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Morre o dramaturgo, ator e jornalista Alexandre Ribondi

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Morreu neste sábado (10), em Brasília, aos 70 anos de idade, o artista Alexandre Ribondi, dramaturgo, diretor, ator, jornalista e sócio–fundador do Espaço Multicultural Casa dos Quatro, voltado à militância LGBTQIA+.

Em maio, Ribondi foi vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e, desde então, atravessou internações no Hospital de Base, Hospital das Clínicas de Ceilândia e no Hospital Regional da Asa Norte onde, às 14h06 deste sábado, teve a morte constatada.

Nascido no Espírito Santo, Ribondi desenvolveu sua carreira nos anos 1970, no Distrito Federal, escrevendo e atuando em peças teatrais de temática LGBTQIA+ como Filó Brasiliense (1975), Os Rapazes da Banda (1981), Crépe Suzette, o Beijo da Grapette (1980), Abigail é Mais Velha que Procópio (1986), No Verão de 62 (1985), A Última Vida de Um Gato (2002), Virilhas (2005), Felicidade (2015) e Mimosa (2018).

Foi também colaborador do jornal Lampião, publicação LGBTQIA+ de circulação nacional, e membro fundador do Grupo de Luta Homossexual Beijo Livre. Escreveu os romances, com a mesma temática, Na Companhia dos Homens e Da Vida dos Pássaros.

Ele participou da antologia latino-americana de contistas Now the Volcano, publicada por Gay Sunshine Press, EUA. Integrou ainda o Retratação (2021), coletivo de comunicadores e artistas, oferecendo produtos criativos e autorais, como produção, performances, consultorias, coberturas, fotografia e videografia.

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Em nota, os sócios-fundadores da Casa dos Quatro descreveram a trajetória de seu mais ilustre integrante.

“Para quem, nascido em 12 de dezembro de 1952 em Mimoso do Sul (ES), jamais encontrou descanso, sua passagem é certamente o momento para tal. Em Brasília desde 1968, dias após a decretação do AI-5, Ribondi debutou no teatro aos 15 anos, dirigido por Laís Aderne. Sofreu a repressão da Ditadura na pele, ao ser preso, torturado e ter partido para o exílio na França. Tornou-se jornalista de Cultura nos jornais da cidade, como Correio Braziliense e Jornal de Brasília. Nos anos de chumbo, fundou a primeira organização de luta LGBTQIAPN+ da capital, o Grupo Homossexual Beijo Livre. Entre idas e vindas de e para Portugal, viveu dois casamentos longos. Tornou-se dramaturgo, autor, diretor, ator. Estava em plena atividade: conduzia duas oficinas na nossa Casa dos Quatro, para formação de atores, e uma no Sol Nascente (DF), de atuação para jovens LGBTQIAPN+”, diz o texto assinado por Elisa Mattos, Josias Silva, Luísa de Marillac, Morillo Carvalho, Rafael Salmona e Rui Miranda.

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Também em nota oficial, o secretário de cultura e economia criativa do Distrito Federal, Bartolomeu Rodrigues, lamentou a partida do artista. “A cena cultural de Brasília perdeu um de seus maiores protagonistas. Autor, ator, produtor, empreendedor, Ribondi foi tudo e, ao mesmo tempo, um questionador de seu tempo, dando espaço ao debate e lançando luz na escuridão. Há exatamente um mês, recebeu da Secretaria de Cultura a Medalha Seu Teodoro, oferecida a personalidades engajadas na valorização e difusão das artes no Distrito Federal. Estava alegre, cheio de vida, nos abraçamos e rimos juntos. Era uma despedida, mas seu legado fica. E a luta também”, escreveu o secretário.

O velório de Alexandre Ribondi ocorrerá no cemitério Campo da Esperança, neste domingo (11), pela manhã, em horário a confirmar. O artista deixa o irmão Ludovico, e o sobrinho Alex, além de inúmero amigos, admiradores e discípulos.

Fonte: EBC GERAL

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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