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Com 50 mil em áreas de risco, Canoas ordena evacuação de 11 bairros

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“Este é o episódio mais trágico da história de Canoas. Uma situação além da nossa capacidade [de resposta]”. Assim o prefeito de Canoas, Jairo Jorge, descreveu a situação da cidade de quase 348 mil habitantes, localizada na região metropolitana de Porto Alegre (RS).

Com mais de 50 mil pessoas vivendo em áreas de risco, a prefeitura orientou a população de todo o lado oeste da cidade a deixar suas casas e buscar abrigo em locais mais altos e seguros do município.

A recomendação afeta moradores dos bairros Niterói, Mathias Velho, Fátima, Harmonia, Central Park, Cinco Colônias, São Luís, Rio Branco, Vila Cerne, Santo Operário e Mato Grande. Locais onde o grande volume d´água vindo da região da Serra Gaúcha e do centro do estado, pelos rios dos Sinos e Jacuí, que deságuam no Guaíba, na altura da região metropolitana de Porto Alegre, causam alagamentos e muitos prejuízos.

“A água acabou avançando muito rápido e, por isso, determinamos a evacuação de todo o lado oeste da cidade”, explicou Jairo Jorge durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais da prefeitura.

Segundo Jorge, a prefeitura está providenciando a quantidade de ônibus necessários para quem precisar de transporte.

Por quase toda a cidade, há moradores à espera de socorro ou ajuda. Aeronaves do governo estadual e das Forças Armadas sobrevoam a cidade, içando pessoas e animais de estimação de telhados de edificações ilhadas pelas águas. De acordo com Jorge, até o fim da manhã de hoje (4), já havia mais de 3 mil pessoas acolhidas em abrigos públicos e a prefeitura estuda abrir ao menos mais 11 abrigos provisórios.

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Hospital evacuado

Atingido pela água, o Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC), no bairro Mathias Velho, teve que ser completamente evacuado esta manhã. A prefeitura começou a retirar os primeiros pacientes do local nos dias anteriores, mas, com o nível das águas subindo, precisou da ajuda de militares do Exército e de servidores da Defesa Civil municipal para concluir a evacuação do segundo andar.

Ontem, a UPA Rio Branco foi fechada também devido à elevação do nível da água e à falta de energia elétrica. No momento, os casos de emergência estão sendo atendidos no Hospital Nossa Senhora das Graças

Grande parte da cidade está sem luz e sem água, enquanto a rede de telecomunicações está oscilando, deixando muitas pessoas parte do tempo incomunicáveis, incluindo autoridades e equipes de resgate. De acordo com o prefeito Jairo Jorge, apenas duas das oito casas de bombas do sistema de drenagem municipal estão funcionando. Os equipamentos são importantes para evitar alagamentos e auxiliar no escoamento da água em períodos de fortes chuvas.

Por meio de um aplicativo de troca de mensagens, a Rádio Nacional, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), conseguiu conversar com uma moradora do bairro Harmonia que teve que deixar sua casa nesta madrugada.

“Por volta das 3h30, em questão de cinco minutos, a água subiu pelos bueiros e, muito rapidamente, encheu tudo”, contou Paula Hoffmann à reportagem.

“Houve muito tumulto. Vizinhos, amigos, todos tentando sair ao mesmo tempo. Conseguimos chegar até um dos abrigos e, cerca de uma hora depois, soubemos que, nos arredores do nosso bairro, [o nível da] água já tinha ultrapassado os dois metros [de profundidade]. Esta manhã, recebi mensagens de alguns vizinhos que ficaram em suas casas e, agora, estão pedindo socorro porque não têm como sair e a água já está atingindo o segundo piso”, acrescentou Paula, descrevendo o cenário como o de uma “guerra”.

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“Conforme já tínhamos alertado, esta é uma situação absolutamente sem precedentes”, comentou o governador Eduardo Leite, durante uma transmissão nas redes sociais, esta manhã. “As pessoas precisam entender a gravidade do que estamos vivenciando no Rio Grande do Sul, pois elas não têm a dimensão de que [as águas] podem submergir bairros inteiros de algumas localidades”, alertou Leite, reiterando a recomendação para que as pessoas deixem áreas de risco ao menor sinal de perigo. “É muito importante que as pessoas atendam a todos os nossos alertas”.

* Colaborou Dayana Vitor, da Rádio Nacional 

Fonte: EBC GERAL

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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