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Intérpretes de Libras tornam desfiles na Sapucaí acessíveis

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Há 4 anos o intérprete de Libras, Língua Brasileira de Sinais, Daniel Thorn trabalha no carnaval carioca nos desfiles das escolas de samba no Sambódromo da Marquês de Sapucaí. O trabalho de tornar os sambas enredos acessíveis a pessoas surdas ou com deficiência auditiva começa muito antes do carnaval e exige muito estudo.

“Eu leio os sambas enredos, estudo o que se passa, quais as informações e quais as metáforas que a escola de samba utiliza”, explica Thorn, acrescentando “a partir disso, eu começo a testar e analisar as formas de fazer essa tradução para que, no dia do desfile, eu possa passar isso para os surdos, para que eles possam consumir e experienciar toda a alegria e a folia que o carnaval tem”.

Nesse processo ele estuda manifestações culturais, consulta bastante dicionários de Libras para saber quais sinais pode ou não utilizar em determinados contextos. Ele conta ainda com uma consultoria de surdos para auxiliar no processo de tradução. A recompensa no dia, segundo ele, é a emoção do público. Ele disse que muitos copiam os gestos, acompanhando os sambas-enredos.

“É uma emoção tremenda ver os surdos, na hora que a gente está interpretando, se olharem, se emocionarem e, às vezes, copiarem a forma como eu estou sinalizando, como se fosse um ritmo da música, como se fosse cantando a música, mas não através da voz, mas do corpo, das mãos”, revela.

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Thorn trabalhará este ano no Setor 13 do Sambódromo, reservado a pessoas com deficiência e acompanhantes. Além de oferecer serviço de interpretação de Libras, o setor contará com um espaço para cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida, e serviço de audiodescrição para pessoas com deficiência visual. Ao todo, foram distribuídos pela prefeitura 3 mil ingressos para pessoas com deficiência e acompanhantes acompanharem os desfiles das escolas de samba. 

A audiodescritora Adriana Malta também trabalhará nos desfiles. “A gente tem uma equipe que se aprimora durante todo o ano, fazendo com que tudo que é novidade, tudo que é atualidade em relação à acessibilidade seja de ponta na nossa mente e no nosso modo de entregar o nosso serviço. A gente busca entender as necessidades, ter uma escuta ativa e fazer com que as pessoas com deficiência sigam todo um trajeto com mobilidade exclusiva e íntegra para curtir o carnaval como todos devemos curtir”, explica.

Malta descreve o trabalho como uma forma de fazer as pessoas enxergarem pela voz. Para isso, o preparo também é longo. Ela tem acesso, com antecedência, do material dos desfiles para estudá-los, verificar as alegorias, os carros, tudo que vai passar pela avenida. Isso é necessário para que ela possa escolher as palavras exatas para que o público tenha acesso da forma mais precisa possível ao que está ocorrendo no desfile de cada escola de samba.

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“Quando a gente fala de carnaval, a gente está falando de algo que é preparado durante um ano inteiro”, diz Malta. “A gente já tem um apresentador. Mas se o meu público for não enxergante ou for cego? Se ele for um surdo ou parcialmente surdo, ou tiver baixa visão? Então, a gente precisa ter equidade na hora de entregar esse material apresentado. Fazer com que a especificidade da necessidade daquele público seja atendida em conformidade com aquilo que se espera”, ressalta.

Esse acesso está garantido em lei, na Lei Brasileira de Inclusão (Lei 13.146/2015), que garante às pessoas com deficiência o direito de acessar espaços que ofereçam serviços ou eventos culturais e esportivos, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas. LINK 1 

* Com informações de Carolina Pessoa, da Radioagência Nacional

Fonte: EBC GERAL

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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