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Festival Sesc Culturas Negras terá mais de 80 atividades em SP
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O Festival Sesc Culturas Negras terá mais de 80 atividades em diversos formatos e linguagens, entre os dias 22 e 26 de maio, em unidades da instituição espalhadas pelo estado de São Paulo. A ação tem o objetivo de valorização, reconhecimento e difusão da cultura negra. As atividades incluem shows, espetáculos, vivências, rodas de conversas e passeios.
O primeiro bloco afro do país, Ilê Aiyê, abre o festival, que ao longo dos dias também terá a participação de Negra Li, Rincon Sapiência, Cida Bento, o coletivo Prot{Agô}nistas e a estreia da peça Angu, de Rodrigo França. Outros destaques do evento são as artistas africanas Mayra Andrade (Cabo Verde) e Nduduzo Siba (África do Sul).
“O festival é mais uma oportunidade de vivenciar, experienciar, contemplar e apreender com as produções culturais negras. É um terreno fértil e potente de alargamento existencial das dimensões estética, ética e política”, disse Fabiano Maranhão, assistente técnico da Gerência de Estudos e Programas Sociais do Sesc São Paulo.
A organização do projeto ressalta que a inspiração partiu dos chamados quintais, espaços de existência e resiliência para a comunidade negra ao longo da história, além de, em muitas comunidades, desempenharam um papel importante na resistência contra a opressão e na luta por direitos civis. Esses quintais, que davam espaço a atividades de cunho cultural e religioso, eram também ambientes de aprendizado com as gerações mais velhas.
“Será uma rica oportunidade de vivenciar o mosaico cultural negro, perpassando pelas manifestações tradicionais que existem e se atualizam secularmente, bem como produções contemporâneas calcadas em legados ancestrais. É nesta disputa de imaginários e de existências que o festival se fundamenta. É anúncio e experiência da vida tal qual ela também o é”, acrescentou Maranhão.
A programação terá diversidade de formatos, participação de artistas, grupos e coletivos, lideranças comunitárias, mestres e mestras tradicionais e pesquisadores da arte e da cultura negra. O projeto reforça as celebrações do dia 25, Dia Mundial de África.
O Sesc Campo Limpo, na zona sul da capital, receberá o grupo Samba do Caboclo Resgate, no dia 25, com um show em forma de samba de raiz, de roda, de caboclo, e participação de Ayô Tupinambá. Para o encerramento do festival, o público poderá acompanhar o show Negra Li Convida Rincon Sapiência, no dia 26, no Sesc Itaquera, zona leste da cidade.
No Sesc Avenida Paulista, Cida Bento – doutora em psicologia pela Universidade de São Paulo (USP) e pioneira nos estudos sobre a branquitude – participará do bate-papo Aquilombamento nas Margens: Cida Bento, no dia 23. O bate-papo Homens Pretos, Masculinidades e Relações Raciais ocorrerá no Sesc Ipiranga, no mesmo dia.
A cantora cabo-verdiana Mayra Andrade se apresenta no Sesc Pompeia (22 e 23), zona oeste. O Sesc Sorocaba, no interior paulista, receberá a artista sul-africana de raízes Zulu, Nduduzu Siba (23).
A programação completa está disponível no site do Sesc São Paulo.
Fonte: EBC GERAL


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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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