AGRONEGÓCIO
Soja tem semana instável, marcada por plano safra e feriado norte-americano
AGRONEGÓCIO
A semana começou com a soja brasileira disponível testando preços recordes, especialmente nos portos, com Chicago ainda acima dos US$ 11,00 por bushel e o dólar chegando a R$ 5,70 antes dos ajustes. No porto de Santos, por exemplo, os preços chegaram a ultrapassar R$ 150,00 por saca para o disponível e R$ 140,00 para a safra nova.
Mas os preços ficaram instáveis por conta da expectativa do anuncio do Plano Safra brasileiro e chegou a operar sem a referência da Bolsa de Chicago nesta quinta-feira (04.07) – devido ao feriado de Independência nos Estados Unidos.
Com isso, o foco dos agentes comerciais se voltou para a desvalorização do dólar frente ao real, que caiu mais de 1% e foi cotado a R$ 5,49 no final da tarde de quinta, pressionando os preços da oleaginosa no mercado nacional.
De acordo com especialistas, alguns compradores permaneceram ativos no mercado brasileiro, com preços variando entre estabilidade e quedas, reflexo direto da desvalorização do dólar.
EXPORTAÇÕES – As exportações brasileiras de soja atingiram 76 milhões de toneladas no acumulado do ano, um aumento de 2% em relação ao ano passado e 20% acima da média dos últimos anos. A demanda chinesa continua sendo um fator crucial, com margens saudáveis na suinocultura e esmagamento, impulsionando os prêmios e mantendo uma tendência de alta.
Apesar dos preços ainda atraentes, a queda do dólar impactou as cotações nesta quinta-feira, com reduções de até R$ 4,00 por saca em algumas praças de comercialização. Nos portos, as cotações também recuaram em até R$ 5,00 em relação às máximas observadas anteriormente.
No mercado internacional, o desenvolvimento da nova safra nos Estados Unidos continua sendo o principal fator de influência. Após o feriado americano, existe uma expectativa tradicional de queda nos preços se a safra continuar se desenvolvendo bem. A continuidade dos negócios dependerá da pressão e agressividade compradora de óleo de soja, especialmente de Índia e China.
Com a reabertura parcial dos mercados na sexta-feira, os agentes devem atuar com cautela. A tendência é que, se a demanda por óleo de soja diminuir, os preços da soja também recuem, potencialmente caindo de 10 a 20 pontos, o que pode refletir em uma redução de R$ 2,00 a R$ 3,00 por saca nos preços nacionais.
Nesta quinta-feira, as cotações no balcão e nos portos brasileiros cederam, esfriando o ritmo dos negócios. Para agosto, os terminais testaram R$ 142,00 por saca, uma queda em relação aos R$ 147,00 observados recentemente em Paranaguá. Para a soja da safra nova, os preços recuaram de R$ 140,00 na quarta-feira para R$ 138,00.
Especialistas ressaltam que o mercado da soja subiu recentemente devido aos prêmios recordes e à valorização do dólar, beneficiando a contabilidade dos produtores que ainda têm soja para vender e precisam cobrir custos para 2025. No entanto, a atual situação exige que a base produtiva avalie se é oportuno aproveitar os preços atuais.
Fonte: Pensar Agro
AGRONEGÓCIO
A Moratória da Soja e a narrativa de caos ambiental: uma crítica à ABIOVE e ao Impacto no Desenvolvimento do Mato Grosso
Nesta semana, Bernardo Pires, diretor de sustentabilidade da ABIOVE, lançou duras críticas contra o Governador, prefeitos, vereadores e a Assembleia Legislativa do estado de Mato Grosso. Em tom ofensivo, o Diretor acusou o Governador de atender a interesses “extremistas” da bancada ruralista e de promover a destruição ambiental. Tal discurso, no entanto, desvia o foco das verdadeiras intenções e práticas de entidades como a ABIOVE, que, ao invés de promover a sustentabilidade de forma justa e transparente, tem construído uma narrativa de caos ambiental para lucrar com a venda de uma “solução sustentável” imposta aos produtores brasileiros.
A ABIOVE representa mais de 94% do mercado comprador de soja, e suas restrições afetam a vida de milhares de famílias que vivem em propriedades rurais do bioma amazônico, tratados como “sub-cidadãos” sob a ótica da ABIOVE. Esse controle da oferta de soja, que nenhuma relação tem com incentivo à preservação, restringe o direito constitucional à livre iniciativa, especialmente daqueles que cumprem todas as exigências do Código Florestal Brasileiro, um dos mais rigorosos do mundo. Dessa forma, a ABIOVE aufere ganhos financeiros com a soja “sustentável” no exterior, vendendo a imagem de preservação sem compartilhar os benefícios econômicos com os produtores brasileiros que seguem essas regras restritivas.
O modelo imposto pela ABIOVE desconsidera o impacto econômico e social nas regiões onde a produção agrícola é uma das principais fontes de desenvolvimento. Em vez de criar um sistema de certificação e rastreabilidade que permita atender aos anseios de clientes mais exigentes, como aqueles que demandam soja de áreas convertidas para a agricultura anteriormente a 2008, a ABIOVE aplica uma regra única a todos. Isso gera desigualdades sociais e regionais, prejudicando municípios do bioma amazônico que poderiam levar melhor qualidade de vida aos seus cidadãos. Ao desprezar essas comunidades, a ABIOVE cria uma segregação injusta entre municípios que já se desenvolveram e aqueles que, segundo sua visão egocêntrica, deveriam pagar o preço para que as empresas apresentem aos compradores o famigerado certificado de soja livre de desmatamento. Não bastassem todos os impactos sociais que o acordo comercial da Moratória da Soja causa à população desses municípios, a crueldade da ABIOVE não se limita, utilizando-se de fóruns importantes para demonizar quem produz no Bioma Amazônia.
