MATO GROSSO
Médico suspeito de assediar paciente durante atendimento é afastado de UPA em Cuiabá
MATO GROSSO
Em nota, a SMS informou que o caso foi relatado pelo Diretor Técnico da unidade, por meio de documento oficial, solicitando o afastamento do profissional devido à gravidade da situação.
“O médico não está mais atuando nos atendimentos nas unidades onde trabalhava e, por ser servidor efetivo em um dos vínculos, responderá a um Processo Administrativo Disciplinar (PAD)”, diz trecho da nota.
De acordo com a secretaria, o diretor técnico da unidade orientou a paciente a formalizar a denúncia e encaminhou um documento oficial com todas as informações para a SMS.
Segundo a secretaria, o afastamento foi necessário para garantir a segurança dos pacientes e que as medidas administrativas fossem tomadas.
Entenda o caso
Nessa segunda-feira, Ruy foi detido após ser denunciado por uma paciente por assédio e importunação sexual durante um atendimento na UPA.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a denúncia foi feita diretamente à coordenadora da unidade, que acionou a Polícia Militar.
Segundo a Polícia Civil, a vítima, de 32 anos, afirmou que foi importunada sexualmente durante um atendimento que realizava com o médico.
Para comprovar as acusações, a mulher afirmou que gravou parte do atendimento com o celular.
Uma das provas coletadas durante a investigação foi um áudio gravado pela paciente, no momento em que ela é assediada.
Na gravação, é possível ouvir que Ruy pede beijos à mulher, enquanto repassa orientações médicas. Após o ocorrido, a vítima fez uma denúncia diretamente à coordenadora da unidade, que acionou a Polícia Militar.
Leia conversa:
- Médico: Esse hemograma deve ficar pronto à tarde
- Paciente: Aham
- Médico: E aqui o atestado de cinco dias, tá?
- Paciente: Tá
- Médico: Agora dá um beijinho em mim, dá? Me dá um beijinho
- Paciente: Não, não dá, né!
- Médico: Vem, vem!
- Paciente: Não, não!
- Médico: Dá sim!
- Paciente: Não, não!
- Médico: Dá sim, dá sim, dá sim!
- Paciente: Vamos parar!
Para formalizar a denúncia, a vítima foi encaminhada até a Delegacia da Mulher, onde entregou as evidências do crime.
O médico foi levados pelos policiais à delegacia, sem o uso de algemas, para prestar esclarecimentos.
MATO GROSSO
Mais de 17,6 mil pessoas com deficiência comandam negócios próprios em Mato Grosso
Cerca de 17,6 mil pessoas com deficiência (PCD) têm o próprio negócio em Mato Grosso, segundo pesquisa do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Mato Grosso (Sebrae/MT). O levantamento, realizado neste ano, mostra que esses empreendedores representam 3,6% do total de empresários mato-grossenses, com predominância de pessoas com limitações motora (36,7%), visual (34%) e auditiva (29,3%).
O estudo aponta que os empreendedores PCD apresentam elevado nível de escolaridade: 46,9% concluíram o ensino médio e 38,1% têm ensino superior - índice superior à média estadual. A faixa etária predominante está entre 35 e 44 anos (39,5%), seguida por 45 a 54 (22,4%). O grupo é formado majoritariamente por homens (57%). No recorte racial, há equilíbrio entre pardos (36,7%) e brancos (34%), seguidos por pretos (19%).
A maioria é casada (57,1%) e tem filhos (91,2%), o que reforça a importância da renda do próprio negócio para a estrutura familiar.
No campo econômico, os empresários com algum tipo de limitação atuam em diversos setores. O comércio concentra 31,3% dos negócios, seguido por serviços (25,2%), indústria (21,8%) e tecnologia (14,3%). Moda (17,7%), cosméticos (15%) e alimentação (14,3%) estão entre os principais segmentos.
A formalização é alta: 85,7% possuem CNPJ, sendo a maioria registrada como microempresa (48,4%) ou empresa de pequeno porte (32,5%). Além disso, 70% atuam há mais de três anos e quase metade emprega de dois a cinco colaboradores, o que demonstra maturidade e estrutura consolidada.
Dificuldades
As motivações que levam pessoas com deficiência a empreender mesclam necessidade e realização pessoal. Para 40,8%, a decisão está ligada à necessidade financeira, enquanto 34% enxergam oportunidades de mercado e 32% buscam autonomia. A frustração com o mercado de trabalho tradicional (23,1%) e o desejo de realizar um sonho (15%) também aparecem com destaque.
As mulheres tendem a empreender mais por necessidade (54%), enquanto os homens se movem principalmente pela percepção de oportunidade (48,8%).
Na jornada empreendedora, os desafios enfrentados são múltiplas e revelam tanto desafios estruturais quanto específicos. Burocracia (44%), concorrência acirrada (39%) e falta de capital inicial (33%) estão entre as principais dificuldades. Além disso, 21% relataram barreiras diretamente ligadas à deficiência, como acessibilidade e preconceito, e 22% mencionaram dificuldades para equilibrar a vida pessoal e profissional.
Entre as mulheres, questões de gênero e maternidade ganham relevância, enquanto os homens apontam custos e juros elevados como maiores obstáculos.
“O Sebrae apoia todos os empreendedores, porque acredita que o empreendedorismo é um caminho de inclusão e autonomia para todas as pessoas, independentemente de suas condições. Quando um empreendedor PCD empreende, ela inspira e transforma o seu entorno”, afirma Liliane Moreira, analista técnica do Sebrae/MT. “A inclusão produtiva das pessoas com deficiência é uma questão de equidade e também de fortalecimento da economia, pois amplia talentos, gera inovação e promove uma sociedade mais justa”.
Dados da pesquisa
O levantamento foi realizado entre 3 e 31 de janeiro de 2025, por meio de entrevistas telefônicas, com 147 empreendedores (formais e informais) que possuam alguma deficiência no estado de Mato Grosso. O estudo apresenta uma taxa de confiança de 95% e margem de erro de 4%.