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Brasileira diz que ainda tem parentes em Gaza: ‘Não quero deixar minha família morrer’
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Samira Hassan demonstrou preocupação com parentes que continuam em Khan Younis, no sul de Gaza. Ela é uma dos 32 brasileiros e familiares que chegaram ao Egito neste domingo (12).
A brasileira Samira Hassan é uma das 32 pessoas que chegaram ao Egito neste domingo (12) com apoio do Itamaraty. O grupo estava há um mês tentando deixar Gaza, em meio à guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas.
Em um vídeo feito após o resgate, ela falou sobre a preocupação com os familiares que continuam na Faixa de Gaza (veja acima).
Segundo a embaixada brasileira, ainda há uma segunda lista de brasileiros a serem resgatados com mais de 50 pessoas. Não há um prazo para que isso aconteça.
Segundo o Itamaraty, Hassan e os demais 31 brasileiros já estão no Egito, depois de passar pelo controle migratório palestino de Gaza.
Inicialmente, o grupo teria 34 pessoas, mas uma mulher de 50 anos e sua filha, de 12, desistiram por “motivos pessoais”, informou o embaixador brasileiro na Palestina, Alessandro Candeas.
Próximos passos
Depois de um mês de tratativas para a retirada dos brasileiros em Gaza, a expectativa agora é de que eles durmam no Egito neste domingo para descansar e se alimentar.
Quando chegar ao Brasil, o grupo deve permanecer duas noites em Brasília, em um alojamento da Aeronáutica para se recuperar e descansar.
Uma força-tarefa será mobilizada no aeroporto, onde haverá estrutura de acolhimento com representantes da Polícia Federal (PF) e Receita Federal destacados para auxiliar no desembaraço de documentação, caso haja necessidade.
Como nem todos têm casas no Brasil e alguns são palestinos, será preciso oferecer apoio e documentação para viverem no país.
Segundo o secretário nacional de Justiça, Augusto de Arruda Botelho, aqueles que não têm onde ficar serão acolhidos num abrigo localizado no interior de São Paulo, num “acolhimento digno, humanitário”, em meio ao “momento tão difícil que estão passando”.
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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.