A ABIOVE nunca destacou publicamente os resultados positivos alcançados pelos produtores brasileiros em preservação e sustentabilidade. Mato Grosso é um exemplo notável: apenas 14% do seu território é usado para a produção de soja, sendo que os agricultores locais respeitam uma legislação que exige a preservação de 80% de áreas nativas no bioma amazônico e 35% no Cerrado. Com práticas avançadas de conservação, os produtores mato-grossenses não só mantêm a vegetação nativa em suas propriedades, mas também aplicam o plantio direto, rotação de culturas e uso de bioinsumos, técnicas que aumentam a matéria orgânica do solo, reduzem sistematicamente a adição de insumos químicos e promovem o sequestro de carbono. Estudos da ESALQ comprovam que a agricultura brasileira é capaz de sequestrar até 1,6 tonelada de carbono por hectare ao ano, transformando a produção agrícola em uma atividade que contribui para a mitigação de emissões.
O projeto Guardião das Águas, desenvolvido pela APROSOJA em Mato Grosso, atesta o compromisso ambiental dos produtores. Com mais de 105 mil nascentes monitoradas, o estudo apontou que 95% dessas nascentes estão em bom ou ótimo estado de conservação, evidenciando o cuidado dos agricultores com os recursos hídricos. Essa prática é rara globalmente, especialmente quando comparada a regiões agrícolas da Europa e dos Estados Unidos, onde a preservação de áreas agricultáveis é mínima.
Com o discurso de que é a paladina da preservação, única e capaz de “erradicar o desmatamento,” a ABIOVE vende uma narrativa que não representa a realidade do agronegócio brasileiro, promovendo uma imagem injusta e depreciativa dos produtores. Além disso, o modelo de moratória imposto por essas empresas se mostra contrário ao desenvolvimento econômico de Mato Grosso e do Brasil, uma vez que restringe o livre comércio e nega aos produtores a oportunidade de usar suas terras de forma produtiva e dentro da legalidade.
Se o objetivo fosse realmente incentivar a sustentabilidade, as empresas signatárias da moratória deveriam assumir os custos de uma logística de segregação de produtos e implementar um sistema robusto de rastreabilidade, repassando esses custos operacionais aos compradores internacionais que exigem produtos com qualidades específicas. No entanto, o que ocorre na prática é a imposição de barreiras para o desenvolvimento do mercado interno, limitando o acesso dos produtores a compradores e concentrando o poder econômico nas mãos de poucos. Ao captarem recursos com taxas de juros mais atrativas no exterior, alegando vender produtos sustentáveis, essas empresas maximizam seus lucros sem compartilhar esses ganhos com os produtores que cumprem as normas impostas pela moratória.
Em resumo, a Moratória da Soja, ao invés de ser uma medida que valorize e promova a sustentabilidade real, vem se tornando um instrumento de controle de oferta que prejudica o desenvolvimento de estados como Mato Grosso, cria barreiras para a redução das desigualdades sociais e projeta uma imagem equivocada do agronegócio brasileiro. O produtor rural brasileiro, principalmente o de Mato Grosso, já é modelo em preservação ambiental, conservação do solo e boas práticas agrícolas. O Brasil, com apenas 7,6% do seu território destinado à agricultura e mais de 66% do território nacional preservado com vegetação nativa, é um exemplo para o mundo, mas essa realidade é frequentemente desconsiderada no discurso de representantes da ABIOVE em conferências importantes, como no último congresso de crédito do agronegócio.
É hora de questionar se a moratória realmente cumpre o propósito de promover um desenvolvimento sustentável e inclusivo ou se tem sido usada como ferramenta para criar um problema que as empresas vendem como solução, beneficiando-se financeiramente às custas da sociedade brasileira e da imagem do país na comunidade internacional.
-
CUIABÁ6 dias atrás
PM apreende 951 porções de entorpecentes e prende homem por tráfico de drogas
-
MATO GROSSO2 dias atrás
Brasileiros na Bolívia: alunos de medicina relatam maus-tratos em internatos hospitalares
-
CUIABÁ7 dias atrás
Chico 2000 declara paz com Abilio Brunini, mas exige diálogo para manter “bandeira branca”
-
MATO GROSSO5 dias atrás
VÍDEO: Adolescente de 13 Anos Foge de Casa em Campos de Júlio e Relata Maus-Tratos em Vídeo
-
TV TONINHO DE SOUZA3 dias atrás
VÍDEO: Uma onda de “Matança de Cachorros” provocou medo e revolta entre os moradores do bairro São Francisco, em Várzea Grande (MT).
-
CUIABÁ3 dias atrás
VÍDEO: Um acidente com moto na tarde desta segunda-feira, na avenida Miguel Sutil, em Cuiabá, deixou o trânsito congestionado, no trevo de acesso ao Centrode Eventosdo Pantanal.
-
MATO GROSSO4 dias atrás
Polícia Militar reúne mais de três mil atletas na 24ª Corrida Homens do Mato em Cuiabá
-
MATO GROSSO1 dia atrás
VÍDEO: bombeiros resgatam mulher que caiu de viaduto próximo à Arena Pantanal, em Cuiabá