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Número de recuperação judicial no campo deve aumentar com a quebra de safra

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A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou na última semana que os produtores mato-grossenses, castigados pela irregularidade das chuvas nesta safra, deverão ter uma queda na produção de grãos de 11,4 milhões de toneladas, recuando dos 101 milhões de 2023 para 89,6 milhões em 2024 (redução de 11,28%).  De acordo com a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) também está prevista perda de produtividade da soja no Estado. Em média, os agricultores devem colher 49,68 sacas por hectare nesta safra, ante 62,3 sacas por hectare em 2022-23.

O cenário é preocupante e a possibilidade da quebra de safra em 2024 deve fazer com que o número de recuperações judiciais de produtores rurais, que terminaram 2023 em alta, continue crescendo. No geral, a quantidade de empresas em recuperação judicial explodiu no terceiro trimestre do ano passado e o ano deve registrar índices recordes. Segundo a Serasa Experian, cerca de 40% de todos os pedidos registrados em 2023 foram feitos entre julho e setembro.

De acordo com o advogado Allison Sousa, da ERS Advocacia, escritório especializado em Recuperação Judicial e referência nos processos envolvendo produtores rurais, o panorama para 2024 deve seguir o mesmo roteiro do ano anterior, quando a retração nos preços dos grãos causou grande parte dos pedidos de recuperação judicial.

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“Vimos significativo aumento nas recuperações judiciais do agronegócio em 2023. Mas lembramos que essas recuperações são ajustes de expectativas de quem emprestou com quem pegou o crédito. O recurso foi aplicado, mas o resultado foi menor do que o esperado com os preços das commodities, que caiu 30% no ano. Agora é preciso saber como ajustar e a recuperação judicial é um meio negocial para todos continuarem produzindo e remunerando, tanto quanto possível, o capital”, conclui.

O crescimento dos pedidos de recuperação judicial nos últimos anos também é visível nos atendimentos realizados pela ERS Advocacia. Em 2021 a empresa atuou em dois processos, já em 2022 foram três pedidos, e em 2023 foram 13 processos de recuperação judicial. “Esse número é bem maior se levarmos em conta a quantidade de empresas que pediram recuperação judicial, já que em alguns processos existem casos de várias empresas de um mesmo grupo de empresários que entraram em um único processo de recuperação judicial”, explica Sousa.

Os 13 processos de recuperação judicial em andamento na ERS Advocacia totalizam um passivo de R$ 3,213 bilhões.

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O advogado explica que o processo que permite às organizações renegociarem suas dívidas, evitando o encerramento das atividades, demissões ou falta de pagamento aos funcionários. Com esse instrumento, as empresas ficam desobrigadas de pagar aos credores por algum tempo, mas têm de apresentar um plano para acertar as contas e seguir em operação.

“Para o produtor rural, o deferimento da recuperação judicial impede que ele sofra expropriações contra bens e equipamentos essenciais para a manutenção da sua atividade e até mesmo o arresto de sua produção por parte dos credores. Além disso, a recuperação judicial se mostra uma ferramenta extremamente importante para a manutenção de negócios que geram emprego, renda e trazem desenvolvimento para o país”, afirma Allison.

Nova legislação para produtores rurais Pessoa Física

Sancionada em 2021, a Nova Lei de Recuperação Judicial e Falência estabelece que o Produtor Rural Pessoa Física pode requerer um plano semelhante àquele destinado aos empresários.

Até então, apenas empresas de produção rural poderiam fazer o pedido. Agora, porém, produtores que desenvolvam suas atividades enquanto pessoa física também podem, com determinadas condições, solicitar a recuperação.

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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