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MIS inaugura exposições sobre a história do rádio
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O Museu da Imagem e do Som (MIS) inaugurou nesta sexta-feira (3) duas exposições: Rádio no Brasil e Padre Landell: o Homem que Inventou o Futuro. As mostras reúnem fotos, documentos, instalações interativas, equipamentos e aplicativo sobre a história do rádio. A visitação é gratuita: de terça a sexta-feira, das 11h às 20h; e sábados, domingos e feriados, das 10h às 19h.

Rádio no Brasil apresenta uma linha do tempo interativa. No percurso, os visitantes conferem equipamentos, fotografias e um aplicativo que permite acesso para conteúdos extras, como trechos de 14 depoimentos colhidos exclusivamente para a exposição, que posteriormente integrarão o Acervo MIS.
O gerente cultural do MIS, Renan Daniel, revela o que o público pode ver na exposição. “No espaço onde a gente menciona os cantores e as cantoras do rádio, o público vai poder acessar as canções favoritas desses artistas e a biografia deles. A instalação da linha do tempo dos rádios, o público pode ver, década a década, quais foram os maiores hits que mais tocaram no rádio. A cada espaço da exposição há interatividades diferentes e também não tecnológicas, que também é bem divertida e envolvente para o público.”
Os programas de notícias e humor, as transmissões das partidas de futebol e as radionovelas também são abordados na exposição. O público pode conhecer ainda os aparelhos de rádio de diferentes décadas, itens pertencentes ao próprio acervo do museu. “Os destaques ficam com os modelos Capela, da década de 1930, que além de serem bem raros e específicos, eles são esteticamente muito bonitos, eram elementos que decoravam as casas das pessoas também”, frisa Daniel.
A mostra tem consultoria de conteúdo de Milton Parron, pesquisa e redação do jornalista Maurício Nunes e parceria institucional com Associação das Emissoras de Rádio e Televisão do Estado São Paulo (AESP), Grupo Bandeirantes de Comunicação e Museu Brasileiro de Rádio e Televisão.
Padre Landell: o Homem que Inventou o Futuro
Integrada à Rádio no Brasil, a exposição Padre Landell: o Homem que Inventou o Futuro apresenta o brasileiro responsável pela invenção precursora ao rádio. Entre os destaques está o transmissor de ondas (wave transmitter), peça produzida em tamanho real, pelo colecionador Marco Aurélio Cardoso de Moura, com base nos escritos de Landell.
Para o gerente cultural do MIS, o que mais pode surpreender o público nesta exposição é ver que a evolução tecnológica não para “e que o rádio, apesar de ser de ter 100 anos, é ainda muito presente para as pessoas”.
Na avaliação de Daniel, também chama a atenção “que um padre brasileiro, Roberto Landell de Moura, foi responsável pelo primeiro experimento do que veio se tornar o rádio, é muito interessante ver também como ele já previa nos estudos dele, o que depois foi a rede sem fio de internet, por exemplo. É algo bem surpreendente que a exposição revela para o público”.
Em parceria com o Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), a exposição apresenta uma instalação interativa, com experimentos simples, para ilustrar as descobertas de físicos e inventores, contemporâneos de Landell, que contribuíram para a evolução tecnológica do rádio.
Outros atrativos da exposição são os documentos originais do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul, a patente registrada por Landell nos Estados Unidos, esquemas e estudos preliminares de seus experimentos e diários originais. A curadoria é da pesquisadora Helena Tassara e do biógrafo Hamilton de Almeida.
MIS
O Museu da Imagem e do Som de São Paulo é uma instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo. Inaugurado em 1970, sua coleção possui mais de 200 mil itens, como fotografias, filmes, vídeos e cartazes. Além de grandes exposições nacionais e internacionais, oferece programas culturais para todos os públicos: cinema, dança, música, vídeo e fotografia.
Serviço:
Exposições Rádio no Brasil e Padre Landell: o Homem que Inventou o Futuro
Data: 3 de março a 16 de abril de 2023
Horário: terça a sexta, de 11h às 20h; finais de semana e feriados de 10h às 19h
Local: Espaço Expositivo 1º andar – MIS – Avenida Europa, 158, Jardim Europa
Classificação: livre
Entrada gratuita
Edição: Juliana Andrade
Fonte: EBC Geral
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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.