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Baixada Fluminense abre neste mês 1º Festival Literário e Cultural
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Com entrada franqueada ao público, o 1° (Flic) será aberto na próxima semana no Parque Natural Municipal do Gericinó, em Nilópolis. O objetivo é celebrar a literatura e a arte, reunindo talentos locais e nacionais para compartilhar obras e expressões artísticas. O projeto tem recursos de fomento do Ministério da Cultura e é realizado pelo Instituto Latinoamerica, com produção da ABÈBÈ Produções.
O evento será aberto oficialmente no dia 19 deste mês, às 9h, e com uma contação de história guiada sobre Nilópolis como primeira atividade. O evento se estenderá até o dia 24 deste mês, sempre das 8h30 às 18h. A programação pode ser consultada neste endereço.
A produtora executiva e coordenadora de programação do festival, Ester Braga, informou à Agência Brasil que o objetivo do evento é “dar luz à cadeia criativa e produtiva da Baixada Fluminense”. O evento será em Nilópolis porque o município se encontra em uma região de forte expressão cultural. “Ali, no Parque de Gericinó, habitavam índios tamoios. Com a colonização portuguesa, esses índios foram expulsos e ali se construíram fazendas para as quais os fazendeiros portugueses trouxeram negros como escravos”. Ao lado do parque, havia o Quilombo de Mesquita, que era um morro que separava as cidades de Nilópolis e Mesquita. Os escravos fugiam para esse quilombo. “Essa região tem um contexto cultural muito rico, muito forte e representativo, porque fala dos nossos povos originários e dos negros”, disse Ester.
Tias do samba
Por isso, o festival pretende trazer essa expressão cultural para o palco, com protagonismo dos artistas da Baixada Fluminense e da cadeia produtiva local. Ester lembrou que o parque é patrimônio ambiental da região e destacou a importância de se usar um equipamento público para valorizar a cultura e seus fazedores. “A ideia é valorizar e dar representatividade à Baixada. A cultura local será homenageada através dos ancestrais. Pensamos em homenagear inclusive as tias das escolas de samba que são da Baixada Fluminense”, adiantou.
O Espaço Expositivo tem o nome da escritora Conceição Evaristo, que participará de uma roda de conversa no festival no dia 24. No local, haverá um coreto para contação de histórias de hora em hora. Esse coreto lembrará a Tia Nadir, da Beija Flor, a baiana mais antiga da escola, já falecida. No Espaço Kid, com oficinas infantis, criativas e referentes à produção cultural e de negócios, a madrinha é Tia Nilda, da Mocidade Independente de Padre Miguel, que estará na cerimônia de abertura, no dia 19. O Espaço Multicultural, que abrigará palestras e rodas de conversa, recebe o nome da já falecida Tia Celuta, da Portela, e o Palco Principal se chamará Tia Ciata, que é a grande matriarca do samba. “Estamos em um território onde o samba é reverenciado. E o samba é o nosso ancestral”, afirmou Ester Braga. A patrona é a escritora e poetisa Elisa Lucinda.
Todos os homenageados na primeira edição do Flic são mulheres. “E mulheres pretas. Porque, através do legado delas, se construiu a história cultural dessa região”, disse Ester Braga. No Espaço Expositivo, haverá um estande para autores independentes, que poderão expor seus livros, vendê-los e efetuar lançamentos. Todos os 22 estandes são doados. Participam editoras negras, como a Malês e a Kitabu. A Editora Eldorado levará apenas escritores indígenas.
A curadoria do festival é de Tiago Cardoso, ator, diretor e professor nascido e criado na Baixada Fluminense.
Mais de 90% da programação ficará a cargo de artistas da Baixada. Serão 16 palestras, 18 oficinas e 20 rodas de conversa. Haverá também apresentações teatrais e musicais, além de dança. Todos os dias, às 8h30, haverá uma contação de história guiada, que se repete às 13h30. No dia 19, às 15h, haverá apresentação especial para alunos das escolas públicas da Baixada.
O Flic é aberto, todos os dias, para visitação de crianças, reforçou Ester Braga. O educador Renan Inquérito fará, na ocasião, o espetáculo ABRAKBÇA, exclusivo para as escolas estaduais e municipais da região, no qual contará a história do rap e a importância dessa linguagem na cultura, ligando-a com a educação e a leitura. A expectativa é que 3 mil crianças assistam a esse espetáculo, no palco externo.
Na cerimônia de abertura do festival haverá ainda um cortejo que fará homenagem simbólica ao passado histórico do Parque Natural Municipal do Gericinó. Composto por cerca de 100 pessoas, entre indígenas, negros e europeus, o cortejo virá acompanhado de atabaques, rodas de capoeira e mães de santo, pedindo licença e permissão para iniciar o festival. A solenidade está sendo preparada pela Secretaria Municipal de Cultura de Nilópolis.
Fonte: EBC GERAL


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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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