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Litoral paulista teve maior volume de chuva registrado no Brasil

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A enxurrada que atingiu os municípios do litoral norte de São Paulo nesse fim de semana é considerada uma das maiores tragédias da história do estado, segundo o governo. Com 40 mortes confirmadas, o temporal foi também o maior acumulado de chuva que se tem registro no país, com 682 milímetros (mm) e um rastro incalculável de destruição. Ainda há 40 pessoas desaparecidas, com mais de 1.730 desalojados e 766 desabrigados. Dos mortos, 39 foram em São Sebastião e um em Ubatuba. Equipes do município com psicólogas e assistentes sociais fazem um trabalho de acolhimento dos familiares das vítimas. Sete corpos foram identificados e liberados para o sepultamento. São dois homens adultos, duas mulheres adultas e três crianças.

Identificação

A Polícia Técnico Científica avança no trabalho de identificação das pessoas que morreram em decorrência do temporal, em especial nas cidades de São Sebastião e Ubatuba. As equipes do Instituto Médico Legal (IML) de Caraguatatuba e do Serviço de Verificação de Óbito (SVO) de Ubatuba foram reforçadas na manhã dessa segunda-feira, com a chegada de 40 profissionais, entre médicos legistas, peritos e assistentes, e mais 12 papiloscopistas do Instituto de Identificação da Polícia Civil.

Acumulado de chuva

São Sebastião (SP), 20-02-2023, Desmoronamento causado pelas chuvas no bairro Itatinga, conhecido como Topolândia, no litoral norte de São Paulo. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil São Sebastião (SP), 20-02-2023, Desmoronamento causado pelas chuvas no bairro Itatinga, conhecido como Topolândia, no litoral norte de São Paulo. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

São Sebastião (SP), 20-02-2023, Desmoronamento causado pelas chuvas no bairro Itatinga, conhecido como Topolândia, no litoral norte de São Paulo. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil – Rovena Rosa/Agência Brasil

O acumulado de chuva nas cidades do litoral norte paulista superou o da cidade fluminense de Petrópolis, em 2022, na região serrana do Rio, que teve o acumulado de 530 milímetros de chuva em 24 horas. Antes, o maior índice havia sido registrado em Florianópolis (Santa Catarina), em 1991, com acumulado de 400 mm em apenas um dia.

O município de São Sebastião foi um dos mais afetados neste feriado prolongado de carnaval, com deslizamentos de encostas, alagamentos e bairros isolados devido à interdição de vias de acesso. O número de mortos já supera a tragédia de Franco da Rocha, em 2022, com o deslizamento que matou 18 pessoas. O acumulado de chuva nessa oportunidade foi de 70 milímetros em 24 horas.

Na história de São Paulo, a maior tragédia ocorreu em 18 de março de 1967 no município de Caraguatatuba, quando as fortes chuvas causaram o desmoronamento de encostas e centenas de casas foram soterradas. Segundo a contagem feita na época, 487 pessoas morreram, mas estima-se que o número de óbitos tenha sido muito maior.

O temporal registrado no litoral norte, segundo o Centro Nacional de Previsão de Monitoramento de Desastres (Cemaden), resultou no acumulado de 682 mm em Bertioga, 626 mm em São Sebastião, 337 mm em Ilhabela, 335 mm em Ubatuba e 234 mm em Caraguatatuba.

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Vistoria

São Sebastião (SP), 20-02-2023, Desmoronamento causado pelas chuvas no bairro Itatinga, conhecido como Topolândia, no litoral norte de São Paulo. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil São Sebastião (SP), 20-02-2023, Desmoronamento causado pelas chuvas no bairro Itatinga, conhecido como Topolândia, no litoral norte de São Paulo. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Estragos causados pelas chuvas no bairro Itatinga, conhecido como Topolândia, no litoral norte de São Paulo – Rovena Rosa/Agência Brasil

O governador Tarcísio de Freitas visitou, na tarde de hoje trechos da rodovia Rio-Santos que estão total ou parcialmente interditados por causa dos deslizamentos. A região que vai da Barra do Sahy até Boiçucanga, no município de São Sebastião, está ilhada por conta das interdições.

Este trecho da rodovia engloba, além de Barra do Sahy e Boiçucanga, as praias da Baleia e Camburi e está interditado por conta de queda de barreiras.

Estradas

Neste momento, várias rodovias administradas pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) estão com pontos de interdição total e parcial. A rodovia Dr. Manoel Hyppólito Rego (SP-055) está totalmente fechada, devido a queda de barreiras, nos quilômetros 157 ao 162 e no quilômetro 174.

A mesma rodovia está está parcialmente interditada, devido a queda de barreiras e árvores, nos quilômetros 61, 66, 84, 87, 95, 136 e 142.

