BRASIL
Brasil quer criar banco de dados geológico
BRASIL
Sob a coordenação do Ministério de Minas e Energia (MME), o Serviço Geológico do Brasil, dentre outras entidades, busca criar um banco de dados geológico. A proposta é que a ferramenta sirva como estrutura básica para transformação digital do setor mineral brasileiro.
“Uma parceria estabelecida agora pela coordenação do MME para trazer as informações geradas nos últimos 100 anos pela iniciativa privada a compor o mesmo banco de dados geocientífico do Serviço Geológico do Brasil. Um grande banco de dados geológico nacional. Isso vai trazer um enorme conhecimento, que nunca foi integrado”, explicou o diretor de Geologia e Recursos Minerais do Serviço Geológico do Brasil, Marcio Remédio.
Em entrevista ao programa A Voz do Brasil, ele lembrou que cerca de 27% de todo o território nacional está mapeado em escala adequada. A consolidação do banco de dados, de acordo com o MME, deve propiciar um salto qualitativo do conhecimento do território brasileiro.
Plano Nacional de Mineração
Durante o programa, o diretor destacou que o Brasil é sexto maior produtor mineral do mundo. “Temos ainda um grande potencial a ser descoberto”, avaliou.
Sobre a elaboração do Plano Nacional de Mineração, ele classificou como fundamental a participação do Serviço Geológico do Brasil.
“Será um instrumento que poderá orientar e dar diretrizes pro desenvolvimento nos próximos 30 anos, trazendo uma avaliação técnica que permita o melhor desenvolvimento da atividade, que é muito rentável para o país, gera muitos empregos e hoje é uma atividade que consideramos importantíssima para as questões ambientais, pra transição energética e sem a qual om mundo não vai conseguir fazer essa mudança.”
Assista ao programa:
Edição: Paula Laboissière


BRASIL
Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.