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Cafés especiais de Minas Gerais são destaque do Caminhos da Reportagem
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O Brasil é o maior produtor de café do mundo – a estimativa para 2022 é uma produção de 52,8 milhões de sacas do grão, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Cerca de metade dessa produção é feita em Minas Gerais, estado historicamente ligado à cultura cafeeira.
Em terras mineiras, uma região vem se destacando na produção dos cafés especiais: a Mantiqueira de Minas, no sul do estado. Desde 2011, os produtores locais conseguiram o selo de indicação geográfica (IG), que reconhece a qualidade e tradição de um produto a partir das condições ambientais e modo de fazer local. O programa Caminhos da Reportagem sobre o café de Mantiqueira de Minas será reprisado neste domingo (15).
Em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Pequenas e Micro Empresas (Sebrae), a equipe do Caminhos da Reportagem, da TV Brasil, visitou a região para entender o que é um café especial e porque a Mantiqueira se tornou referência na produção da bebida.
O selo de indicação geográfica é concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI). A IG do café da Mantiqueira é do tipo Denominação de Origem, que reconhece que a qualidade do produto está ligada a fatores ambientais.
“O mercado de cafés especiais é muito nichado e, dentro dessa segmentação, alguns países e regiões buscam distinções. Quando determinado país ou região ganha notoriedade internacional, é necessário proteger esse patrimônio”, aponta o professor Flávio Boren, que participou do processo de elaboração da IG.
Desde os pés dos cafezais até o grão embalado para ser revendido pelo Brasil e pelo mundo, há um rigoroso controle de qualidade. Os cafés da Mantiqueira de Minas precisam ter no mínimo 83 pontos, em uma escala de avaliação que vai de 0 a 100. O processo leva em conta desde a qualidade do grão colhido no pé, até o sabor do café na boca.
O café premiado e reconhecido internacionalmente, muitas vezes sai de pequenas propriedades em que a família é responsável por todas as etapas, da plantação à colheita. É o caso do café da produtora Sueli Cândido, que alcançou 89 pontos. “Todo produtor tem a sua história, né? Hoje em dia, quem está comprando seu café lá fora quer saber quem produziu, qual é a história dele. Então, isso é muito bom”, diz.
“Cada território, tem uma marca, um DNA, uma história forte. E o selo garante tanto para o mercado quanto para o produtor a proteção dessa origem”, explica o analista do Sebrae-MG, Rogério Galuppo. A entidade apoia os produtores a conseguirem a certificação de IG. Ao todo, o Brasil tem 92 indicações geográficas reconhecidas atualmente.
A cultura do café também tem impulsionado o turismo na região. Na Fazenda Moreira e Alckmin, os visitantes são convidados a conhecer todo o processo de produção, desde um passeio nos cafezais, até a prova da bebida na xícara.
“As novas gerações de produtores têm uma pegada de levar esse conhecimento dos cafés especiais à população como um todo. O desafio é converter o consumidor final tradicional ao café especial”, explica Lucas Alckmin, empresário e produtor rural.
Dono de outro café premiado, Alessandro Hervaz, da Honey & Coffee, ressalta que além do reconhecimento, o mercado de cafés especiais gera renda e oportunidade para as comunidades locais.
“É um trabalho de formiguinha, que a gente começou lá atrás, mas tem dado muito certo e vem crescendo nos últimos anos e dá uma satisfação muito grande. A gente vender o café a um preço melhor é importante, traz qualidade de vida, transforma a vida do produtor. Mas essa recompensa de ver o nosso café do outro lado do mundo, ter a oportunidade de conhecer o parceiro, de receber esse feedback e ser premiado em um concurso, não tem preço”.
O episódio Café: Aroma da Mantiqueira faz parte da série Riquezas da Nossa Terra do programa Caminhos da Reportagem e vai ao ar hoje (23), às 22h, na TV Brasil.
Edição: Lilian Beraldo
Fonte: EBC Geral


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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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