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Estudo mostra redução do “deserto de notícias” no Brasil

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Na sertaneja cidade de Upanema (RN), de 13,5 mil habitantes, a professora Simone Bezerra, de 59 anos, queria que as crianças e adolescentes tivessem mais acesso a notícias da cidade, particularmente com mais informações sobre educação e saúde. Mas as novidades vêm somente de longe. Para saber sobre a região, ela se informa pelo site da prefeitura, ouve rádio de Mossoró (a 55 km de distância) e lê jornais na internet de Natal (a 280 km). 

A professora lamenta que os jovens ficam muito expostos a informações de fora. “Só querem as redes sociais”, afirmou, em entrevista à Agência Brasil.

Upanema é uma das 2.712 cidades brasileiras (com ao menos 26,7 milhões de habitantes) consideradas como “desertos de notícias” (quando não há presença de noticiário de imprensa local), segundo a sexta edição do estudo Atlas da Notícia, do Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo (Projor).

Este ano, o censo que mapeia a presença do jornalismo no Brasil detectou redução de 8,6% de “desertos de notícias”. O levantamento, divulgado nesta quarta-feira (9), mostrou que 271 cidades passaram a contar com pelo menos um veículo de comunicação local e outros 15 voltaram a ser considerados desertos. O Projor avalia que é a primeira vez, desde 2017, que o número de cidades com jornalismo local (2.858) é maior do que o de municípios sem veículos de comunicação.

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Isso ocorreu, segundo o presidente do Projor, Sérgio Ludtke, em vista do avanço dos meios nativos digitais e pelo crescimento da produção de notícias por rádios comunitárias.

“Um total de 95 municípios da Região Norte deixou de ser deserto de notícias. Muitos deles estão embalados pela cobertura ambiental. Isso foi possível devido à expansão dos meios digitais”, afirmou.

Ele lembrou que os dados são relevantes também porque a informação de qualidade potencializa a democracia. 

Cidades nordestinas são mais vítimas da falta de veículos locais. “Há estados como o Piauí e o Rio Grande do Norte que têm quase oito em cada 10 municípios com desertos de notícias”.

O presidente do Projor defende políticas públicas que possam incentivar o crescimento do jornalismo a fim de combater inclusive a desinformação. A pesquisa foi realizada com o apoio de 303 colaboradores voluntários e estudantes de 80 organizações e universidades. Os dados foram coletados entre outubro do ano passado e julho de 2023.

Os coordenadores do estudo vão fazer uma conferência online na próxima terça-feira (dia 15), às 19h, na página do Observatório de Imprensa no YouTube.

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Segundo Sérgio Ludtke, as informações do estudo vão possibilitar, por exemplo, que pesquisadores verifiquem os efeitos da falta de um jornalismo local e possam relacionar com os dados sociais das cidades. 

Fonte: EBC GERAL

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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