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ONGs terão curso para integrarem ao patrimônio imaterial da Unesco

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O Centro Regional para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da América Latina (Crespial) realizará, em março próximo, evento virtual em duas sessões, voltado a organizações não governamentais (ONGs) da América Latina e Caribe que queiram integrar a Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). As inscrições se encerram no próximo dia 24. O evento será realizado em espanhol. O Crespial foi criado em 2006, a partir de acordo entre a Unesco e o governo do Peru, com o objetivo de promover e apoiar ações de salvaguarda e proteção do patrimônio cultural imaterial dos povos da América Latina.

De acordo com o artigo 9º da Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da Unesco (2003), ONGs que desenvolvem ações relacionadas à salvaguarda do patrimônio imaterial podem se credenciar para elaborar diretrizes, analisar propostas e participar de reuniões sobre a preservação e fomento do patrimônio imaterial. Durante o encontro promovido pelo Crespial, as ONGs serão informadas sobre o processo de inscrição e credenciamento junto à Unesco. As datas das sessões do evento serão enviadas aos inscritos por e-mail.

O Brasil é um dos membros da Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da Unesco, que apresentou ao mundo diretrizes e compromissos que visam garantir a viabilidade do patrimônio cultural imaterial nos países signatários e tem no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) a missão de zelar pela salvaguarda do patrimônio imaterial brasileiro.

Estímulo

Falando hoje (14) à Agência Brasil, o diretor do Departamento de Patrimônio Imaterial do Iphan, Deyvesson Gusmão, informou que para se inscrever no evento do Crespial e participar da convenção da Unesco é preciso, em primeiro lugar, que sejam organizações da sociedade civil que atuem com patrimônio cultural imaterial em qualquer um dos países signatários.

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No caso da divulgação feita pelo Iphan, o objetivo é estimular que ONGs brasileiras se acreditem junto à Unesco para fazer parte do rol de instituições que podem, entre outras coisas, atuar junto ao comitê intergovernamental da convenção, fazer parte de uma rede internacional de outras organizações do mesmo tipo, participar de reuniões e atividades promovidas pela Unesco que tenham o patrimônio imaterial como tema.

Gusmão explicou que as ONGs são convidadas a participar de instâncias consultivas da avaliação da proposição de ações de atividades e, em alguns casos, até mesmo para assessorar o comitê intergovernamental da salvaguarda do patrimônio imaterial. “Esse comitê designa ou inclui bens culturais do mundo todo na lista de patrimônio cultural imaterial da humanidade, chamada Lista Representativa do Patrimônio Cultural e Imaterial da Humanidade, que é uma das listas previstas na convenção para salvaguarda do patrimônio cultural e imaterial de 2003”.

O diretor do Iphan esclareceu que o potencial de ONGs da América Latina e Caribe existente hoje de participarem dessas instâncias é muito maior do que o aproveitado. Por isso, o Crespial, sediado em Cuzco, no Peru, resolveu fazer um evento virtual com duas sessões, para orientar essas ONGs sobre como se inscrever e explicar melhor quais vão ser as vantagens que essas entidades terão ao se inscreverem e, sendo escolhidas, participarem desse conjunto de instituições.

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Vantagens

Em linhas gerais, Deyvesson Gusmão afirmou que, entre as vantagens para as ONGs que se credenciam junto à Unesco está o fato de elas poderem ser reconhecidas pela Unesco como agentes que realizam ações de salvaguarda, relacionadas aos princípios da convenção. “Elas podem contar também com a possibilidade de assistência financeira para participar das reuniões do comitê intergovernamental, podem participar de cursos e reuniões sobre patrimônio imaterial quando convocadas pela convenção ou mesmo pelos estados-parte, ou ainda apoiar a elaboração de diretrizes junto ao comitê para implementação dos princípios e procedimentos da própria convenção nos países membros da Organização das Nações Unidas (ONU)”.

Na avaliação de Gusmão, é um trabalho bastante técnico que se aproveita da experiência das organizações da sociedade civil. Considerou que participação social é um princípio básico não só da política de patrimônio imaterial no Brasil, mas constitui um elemento basilar dos princípios que são estabelecidos na Convenção de Salvaguarda do Patrimônio Imaterial. O diretor do Iphan estimou que as inscrições e o credenciamento das ONGs junto à Convenção da Unesco deverão ocorrer ainda este ano.

Em 2010, a Unesco iniciou a inscrição de ONGs parceiras e, atualmente, 217 organizações de mais de 70 países já constam dessa rede. São agências culturais, sociedades acadêmicas, centros de pesquisa independentes, associações de amigos, associações culturais, centros de referência, interpretação e valorização do patrimônio, organizações de ofício e fundações que trabalham com a salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial.

Edição: Valéria Aguiar

Fonte: EBC Geral

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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