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‘Pensei que era cigarro, mas fui furada em um bloco de Carnaval em Olinda’

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A auxiliar administrativa Letícia Almeida, 18, é de Santa Cruz do Capibaribe, em Pernambuco, e foi para Olinda curtir o Carnaval. Ela estava assistindo a alguns shows de artistas locais, na Praça do Carmo, quando foi furada no braço direito.

“Estávamos entrando no meio do pessoal e senti como se fosse uma queimadura no braço direito. Pensei que tivesse sido cigarro. Continuei andando e até coloquei a garrafinha d’água por cima porque estava ardendo. Ao parar em um local mais tranquilo, eu vi que tinha um furo na pele e estava saindo sangue”, lembra.

Almeida comunicou imediatamente quem estava ao redor dela sobre o que havia acontecido e eles foram atrás da Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima. No entanto, a auxiliar administrativa foi informada que não havia nenhum médico capacitado para orientá-la em relação ao seu caso.

A auxiliar administrativa foi para o Hospital Correia Picanço, referência em doenças infecto-contagiosas, no Recife.

Por que é importante procurar pelo pronto-atendimento após ser furada?

 

A infectologista Sumire Sakabe, do Hospital Nove de Julho, explica que objetos perfurantes que tiveram contato com material biológico (sangue, sêmen, liquor) contaminado, podem transmitir infecções como hepatite B, hepatite C, HIV, sífilis e entre outras.

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Como no caso de Almeida, em que a pessoa furada não sabe qual a procedência do objeto que a espetou, é preciso recorrer ao pronto-atendimento o mais rápido possível para que a intervenção adequada seja realizada.

A profilaxia pós-exposição (PEP) é indicada em todos os casos desse tipo porque os testes referentes às ISTs só conseguem diagnosticar se a pessoa foi exposta anteriormente. A partir do episódio da picada, é necessário aguardar ao menos 28 dias para saber se houve algum contágio. Por via das dúvidas, administram-se os medicamentos.

“Para evitar HIV, a PEP é feita com duas medicações diferentes que são tomadas por 28 dias. Elas devem ser iniciadas até 72 horas do evento. A eficácia pode chegar a 99% se o paciente tomar os remédios corretamente”, explica a infectologista Marli Sasaki, do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE).

Segundo Sakabe, antibióticos podem vir a ser usados para a prevenção de sífilis, assim como vacinas e/ou imunoglobulinas para a hepatite B.

Almeida está sendo medicada com Tenofovir associado à Lamivudina e Dolutegravir, medicamentos indicados para o tratamento de infecção causada pelo HIV. Os remédios são sempre ingeridos no mesmo horário e a auxiliar administrativa não está tendo efeitos colaterais, como enjoo e dor de cabeça.

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“Apesar de ser uma pessoa tranquila, ainda tenho medo dos exames darem alterados, eu ter sido infectada e os medicamentos não darem certo”, reflete.

Picada no Carnaval: não é a primeira vez que acontece

O caso de Almeida viralizou no TikTok, mas não é a primeira vez que algo desse tipo acontece, principalmente em Pernambuco. Em 2020, a Secretaria de Estado da Saúde registrou 41 vítimas de picadas com agulhas durante os blocos em Recife, Olinda e Orobó.

As 25 mulheres e os 16 homens que foram furados deram entrada no Hospital Correia Picanço, para realizar a profilaxia pós-exposição (PEP). Só não recebeu os medicamentos adequados quem se negou a realizar o teste rápido necessário para dar início ao tratamento ou quem já tinha sido exposto há mais de 72 horas.

No Carnaval de 2019, o número de foliões furados tinha sido ainda maior. Na época, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) divulgou que 273 pessoas tinham sido vítimas da prática. Ao menos 157 pacientes receberam a profilaxia pós-exposição (PeP) no Hospital Correia Picanço. O restante ou não quis realizar o teste rápido ou tinha sido exposto há mais de 72 horas.

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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