Mogi-Bertioga

A rodovia Mogi-Bertioga (SP-098) está interditada, em razão do rompimento de tubulação, na altura do km 82, em Biritiba Mirim. Também há interdição parcial nos km 90 e 91, devido à queda de barreira; e no Km 87, devido a uma erosão. Uma equipe do DER esteve no local e avalia as obras emergenciais que serão necessárias para recuperação da via. Caso necessário o deslocamento, os motoristas devem usar como rotas alternativas as rodovias do Sistema Imigrantes/Anchieta (SP-160 e SP-150). Devido a uma queda de barreira no km 174+500 da SP-055, na Praia do Juquehy, o acesso a uma rota alternativa pela Rodovia dos Tamoios está interditado para quem está entre Bertioga e Juquehy.

Equipes do Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA) prestam apoio na região. Grupos de trabalho estão neste momento nos municípios de São Sebastião e Caraguatatuba para auxiliar no socorro às vítimas.

Rodovias Concessionadas

A Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) informa que não há interdição nas rodovias estaduais concedidas. O tráfego está normal nas principais rodovias que dão acesso ao interior paulista. Para quem segue no sentido do litoral há pontos de congestionamento, por conta da neblina.

A rodovia dos Tamoios também apresenta tráfego normal, sem congestionamentos. O mesmo acontece na rodovia Castello Branco-Raposo Tavares; no Sistema Anhanguera-Bandeirantes e também na rodovia Ayrton Senna/Carvalho Pinto.

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Exército

O Exército Brasileiro reforçou o efetivo destacado para as ações de resgate e salvamento no litoral norte do Estado de São Paulo. Nesta tarde, 30 viaturas com 380 militares, oriundos da Brigada Aeromóvel, de Caçapava, chegaram para apoiar as tropas em atuação no local.

As atividades de busca, atendimento e remoção das vítimas segue de forma ininterrupta desde a madrugada de domingo (19). Mais de 600 pessoas, entre servidores das forças de segurança e resgate do Governo do Estado de São Paulo, das Forças Armadas, da Polícia Federal, da prefeitura municipal de São Sebastião e voluntários, realizam os trabalhos. A prioridade segue no socorro às vítimas e no fornecimento aos mais de 1.730 desalojados e 766 desabrigados em todo Estado

Atendimento

A Secretaria de Estado da Saúde informa que 18 adultos e cinco crianças vítimas das chuvas foram atendidas, até o momento, no Hospital Regional do Litoral Norte. Deste total, seis estão em estado grave e 13 estáveis. Outros dois pacientes já receberam alta hospitalar e outras duas, uma grávida e uma puérpera, foram transferidas para o Hospital Stella Maris.

Água

Os técnicos da Sabesp seguem trabalhando para o restabelecimento dos sistemas de abastecimento de água na região atingida pelos temporais. Em São Sebastião e Ilhabela, 39 caminhões-tanque da companhia realizam o abastecimento emergencial até a regularização total dos sistemas. A produção de água em Maresias foi retomada e mais de 8 mil imóveis já estão com o abastecimento em recuperação (Maresias e Barra do Una).

Em Caraguatatuba, e Ubatuba, os sistemas de abastecimento continuam em processo de recuperação.

São Sebastião (SP), 20-02-2023, Desmoronamento causado pelas chuvas no bairro Itatinga, conhecido como Topolândia, no litoral norte de São Paulo. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil São Sebastião (SP), 20-02-2023, Desmoronamento causado pelas chuvas no bairro Itatinga, conhecido como Topolândia, no litoral norte de São Paulo. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

População sofre consequências de temporais em São Sebastião (SP) – Rovena Rosa/Agência Brasil

Ajuda humanitaria

O Fundo Social de São Paulo (FUSSP) recebe doações para as vítimas das chuvas do litoral norte paulista. As principais necessidades, segunda a Coordenadoria Estadual da Defesa Civil, são alimentos não perecíveis, água mineral e roupas limpas em bom estado para uso. As entregas podem ser feitas no depósito do FUSSP, localizado na avenida Marechal Mario Guedes, 301, no Jaguaré, zona oeste da capital paulista.

O fundo também disponibilizou duas contas bancárias para os interessados em fazer depósitos, transferência ou PIX para auxiliar as famílias desalojadas ou desabrigadas. Com o valor arrecadado, o Fundo Social fará a compra de cestas básicas e cobertores para o atendimento às vítimas. Todos os produtos serão encaminhados à Coordenadoria Estadual da Defesa Civil, que será responsável pela distribuição às famílias.

Edição: Aline Leal

Fonte: EBC Geral

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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