio.

De acordo com o prefeito eleito, a denúncia que ele repassou à PF aponta que três vereadores teriam aceitado vender o voto na eleição da Mesa Diretora por R$ 200 mil. Abílio afirmou que, agora, não falará mais sobre o assunto, pois já procurou os meios legais para que a investigação prossiga.

“Eu já fiz a minha parte, eu já expus isso. Entenda, expor essa situação até me protege fisicamente de toda essa situação. Isso já me protege para não ter risco da pessoa querer fazer alguma coisa contra o Abílio”, pontuou. Questionado sobre a possibilidade de pedir proteção policial, o prefeito eleito afirmou que ainda pensará sobre o assunto.

Abílio denunciou o possível envolvimento do Comando Vermelho na disputa pela Mesa Diretora no início da semana, justificando que a organização criminosa estaria tentando influenciar a eleição, o que o motivou a lançar a vereadora eleita Paulo Calil (PL) como candidata à presidência da Câmara.